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N.º 123, Ab-Elul 5704 (Jul-Ago 1944)







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suspeito. Mas a influência de Josephe era
tal que, apesar das graves acusações que
pesavam sôbre ele, deixaram-no nas suas
funções), que, no seu foro intimo, simpati-
zava com os romanos. O grande Sanhé-
drín tinha então à sua frente um homem
enérgico, Semeão Ben-Gamlíel, que, sem
ser zelador fanático, favorecia com tôdas as
suas forças os preparativos da guerra emi-
nente.-Na capital reinou então uma febre
patriótica. Por tóda a parte forjavam-se
armas, fabricavam-se máquinas de guerra.
As muralhas eram fortificadas e postas em
estado de defesa: a juventude exercitava-se
no manejo das armas. Em tôda a Judeia os
patriotas preparavam-se para uma luta que
devia ser formidável.

2-Conquista da Galileia pelos ro-
manos-Mas os romanos não ficavam
inactivos. O imperador Nero enviou à
Judeia o melhor dos seus generais. Flávio
Vespasiano, com um exército escolhido.
composto de 60.000 homens, Vespasiano
avançou primeiramente para as fortalezas
do Norte da Galileia, especialmente para
Jotapata. Êle fêz levantar em frente desta
cidade sessenta máquinas de cêrco, que
lançavam sem interrupção dardos, pedras e
matérias inflamáveis. Os sitiados defende-
ram-se com o mais profundo desprêso pela
morte, repelindo vários assaltos, destruindo
em muitas sortidas os trabalhos dos sitian-
tes, fazendo sortidas hábeis e muitas vezes



felizes. Após mais de quarenta dias
cerco a cidade foi tomada em consequencia
da traição dum desertor, que indicou aos
inimigos um posto fracamente defendido
Durante a noite os romanos penetraram
na cidade, surpreenderam os guerreiros
extenuados e os massacraram até ao último;
40.000 homens morreram. José se escondeu
cobardemente numa cisterna; depois o pe-
rigo passado, rendeu-se aos romanos. Ves-
pasiano tratou-o com muita atenção e
encheu-o de presentes; porque Jose na rea-
lidade não tinha sido um inimigo dos
romanos.-Durante o resto da guerra, ele
seguiu o exército romano como espectador,
notando todos os acontecimentos. Depois
da guerra, viveu vinte-e-cinco anos em
Roma; foi aí que escreveu em lingua grega
a sua célebre "História da guerra dos ju-
deus" assim como outras obras, que conti-
nuam actualmente a ser as fontes históricas
principais desta época.

3 -Submissão da Samaria e da Pereia
-Depois duma luta encarniçada de três
anos, a Samaria e a Pereia cairam também
nas mãos do vencedor. Êstes paises não
eram mais que um deserto. Vespasiano
dirigia-se para Jerusalém, quando soube
que Nero tinha sido assassinado e que o
exército do Oriente o tinha proclamado
imperador. Êle regressou então a Roma,
deixando a seu filho Tito o cuidado de
conquistar Jerusalém.

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Destruição do Templo de Jerusalém e da cidade santa

1-Situação da capital-Jerusalém
tinha sido o ponto de reunião de todos os
fugitivos da Galileia, João de Giscala, que
tinha conseguido escapar-se, tinha levado
consigo vários milhares de partidários.
A cidade estava poderosamente fortificada.
e os seus defensores, cujo número engros-
sava dia a dia, consideravam-se invenciveis.
Podia-se avaliar a população de Jerusalém
nesse tempo em 600.000 almas, sem contar
estes que tinham vindo de fora. A cidade,
largamente aprovisionada, podia sustentar
um cerco de vários anos; ela poderia obter
dos romanos uma paz honrosa, se as lutas
intestinas não tivessem quebrado a sua força
de resistência.



2-A luta de partidos e suas conse-
qüências - Os cercados estavam com efeito.
divididos em dois campos opostos: o par-
tido da paz, que, para salvar o Templo.
estava disposto à submissão, e o partido da
guerra, que exigia a luta, custasse o que
custasse. Mas para cúmulo de desgraça,
este partido guerreiro estava ele prório
dividido em três partidos hóstis que trava-
vam entre si lutas sangrentas. Foi somente
quando Tito concentrou um exército de
80.000 homens â volta da cidade que
êstes partidos chegaram a um certo acordo.
Mas já o mal era irreparável; porque
durante estas lutas fraticidas e vergonho-
sas, os celeiros de trigo tinham-se incen-


 
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