4 HA-LAPÍD ============================================= uns foram deportados para as minas do Egipto e os restantes foram entregues aos animais ferozes, nas arenas romanas, segundo o costume romano. Tito assenhoreou-se da parte mais nobre e distinta dos zeladores, para figurarem, no seu regresso, na marcha triunfal, através das largas ruas de Roma e, nesta cidade, foi mandado levantar um arco triunfal, ainda hoje conhecido pelo Arco de Tito, no Coliseu Romano, muito visitado pelos visitantes da Roma moderna, em que figuram, como es- cravos, mancebos judeus, acarretando ás costas utensílios do Templo. O arco ainda existe, em parte arruinado; um troço das velhas muralhas de Jerusalem, outrora embebidas de sangue, tambem ainda existe e ainda hoje, os descendentes dos antigos judeus veem ali chorar a patria per- dida e implorar, o Todo Poderoso, pela sua restituição. São os unicos testemunhos do antigo heroísmo, que excedeu todos os heroismos, que a Historia regista. A par dessas duas ruínas do passado, levantam-se os judeus, que, de romanos, egípcios, assirios, babilonios, persas e gregos, são o unico povo, que sobre- viveu. Parecia, contudo, que, no ano setenta, destruída a patria, aniquilada a população, arrazada a cidade, amesquinhados e escravi- sados os sobreviventes, esse povo deveria desaparecer... Adolfo Benarus. (Do livro "Os Judeus" (Historia estranha deste povo até aos nossos dias). o o o Dissertação sobre o Messias (Continuação do n. 31) CAPITULO I «No qual se prova que Deus fez conhecer aos Israelitas nos cinco livros da Lei tudo o que eles de- viam fazer para não se deixarem reduzir pelas nações e para não abandonaram a verdadeira religião seguin- do a dos Cristãos". Deus instruiu tão bem os israelitas sobre a Lei que eles deviam seguir, que julgou inutil advirti-los da que Jesus Cristo devia introduzir alguns séculos depois de Moisés. Os pagãos entre os quais vivia esta povo escolhido tinham criado religiões e adoravam uma pluralidade de deuses incompativel com a unia dade do verdadeiro Deus. Não se vê em parte algums do texto sagrado que os israelitas fóssem advertidos que se ergueriam falsas divindades próprias a reduzi -los. Toda a precaução que o senhor tomou para ga- rantir o seu povo contra as falsas doutrinas consiste na proibição que lhe fez de adorar Deuses que os seus antepassados não conheceram e na ordem em que o intima a punir como falsos Profetas todos os que anunciassem que éie devia afastar-se das divinas leis e dos preceitos que Ele lhe tinha ordenado de seguir eternamente. Estas ordens sagradas devem bastar aos Israelitas para condenar todos os dogmas que não são inteiramente conformes aos decretos irrevogaveis da Divindade. A divina sabedoria prevendo que havia de nascer um dia uma religião que estabeiecesse uma Trindade; que uma doutrina contraditória das suas sagradas ordens poderia esmagar a que Moisés tinha ensinado aos filhos de israel para sér seguida eternamente, re- comendou a Moisés de lhe assegurar que Ele era e que seria sempre eternamente Só e independente de tudo; e o seu Ser não podia sér separado nem dividido qualquer que fosse a maneira por a qual se tentasse explicar esta divisão. Por consequência esta doutrina em virtude da qual três não são senão um é insus- tentavel, porque se o filho é engendrado pelo pai, é preciso absolutamente que dependa déle como o efeito da causa, não há nada mais natural que a dependên- cia dum filho em relaçao ao pai: O que pelas regras da filosofia impede absolutamente a egualdade. E' por consequencia impossivel que o filho seja Deus, visto que ele não é aquele que existe por si mesmo e que para existir ele depende dum outro ser. Os israelitas que acreditarem na unidade de Deus de acordo com as suas ordens irrevogaveis nunca poderão supô-lo dependente. Eles nunca poderão ado- rar um Deus criado e um outro produzido; êles estão tão bem instruídos que sem ofender o verdadeiro Deus nunca poderão aceitar uma doutrina tam intima e que os torna indignos da gloriosa escolha que a di- vina Magestade deles fez entre todas as nações. Eu sou o Senhor teu Deus e não há nenhum antes de mim (o que prova á evidencia que ele não foi criado por nenhum outro) e não haverá nenhum depois de Mim. Esta declaração formal deve bastar para conven- cer os Cristãos da falsidade de uma opinião que eles se esforçam para provar e por explicações mais dili- ceis e por distinções mais embaraçsdoras que a pró- pria doutrina estabeleceu. Os doutores que se servem de todos os meios para a sustentar, estao obrigados a dizer que estas três pessoas divinas que adoram nao são senão um e mesmo Deus e que este Deus é triplo sendo "uno". E' por mercê da Providencia Divina que os Cris- tão se obstinaram sempre a sustentar esta opinião absurda; é uma barreira impenetravel que impede os Judeus de admitir uma Lei contrária á que Moisés lhe deu. Talvez eles se deixassem tentar se os Cristãos tivessem querido desfazer-se dum principio que tanto repugna ao bom remo, e aceitar a doutrina de Arius que viu perfeitamente que a divindade de Jesus Cristo fortificaria os israelitas na religiao de seus pais que os impediria de aceitar e seguir Deuses que eles não ti- vessem conhecido. O texto sagrado ensina os israelitas que Deus não depende de ninguém. O Senhor fez o que quiz e
N.º 032, Ab 5691 (Jul-Ago 1930)
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