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Ha-Lapid הלפיד


N.º 029, Nissan 5690 (Mar-Abr 1930)







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 6            HA-LAPÍD
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Vizinho, o Rei costumava consultar Thomas
de Torres, seu medico, muito estudado
tanto em astrologia como em outras scien-
cias. Apezar, de muito acreditar na astrolo-
gia, o Rei não acreditava em predicções e
até era muito contra elas".

                               (Continua).

                o o o

             Obra do Resgate

Londres-O Portuguese Maranos Com-
mittee acaba de enviar ás varias entidades
judaicas mundiais o seguinte relatorio:

      Portuguese Maranos Committee

        Um relatorio e um apêlo

O regresso dos maranos portugueses
ao judaismo fez constante progresso du-
o ano passado, e os seus frutos são agora
representados pelo reconhecimento oficial
das comunidades judaicas no Porto, Bra-
gança e Covilhã.

A Comunidade judaica do Porto mar-
cou uma muito importante etape com a
colocação da pedra fundamental da sinago-
ga Mekor Haím (Fonte da Vida), a qual
teve logar em 1 de Julho de 1629. A ceri-
monia foi executada pelo Prof. Moses Ben-
sabat Amzalak, o Presidente da Comuni-
dade de Lisboa na ocasião oficiou uma As-
cabah (oração memorial) pelas vitimas da
Inquisição. Este acontecimento que é me-
moravel na historia trágica e romantica dos
maranos em Portugal, manifestou que o
renascimento do judaismo entre os mara-
uos. portugueses, o qual emanou desta ci-
dade, tem-se arreigado e tem futuro deante
de si.

Em Bragança, onde a comunidade ju-
daica é constituida por antigos maranos, a
Sinagoga, denominada Shaaré Pidyon (Por-
tas de Redenção), mudou para melhor casa
situada na rua Direita, na melhor parte da
cidade. A Comuuidade de Bragança teve a
boa sorte de receber uma ajuda financeira
da Central Conference of American Rabbi
a qual, por intermedio do seu Presidente,
Dr. H. G. Enelow, votou uma quantia de
500 dollars do Trust Littauer para a sua



disposição e um donativo de 260 dollars
do seu proprio fundo. Um desgosto do-
mestico tem, durante algum tempo privado
a comunidade dos energicos serviços do
seu Presidente, sr. José Furtado Montanha,
mas o encorajamento tem-no recebido da
Comunidade-irmã do Porto tem mantido a
energia da Comunidade de Bragança e tem
obtido alguns novos aderentes.

Outro avanço na organisação de neo-
judeus entre os maranos foi a fundação de
uma Comunidade intitulada Shaaré Caba-
ah (Portas da Tradição), na Covilhã, a
manchester portuguesa. A sinagoga da Co-
vilhã, cnjo estabelecimento recebeu a san-
ção legal do governo em Julho de 1929,
teve 40 fieis no passado Yom Kippur Mr.
Samuel Schwarz, o qual se interessa no
renascimento judaico entre os maranos
portugueses, fez ver a consequencia de lar-
go alcance para eles, é o Presidente da
assembleia geral da Comunidad. Um sepher
Torah foi oferecido pelo sr. Joaquim Se-
bag, de Ponta Delgada (Açores) e o mobi-
liario de casa da orações foi fornecido pela
Comunidade do Porto.

Os cripto-judeus da Covilhã deram no
passado um certo numero de homens de
distinção entre os quais as bem conhecidas
familias de Sousa (dos quais Antonio de
Sousa era em 1643 embaixador de Portu-
gal em Londres, e Tomé de Sousa, gover-
nador do Brasil em 1549), de Castro, Men-
des, Pinto e Mesquita. Um membro da
presente Comunidade da Covilhã é o te-
nente Elias da Costa, autor duma recente
publicação intitulada "Covilhã no Traba-
lhoi".

Tentativas teem sido feitas durante este
periodo para estabelecer outras comunida-
des neo-judaicas, para esse fim reuniões de
oração teem siido efectuadas e palestras
sobre judaismo se teem feito em varios lo-
gares, mas estes esforços não foram ainda
coroados de exito.

Em Belmonte, o sr. José Pereira de Sou-
sa reuniu em sua casa aos sabados algumas
familias maranas a quem fez palestras sob
assuntos de interesse judaico. Disposições
se teem tomado para que os grupos de
maranos sejam adidos ás comunidades es-
tabelecidas proximo deles, e destes, por
agora, Caria, Belmonte e Fundão á Covi-
ihã; e Macedo a Bragança.

No Porto, quartel general da "Obra do


 
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