Ha-Lapid הלפיד

 6             HA-LAPID
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Homenagem a Luciano Wolf

"Recentemente num anfiteatro da Uni-
versidade de Londres fez-se uma reunião
sob a presidencia do Snr. Marquês de
Reading.

Tratava-se de honrar a memoria de
Luciano Wolf. Sob os auspicios da Socie-
dade de Historia Judaica o Visconde Ce-
cil fez uma conferencia sobre as menori-
dades e a par. O Dr. Hertz, Rabbi-mór
do Imperio Britanico, que assistia á reu-
nião, usou tambem da palavra.

Sob o titulo "Ensaios sobre a historia
Judaica" acaba de aparecer uma serie de
memorias de Luciano Wolf, apresentados
pelo Dr. Cecil Roth. Esta obra mostra as
qualidades cientificas do leader Judeu,
prematuramente desaparecido.

                o o o

          Terra de Israel

Imigração alemã- Segundo as estatis-
ticas oficiais judaicas, imigraram para a
Palestina 15.300 israelitas alemâis adul-
tos, tendo já organizado ali algumas no-
vas industrias.

Tel-Aviv - A população judaica de
Tel-Aviv duplicou em três anos.

Em Agosto deste ano esta cidade judai-
ca contava 82.000 habitantes.

População da Palestina-Actualmente
a, Palestina conta 325.000 habitantes ju-
eus.

                o o o

             ESPERANÇA

Quatro palavras sobre história

Sabem quem, em mil ocasiões da sua
vida, foi o protector de Israel, o é ainda e
continuará sempre a sé-lo ?

- Deus.

Claras provas apresentar-se-nos-ão se
percorrermos com a vista as páginas de
parte da sua história - a Biblia Sagrada.
Logo no principio se nota que um grande
amor desperta no Todo-Poderoso vendo
Abraham, sentado e com os olhos fitos no
firmamento, dar tratos á imaginação, por



a sua inteligência ao serviço da causa, e
conseguir descobrir a existência da unidade
divina.

Passa a proteger o filho de Terah, hu-
milde caldeu que assim acabava de se ele-
var acima de todos os que o rodeavam.
Fá-lo abandonar o país a que estavam liga-
dos todos os seus sonhos infantis e pro-
mete guiar-lhes os passos para uma "terra
que mamava leite e mel". Canaan. E êle,
Abraham, confiante no Supremo Chefe do
universo, vai, sem hesitar, exalanda pelo
caminho o perfume da grande verdade em
seu poder e destruindo a infinidade de fà-
bulas e lendas que ocupavam por completo
o espirito dos crédulos povos de então -A
sua obra consistia, pois, na libertação ou
resgate das almas mergulhadas na fabulosa
e lendària noite.

Mas... atravessemos alguns séculos de
história, deixemos que Abraham constitua
um grande povo, como Deus lhe prometeu
e vamos ao seu encontro no enorme deserto.
Vejamo-lo, durante quarenta anos, receber
do céu o alimento, escutando as palavras
inspiradas do imortal Moisés e depois,fe-
liz, conduzido por Josué, entrar na Terra
Prometida tocando e entoando cantos de
alegria. E' ali, alimentando-se dos excelentes
frutos produzidos por aquele solo abençoa-
do, que decorrem os dias mais felizes da
sua existência.

Porém, os desgostos e os sofrimentos
teem lugar após os dias felizes e Israel, de-
pois de assistir à destruição do seu magni-
fico Templo, depois de ver a sua Pátria
amada transformada num montão de escom-
bros, sob o chicote impiedoso e as insensí-
veis algemas, vai partir para Babilónia ba-
nhada de lágrimas.

Era dolorosa a lembrança da "desolada
Sião", A pesar disso não se esqueceu Is-
rael que o seu lema era Esperança e que
esta não podia nunca ser aniquilada. Um
dia regressaria.

Israel não conheceu amigos em que
existisse a compaixão, unicamente tinha al-
guns irmãos que, como êle, choravam. En-
tre êstes pode destacar-se Jeremias que, sô-
-bre os montes, sente o coraçao despedaçar-
-se ao contemplar a sua "Sião outróra tam
formosa". Não conheceu amigos, disse, por-
que não os tinha; a sua elevação moral não
foi compreendida e povo algum lhe fez jus-
tica e lhe dedicou a merecida estima. Todos