6 HA-LAPÍD =========================================== Vizinho, o Rei costumava consultar Thomas de Torres, seu medico, muito estudado tanto em astrologia como em outras scien- cias. Apezar, de muito acreditar na astrolo- gia, o Rei não acreditava em predicções e até era muito contra elas". (Continua). o o o Obra do Resgate Londres-O Portuguese Maranos Com- mittee acaba de enviar ás varias entidades judaicas mundiais o seguinte relatorio: Portuguese Maranos Committee Um relatorio e um apêlo O regresso dos maranos portugueses ao judaismo fez constante progresso du- o ano passado, e os seus frutos são agora representados pelo reconhecimento oficial das comunidades judaicas no Porto, Bra- gança e Covilhã. A Comunidade judaica do Porto mar- cou uma muito importante etape com a colocação da pedra fundamental da sinago- ga Mekor Haím (Fonte da Vida), a qual teve logar em 1 de Julho de 1629. A ceri- monia foi executada pelo Prof. Moses Ben- sabat Amzalak, o Presidente da Comuni- dade de Lisboa na ocasião oficiou uma As- cabah (oração memorial) pelas vitimas da Inquisição. Este acontecimento que é me- moravel na historia trágica e romantica dos maranos em Portugal, manifestou que o renascimento do judaismo entre os mara- uos. portugueses, o qual emanou desta ci- dade, tem-se arreigado e tem futuro deante de si. Em Bragança, onde a comunidade ju- daica é constituida por antigos maranos, a Sinagoga, denominada Shaaré Pidyon (Por- tas de Redenção), mudou para melhor casa situada na rua Direita, na melhor parte da cidade. A Comuuidade de Bragança teve a boa sorte de receber uma ajuda financeira da Central Conference of American Rabbi a qual, por intermedio do seu Presidente, Dr. H. G. Enelow, votou uma quantia de 500 dollars do Trust Littauer para a sua disposição e um donativo de 260 dollars do seu proprio fundo. Um desgosto do- mestico tem, durante algum tempo privado a comunidade dos energicos serviços do seu Presidente, sr. José Furtado Montanha, mas o encorajamento tem-no recebido da Comunidade-irmã do Porto tem mantido a energia da Comunidade de Bragança e tem obtido alguns novos aderentes. Outro avanço na organisação de neo- judeus entre os maranos foi a fundação de uma Comunidade intitulada Shaaré Caba- ah (Portas da Tradição), na Covilhã, a manchester portuguesa. A sinagoga da Co- vilhã, cnjo estabelecimento recebeu a san- ção legal do governo em Julho de 1929, teve 40 fieis no passado Yom Kippur Mr. Samuel Schwarz, o qual se interessa no renascimento judaico entre os maranos portugueses, fez ver a consequencia de lar- go alcance para eles, é o Presidente da assembleia geral da Comunidad. Um sepher Torah foi oferecido pelo sr. Joaquim Se- bag, de Ponta Delgada (Açores) e o mobi- liario de casa da orações foi fornecido pela Comunidade do Porto. Os cripto-judeus da Covilhã deram no passado um certo numero de homens de distinção entre os quais as bem conhecidas familias de Sousa (dos quais Antonio de Sousa era em 1643 embaixador de Portu- gal em Londres, e Tomé de Sousa, gover- nador do Brasil em 1549), de Castro, Men- des, Pinto e Mesquita. Um membro da presente Comunidade da Covilhã é o te- nente Elias da Costa, autor duma recente publicação intitulada "Covilhã no Traba- lhoi". Tentativas teem sido feitas durante este periodo para estabelecer outras comunida- des neo-judaicas, para esse fim reuniões de oração teem siido efectuadas e palestras sobre judaismo se teem feito em varios lo- gares, mas estes esforços não foram ainda coroados de exito. Em Belmonte, o sr. José Pereira de Sou- sa reuniu em sua casa aos sabados algumas familias maranas a quem fez palestras sob assuntos de interesse judaico. Disposições se teem tomado para que os grupos de maranos sejam adidos ás comunidades es- tabelecidas proximo deles, e destes, por agora, Caria, Belmonte e Fundão á Covi- ihã; e Macedo a Bragança. No Porto, quartel general da "Obra do
N.º 029, Nissan 5690 (Mar-Abr 1930)
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