6 HA-LAPID ========================================== frequencia de cada série, o conselho do curso reunirá para a apreciação do aprovei- tamento dos alunos, depois do que serão publicadas as notas de mérito dos mesmos exames. Perde o ano o aluno que na média de três exames de frequencia e demais provas em cada disciplina não obtiver a cota de mérito de 10 valores O exame final de cada disciplina versará sobre as materias professadas durante o ano e exaradas nos programas. Os exames finais serão feitos perante o juri, composto pelo professor da disciplina e mais dois nomeados pelo conselho escolar. Liturgia No ensino e nas praticas liturgicas, é observado neste instituto, o ritual usado pela congregação israelita portuguesa de Londres, formada por maranos portugueses, no tempo de Lord Crommwell, sob a direc- ção do sapiente Rabbi de boa memoria Rev.° Menasseh Ben-Israel (Manuel Dias Soeiro). A Lingua Sagrada no curso preparatorio E' observado o seguinte programa no ensino da lingua hebraica no curso prepa- ratorio deste Instituto. 1.a Classe Leitura e escrita da lingua hebraica em caracteres quadrados e rabínicos. Noções gerais da gramatica hebraica (constituição das silabas e das palavras, estudo do substantivo, do artigo e da pre- posição, do adjectivo, dos pronomes; conju- gação dos verbos regulares na forma Kal. Aquisição de vocabulário; tradução de tre- chos simples da Biblia. 2.a Classe Repetição da materia da classe anterior. Declinação de todos os nomes, incluindo o nome construido; conjugação dos verbos regulares em todas as conjuções; uso dos numerais, adverbios, conjuções e interjei- ções. Aquisição de Vocabulario. Traduções e composições simples. Elementos de sintaxe. -------------------------------------- Piquenique Ao despertar daquele dia, 10 de junho, o céu estava mais nublado do que nos dias antecipados. Branda aragem soprava do vasto e calmo mar e vinha deliciar os nossos pul- mões. Os alunos do Instituto Teológico Israe- lita, encaminhavam-se para a Praça da Liberdade ponto de reunião para um pi- quenique, a realizar nesse dia. De cada rua surgiam familias. Bateram dez horas no relógio de uma tôrre paóxima, e nós tornamos o eléctrico para Gondomar. Partimos. O nosso número era aumentado por familias, que entravam em cada paragem. Não havia nem assentos. nem lugar para ir em pé. Conversava-se alegremente. Sua Ex.a, o Snr. capitão Barros Basto, começa a entoar as primeiras palavras do hino de redenção. Seguem-no os seus discípulos, e logo, todos os outros compa- nheiros. O eléctrico atravessa várias ruas e acaba por deixar o Porto. As casas, que agora vemos, muito bai- xas, de aspecto humilde, e com um só andar, lembram outras das aldeias; de Traz-os-Montes e Beiras, em que habitam irmãoe nossos, maranos. Os campos, sensivelmente planos, es- tão cobertos de cereais que o sol começa a doirar, de milho e de videiras, que se elevam em altas latadas. das quais pen- dem cachos, hoje verdes, mas maduros ãmanhã. Aqui um lavrador cava. Acolà, um outro, precede uma junta de bois, que com passo lento, produzindo um ruido re- gular e, por isso, monótono, vão extraindo água da nóra. Alguns passos mais adiante, uma mulher, erguendo e baixando um sacho, brilhante pelo uso, vai abrindo e fechando os sulcos, pelos quais a água corre, saudando e alegrando as plantasi- nhas, de folhas emurchecidas pelo intenso calor do dia anterior. Ao longe, ao lado de Gondomar, pleno
N.º 065, Sivan 5694 (Mai 1934)
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