N.° 69 PORTO luas de Dez.o, Jan.o e Fev.o de 5695 (1935 e.v.) ANO IX ============================================================================================================= Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos e para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | aponta-vos o ca- busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | minho. | | _____| | / / | | | | BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH (HA-LAPID) O FACHO ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO,L.da REDACÇÃO-Rua Guerra Junqueiro, 340-Porto || Rua de S. Bento da Victoria, 10 (Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) || ---------------- P O R T O ---------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A unidade do mundo ou a unidade e diversidade Palestra feita à Rádio-Paris, emissão da Voz de Israel, sexta-feira, 4 de Janeiro, pelo Rabbi Louis-Germain Lévy A palavra hebraica Elohim que quer dizer "Deus" é um plural tomado no singu- lar. Significa a Unidade das forças, a Uni- dade da pluralidade infinita. A Unidade de Deus que a doutrina de Israel põe como primeiro e fundamental principio não é pois de sentido aritmético; pura e símplesmenle, ela exprime a coesão de ordem, a coherencia da organização do mundo, a harmonia de todas as maneiras de ser nas suas diversidades e nas suas analogias infinitas e continuamente renova- das. Noutros termos, a concepção Judaica do Deus Uno e Unico não é uma visão abstra- ta do espirito, mas coisa essencial e emi- nentemente viva, a sinergia de tudo o que se cria num desenvolvimento de actividade enlassadamente geratriz e directriz-donde em que Deus é designado como "Elohim haim" o Deus vivo. Quanto mais se profundam as coisas e mais se percebe que o que no principio parecia simples é um organismo completo, função dum conjunto em que tudo se apoia, reage, retine um sobre o outro. Unidade do mundo isso significa ao mesmo tempo variedade e solidariedade universais. Cada individuo é um principio, qualquer coisa que, em profundeza, nunca se viu e que não se tornará a ver nunca. Por outro lado, cada existência é uma série de mudanças e de imprevistos, a pontos que nós não somos nunca exactamente o mesmo a dois minutos de distância. Cada instante traz o desconhecido na natureza e nas consciencias. E' esta distinção inexgotavelmente mul- tipla que causa o interesse nunca aniquila- do da Vida e da História. E' a curiosidade, a ciência, a arte abertas ás possibilidades e às perspectivas ilimitadas. Se nós aplicamos mais particularmente esta verdade à vida social, constatamos que o movimento da civilisação é um ritmo com dois termos: individualização e socialização crescentes. Indivíduo e Sociedade são dóis momentos duma mesma função, daquilo que fez própriamente o valôr- humanidade. A grande questão é organizar a plurali- dade das afirmacões de si-mesmo, das aspi- rações egoístas, de conciliar as autonomias originais, as divisões da qualidade e do tra- balho com as exigências sociais. A verdadeira civilisação caracteriza-se pelo respeito e a valorização da individua- lidade, pela concepção que a humanidade não é uma colecção de unidades quaisquer,
N.º 069, Tevet-Shevat 5695 (Dez-Fev 1935)
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