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Ha-Lapid הלפיד


N.º 128, Ab-Elul 5705 (Jul-Ago 1945)







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                HA-LAPID               5
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desta vez, atendendo aos indizíveis horro-
res perpetrados contra os judeus da Alema-
nha e de outros países ocupados da Europa,
é moralmente injusto e politicamente inde-
fensável, impôr obstáculos à entrada agora
na Palestina de todos os judeus que para
lá desejem ir... Também declaramos que
isto não deve ser olhado como um assunto
de que só o govêrno inglês tome a respon-
sabilidade porque, visto que êle entra,
como muitos outros, num campo interna-
cional, é indispensável que haja inteiro
entendimento e cooperação entre os gover-
nos inglês, americano e soviético, espe-
cialmente se tencionarmos estabelecer uma
colónia fixa na Palestina e nos países que
a rodeiam. Se se pode~dizer que isto
representa o ponto de vista do novo
governo da Inglaterra não seria de-certo
despropositado que o Ex.mo Govêrno dos
Estados-Unidos exprimisse o seu interêsse
e apoio por qualquer solução equitativa
desta questão, que daria a possibilidade a
um número razoável de judeus perseguidos
da Europa e agora sem pátria de se fixarem
na Palestina. Esse é o seu desejo, que
está perfeitamente dentro da politica geral-
mente aceite de permitir que grupos de
família se unam e reúnam.

Afim de terminar éste relatório ràpida-
mente para que possivelmente se tomem
medidas o mais cedo possível, não perdi
tempo a analisar tôdas as notas tomadas
no decurso das minhas visitas ou a fazer
comentários sôbre a situação na França,
Bélgica, Holanda ou Suíça, também visi-
tadas. Por conseqüência, peço respeitosa-
mente que éste relatório seja considerado
de indole parcial.

Os problemas actuais da Alemanha e
da Austria são muito mais sérios e diffceis
do que em qualquer dos outros países
mencionados, e éste facto também me
pareceu ser de pêso para a compleição de
um relatório parcial imediatamente depois
de terminada a minha missão.

Em conclusão, desejo repetir que a
grande solução, em muitos casos, a única
verdadeira solução, do problema, é a rá-
pida evacuação de todos os judeus não
repatriáveis da Alemanha e da Austria que
assim o desejem, para a Palestina.

Para ser eficaz, éste plano não deve ser
retardado por muito tempo. E' preciso
que se reconheça a urgência da situação.

 

E' desumano crer que alguém continui a
viver por qualquer espaço de tempo, nas
condições em que êles vivem.

A evacuação dos judeus da Alemanha e
da Austria para a Palestina solucionará o
problema de cada uma das pessoas envol-
vidas e também afastará das autoridades
militares um problema que elas têm tido
que enfrentar. A possibilidade que os
exércitos têm de transportar milhões de
pessoas com rapidez e eficiência, tem sido
largamente demonstrada. A evacuação de
um número relativamente pequeno de
judeus, da Alemanha e da Austria, não
apresentará grandes dificuldades para os
militares. Terminada a guerra com o
Japão, a situação dos transportes maríti-
mos também deve ter melhorado bastante
para tornar praticável uma tal deslocação.
O mundo civilizado, tem, para com êste
punhado de sobreviventes, o dever de lhes
dar uma pátria onde possam de novo
fixar-se e começar a viver como seres
humanos.

                  *

            Obra do Resgate

No dia três de Setembro (25 de Elul de
5705) na Sinagoga Kadoorie Mekor H'aim,
à Rua Guerra Junqueiro, foi recebido na
Aliança de Abraham o descendente de
judeus maranos, Eduardo José de Campos
Pereira Manaças, de 26 anos, natural de
Ponta Delgada (ilha de S. Miguel-Açores)
com o curso de construções, obras públi-
cas e minas. Recebeu como nome de
congregação Moshe Ben-Menasseh.

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Comendador Pardo Roques

Por uma informação vinda de Lon-
dres soubemos que o nosso amigo da
Obra do Resgate dos maranos portu-
gueses, Comendador Giusepe Pardo Ro-
ques, da Università Israelítica de Pisa fôra
assassinado pelos nazis na cidade de Pisa
(Itália). Este bom era de origem portu-
guesa.

Que a sua alma seja reünida ao feixe 
da vida eterna, e que o seu corpo repouse
em paz e glória.


 
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