HA-LAPID 7 ======================================== ocupam um lugar mais ou menos elevado na escala dos seus tiranos. Destes poderia citar uma infinidade mas, na desnecessidade de faze-lo, limito- me a invocar os três que ninguém desconhece: - O Egipto, o cons- tructor dos monumentos que ultrapassaram os séculos, a Grécia fonte de inspiração de poetas e modelo de artistas e a guerreira Roma possuidora de imorredoiros vultos. Entretanto essas cidades magníficas, êsses sêres de beleza sem igual, estao situados sob algumas camadas terrestres - salvo aqueles que, graças à actividade de alguns arqueólogos, voltaram a ver a luz e figu- ram actualmente nos museus como precio- sidades históricas mas sem qne ninguém os adore - e Israel submisso e sofredor pro- longa a sua existência até aos nossos dias. Sabem como?- Alimentando-se da lei- tura consolante dos seus livros sagrados, tendo sempre, qualquer que tôsse o seu estado de alma, os olhos erguidos para o céu e alimentando esperanças de ver surgir um dia que dissipasse as trevas envolventes, sendo fiel ao seu passado e ao dever pre- sente; sempre erguendo os olhos do abismo para a estrêla protectora e voltando ao bom caminho; crendo sempre que acto algum do mundo é feito sem a intervenção divi- na; e guardando o maior respeito à sua missão. Foi assim que a sua religião, o seu mo- noteismo puro, atravessou triunfante a enorme estrada, que conduz do passado ao presente, marginada pela infinidade de deu- ses dos povos politeistas, embora a impe- di-lo houvesse numerosos inimigos que o perseguissem e o obrigassem mesmo a er- rar de pais em país. Foi despejado de tudo menos da sua Biblia; era o suficiente para se salvar, E verdade que sempre que invo- cava a felicidade do passado, a sua Pátria saúdosa, as páginas daquela eram humede- cidas com as suas lágrimas. Mas, mesmo quando estava no cativeiro, alimentava e esperança no seu regresso. De facto um dia despontou mais radian- te e nêle, Israel, com permissão de Ciro voltou a pisar a desolada terra. A vista dela chorou, chorou não sei se de alegria se de tristeza. Depois trabalhou activamente, os muros do Templo ergueram-se de novo e os dias felizes voltaram. E Deus, do seu trono magestoso, con- templa-o, desce e vai preguntar-lhe: "Como conseguiste resistir a tantas per- seguições e vencer tantos inimigos"? Então Israel, mudo, toma a Biblia e abre-a ao acaso. O Salmo 119 depara-se-lhe e êle sublinha os versículos 16, 42, 49 e 50: "Nas tuas justificações meditarei, não me esquecerei das tuas palavras". "E darei resposta, aos que me insultarem, que puz a minha esperança nas tuas pala- vras". "Lembra-te da tua palavra a respeito do teu servo, na qual me tens feito esperar". "Isto me consolou no meu abatimento porque a tua palavra me deu vida". Freixo E. Cinta, 25/7/934 David Norberto Augusto Moreno o o o Instituto Teológico Israelita Novo moreh Terminou o seu curso de moreh (pre- ceptor israelita) o Talmid David Moreno, de Freixo de Espada á Cinta (Traz-os-Mon- tes), que tem já colaborado neste jornal. Em Rosh ha-shanah na synagoga Ka- dury Mekor Heim, prestou o seu juramen- to solene em frente à Arca do Templo: -- Por minha livre espontanea vontade, sem qualquer reserva mental, perante esta augusta assembleia prometo amar, proteger e socorrer os meus irmãos, membros da santa congregação de Israel, consagrar-me a torna-los melhores e mais ilustrados, ser assíduo no cumprimento dos meus deveres israelitas, estudar com zêlo os ensinamentos do Judaísmo para chegar a ser em tudo e para tudo um moreh (Preceptor israelita). Prometo de hoje em diante ensinar e defender o judaismo pela palavra, pela pena, pela familia e pelas minhas relações sociais, em fim por todos os meios puros e honestos ao meu alcance, seja qual fôr as circunstancias em que me encontre. Se eu algum dia faltar a este solene compromisso que Adonai, Deus Bendito
N.º 067, Tishri 5695 (Set 1934)
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