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N.º 114, Kislev-Tevet 5703 (Nov-Dez 1942)







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           DECLARAÇÃO BALFOUR

Enquanto a colonização judaica na Pales-
tina (conhecida por a sua designação hebraica
como Yishub) foi gradualmente germinando
mesmo sob as mais desvantajosas condições
do dominio turco, a erupção da Grande Guerra
em 1914 causou à Organização Sionista, com
a sua sede central em Berlim, fosse disper-
sada e posta fora da acção. A Organização
tinha sido seriamente enfraquecida por a
desesperação aparente da expectação Sionista
na Palestina sob os turcos. Uma oferta para
os Sionistas em 1903 por José Chamberlain,
como Ministro do Governo Colonial Britânico,
de um território na África Oriental Britânica
(no Planalto de Guas Ngishu, como vulgar-
mente é designado por Uganda) para uma
colónia autónoma judaica- indirectamente
uma notável façanha Sionista - e sua rejeição
por um Congresso Sionista guiou para a
formação da Organização Territorial Judaica
sob a direcção do literato e protagonista
Sionista Israel Zangwill Anglo-Judaico (1864-
-1926). Seu objectivo foi "alcançar um ter-
ritório com umas bases autônomas para
aqueles judeus que não podiam ou não que-
riam permanecer nas terras nas quais eles
já viveram".

A Organização Territorial Judaica, pensou
baseada no ideal Sionista da autonomia ju-
daica, ser capaz de captar influentes elementos
não-Sionistas mas não foi apesar disso bem
sucedida nas suas pesquisas para um conve-
niente território para a colonização judaica,
e em 1918 desistiu da função. Mas enquanto,
num lado, a separação de muitos proeminentes
Sionistas para aquela rival corporação tinha
materialmente enfraquecido a Organização,
no outro lado, em conseqüência disso desen-
volveu o bíblico, simpatias pro-judaicas as
quais já há séculos se tinha manifestado na
Inglaterra puritana.

Foi nos trágicos anos da Grande Guerra
que, no meio do trabalho e labuta para o
qual os judeus foram sujeitados, não só como
vítimas da descriminação mas também como
combatentes, um raio de luz de inesperado
esplendor luziu sobre eles. Depois de ter
consultado todas as variantes da opinião
judaica e sustentado por os principais Poderes
Associados e Aliados, o Governo Britânico
declarou-se em favor do estabelecimento na



Palestina dum lar nacional para o povo judeu
na seguinte carta que foi dirigida para (o
segundo) Lord Rothschild por Arthur James
Balfour, o Ministro do Estado dos Negócios
Estrangeiros :

            MINISTÉRIO DO ESTRANGEIRO
              2 de Novembro de 1942

Caro Lord Rothschild:

Tenho muito prazer em transmitir para
V. Ex.a em nome do Governo de Sua Majes-
tade, a seguinte declaração de simpatia com
as aspirações dos Sionistas, a qual tem sido
submetida e aprovada por o Conselho de
Ministros.

O Governo de Sua Majestade encara fa-
voravelmente o estabelecimento na Palestina
dum lar nacional para o povo judaico e usará
os seus maiores esforços para facilitar a
realização deste objectivo, sendo claramente
entendido que nada seria feito que pudesse
prejudicar os direitos civis e religiosos das
actuais comunidades não-judaicas na Pales-
tina, ou os direitos e estatuto político pos-
suidos por judeus em alguns outros países.

Eu ser-lhe-ia muito grato se levasse esta
declaração ao conhecimento da Federação
Sionista.

Seu sinceramente

                  ARTHUR JAMES BALFOUR.

A Declaração Balfour (como esta comu-
nicação chegou a um acordo) foi saudada por
os judeus de todo o mundo como um acto de
libertação nacional comparável ao decreto de
Ciro da Pérsia que precedeu para o estabe-
lecimento da Comunidade Judaica na Judeia
depois do Cativeiro da Babilônia. O instinto
para a própria conservação evocou entre os
judeus de tódas as terras um sentimento
colectivo e coesão que inutilizou-se nas bar-
reiras nacionais e divisões ideológicas, e deu
para o ideal Messiânico da Restauração para
Sion uma actualidade que cativou as menta-
lidades judaicas.

 Da History of the jews, por PAUL GOODMAM

        Trad. de MIRYAM BARROS BASTO.


 
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