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Ha-Lapid הלפיד


N.º 123, Ab-Elul 5704 (Jul-Ago 1944)







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               HA-LAPID               3
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de "Sicários", (assim designados por um
pequeno punhal que usavam êstes homens
escondido nos seus vestidos) percorriam o
pais; êstes Sicários tinham votado um ódio
mortal aos romanos e aos seus partidários;
mas esquecendo dentro em pouco que êles
não se tinham armado senão pela causa da
liberdade, êles emprestavam os seus braços
a qualquer que os pagava e espalharam o
terror na população passiva. Falsos profe-
tas e falsos messias agitavam o povo e
prometiam a libertação do jugo romano,
enquanto que os "Zeladores" -partído
dos patriotas-levaram à revolta e consti-
tuíam guerrilhas, que trabalharam mais
tarde com tôdas as suas fôrças para liber-
tar a Judeia.

2-Senius Florus leva o povo ao
desespêro.-O último procurador, Senius
Florus (64 a 66 da e. v.) mostrou-se tão
cúpido e tão sanguinário que os judeus
tornaram-se dia para dia mais desejosos de
quebrar o jugo de Roma. Florus. por seu
lado, fêz tudo por levar o povo para a
insurreição. Ganho à força de dinheiro,
permitiu aos gregos de Cesareia de se
lançar sobre os judeus desta cidade e de
massacrar um grande número dêles (66 da
e. v.). Não contente com esta acção de
barbaridade, que emocionou tôda a popu-
lação de Jerusalém, éle tentou ainda de
pilhar o tesouro do Templo e provocou
assim em Jerusalém um tumulto, no decor-
rer do qual êle fêz massacrar mais de 3.000
pessoas. Mas no dia seguinte o povo
tinha-se organizado, e uma imponente tropa
se reuniu na cidade alta para proteger o
santuário, prestes aos últimos sacrifícios.
Vendo a atitude resoluta do povo. Florus
perdeu a coragem e retirou as suas côrtes
de Jerusalém.

3-Os partidos-Logo que Florus
partiu, os judeus fizeram reüniões. A popu-
lação dividiu-se em dois partidos, o partido
da revolução e o da paz. O primeiro-
os Zeladores-compunha-se sobretudo de
jovens que queriam, com perigo de vida,
acabar com a tirania romana e reconquistar
a liberdade perdida, comprometeram-se
por um juramento solene, antes morrerem
do que renderem-se. O seu _chefe era
Eléazar ben Hanania. Ao partido da paz
pertenciam os Sábios, depois os notáveis
com poderes de Roma e os ricos que recea-
vam pelos seus bens.



4--Insurreição dos Zeladores.-O
chefe dos Zeladores procurou provocar a
rutura com Roma. Mandou cessar de fazer
sacrifícios por o imperador, acto decisivo
da ínsurreição. O partido moderado, que
não se sentia com forças de sustentar luta
contra Roma, tentou de conter a revolta.
Os dois partidos lançaram-se em combate
no recinto da cidade; os Zeladores triunfa-
ram. Em todo o pais trava-se então uma
luta sem piedade entre judeus e romanos,
entre judeus e pagãos. Ela estendeu-se
mesmo até Alexandria, onde, se diz que
50.000 judeus morreram num massacre.-
Cestius Gallus, governador da Síria, recebeu
ordem de marchar contra a Judeia e de
esmagar os rebeldes. Ele avançou contra
Jerusalém com 30.000 homens, mas os
Zeladores atacaram o seu exército com
uma tal impetuosidade que lhe ifiligiram
perdas consideráveis. Certíus, obrigado a
retirar-se, abandonou nas mãos dos Zela-
dores as suas águías, o seu tesouro militar,
armas e engenhos de cêrco. Os vencedores
reentraram em Jerusalém cantando hinos de
triunfo. A paz entre os judeus e os roma-
nos tornava-se desde então impossivel. Os
próprios moderados tiveram que se juntar
aos patriotas e preparar-se para uma luta
encarniçada, para salvar a pátria ou para
achar combatendo, uma morte gloriosa.

                  *

         A guerra com Roma
         (67 a 70 da e. v.)

1 - Preparativos dos judeus - Uma
assembléia nacional, convocada no átrio do
Templo, nomeou José Ben-Sorion, gover-
nador de Jerusalem, com missão de dirigir
os trabalhos de fortificação. O posto mais
considerável, o de governador da Galileia,
foi confiado a josé Ben-Matthia, (mais
conhecido pelo seu nome romano de Fla-
vius josephe.-A Galileia teve um outro
defensor, joão de Siscala, homem inteli-
gente e sincero, chefe dos patriotas ardentes,
que depressa desmacarou a suplicidade de
losephe. Aquele contrariava a actividade
dos patriotas em vez de os encorajar; João
o odiava e o denunciou ao Sanhédrin como


 
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