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N.º 123, Ab-Elul 5704 (Jul-Ago 1944)







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N.° 123                        PORTO - Luas de Julho e Agosto - 5704 (1944 e. v.)                   ANO XVIII
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Tudo se ilumina                     _______  ___  _______ |=|____  _______                      ...alumia-vos
para aquele que                    |____   ||_  ||  ___  ||____  ||_____  |                   e aponta-vos  o 
busca a luz.                            | |   |_| \_\  | |    / /   _   | |                   caminho.
                                        | |       _____| |   / /   | |  | |
       BEN-ROSH                         |_|      |_______|  /_/    |_|  |_|                          BEN-ROSH

                                                  (HA-LAPID)
                                                   O  FACHO

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DIRECT. E EDITOR: -A. C. DE BARROS BASTO (BEN-ROSH)   ||   COMPOSTO E IMPRESSO NA IMPRENSA MODERNA, L.DA
      Redacção na Sinagoga Kadoorie Mekor Haim        ||                 Rua da Fábrica, 80
           Rua Guerra Junqueiro, 340 - Porto          || ------------------- P O R T O -------------------
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Os procuradores romanos
(4 antes da e. v. - 7O da e. v.)

1 - A Judeia reduzida a província
romana (7 e. v.)-Por seu testamento,
Herodes_tínha repartido o pais pelos seus
quatro filhos. Tinha designado Archelaü
para o trono da Judeia: mas ao fim de
alguns anos-êle tinha governado a Judeia
desde o ano 4 antes da era vulgar até o
ano 70 da era vulgar, o imperador Augusto
o depôs e o exilou para Viena nas Gálias.
A_ Judeia foi reduzida ao estado de provin-
cia romana e administrada por funcionários
romanos, chamados procuradores.

2-O povo explorado pelos procura-
dores - Mas êstes procuradores, que tinham
reputado velar pela tranqüilidade e boa
ordem, abusaram das suas funções para
imprimir o povo e feri-lo nos seus senti-
mentos nacionais e religiosos. Arrogaram-
-se o direito de nomear o grande sacerdote
e de o depor segundo a sua vontade. Não
era ao mais digno que conferiam o sacer-
dócio mas àquêle que lhe oferecia mais
quantidade de dinheiro e se declarava pronto
a servir os seus interesses. O direito de
pronunciar a pena de morte foi tirado ao
Sanhédrin para ser daí em diante atribuido
exclusivamente ao procurador. Havia tam-
bém o pêso esmagador dos impostos para
desesperar o povo. Coponio, o primeiro
procurador enviado para a Judeia, aí tinha
introduzido o senso romano, isto é, que êle
tinha recenseado a população para a subme-
ter à capitação (imposto por cabeça de habi-
tante). Como todos os funcionários, do



recebedor ao procudarar, não procuravam
senão enriquecer. Eles aumentavam cada vez
mais a taxa dos impostos e direitos alfan-
degários.

3-O procurador Pôncio Pilatos-
O procurador que humilhou mais a nação
judaica foi sem dúvida Poncio Pílatos, que
governava a Judeia na época do nascimento
do cristianismo. Feriu os judeus nos seus
sentimentos mais sagrados. Êle pretendeu-os
habituar a prestar culto às imagens do impe-
rador e fêz entrar em Jerusalém, durante a
noite, as insignas romanas, que eram orna-
dos com tais emblemas. Uma deputacão
do povo se dirigiu à Cezareia íunto do pro-
curador, para lhe suplicar que fizesse sair
da cidade estas imagens idólatras. Durante
cinco dias, os judeus se mantiveram em
vão diante do seu palácio, sem obterem
entrada. Ao sexto dia Poncio Pilatos fê-los
cercar pelos seus soldados e ameaçou-os de
os mandar massacrar, se não cessavam
com os seus pedidos. Os judeus lançaram-
-se por terra e estenderam o pescoço, decla-
rando que preferiam mais morrer de que
suportar a profanação da cidade santa.
Diante duma tal firmeza, Póncio Pilatos
abrandou e mandou tirar as insígnias-
Mas em breve provocou uma nova irritação.
Sobre o pretexto de construir um aqueduto
que devia conduzir a Jerusalém as águas
duma nascente afastada, êle lançou mão ao
tesouro do templo. Como éle tinha vindo
pessoalmente a Jerusalem, a multidão o


 
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