HA-LAPID 3 ========================================= cede um grande favor: está ainda em nosso poder o morrer valentemente e como homens livres" (Guerra dos Judeus, VII, VIII, 6). Estas ideias não podem ser as de ladrões, como Joseph nos queria fazer acreditar. Além disso, julgo que é fazer uma falsa ideia da historia, acreditar-se que ladrões e bandidos eram capazes de forçar uma nação a ir para a guerra. Era bem preciso que eles tivessem principios susceptiveís de entusiasmar os seus concidadãos. A seita da quarta filosofia foi organisada por Judah da Galileia e formou-se_ no ano 7 da era vulgar, quando Cirenius veio de Roma para lançar impostos na Judeia. Judah inci- tou os judeus a revoltarem-se contra os Ro- manos. dizendolhes que pagar impostos a es- tes equivalia a tornarem-se seus escravos. Apesar de Judah ter sido morto e a re- volta reprimida no seu começo, as suas ideias foram retomadas pelos seus filhos e seus discípulos, que se agruparam e comba- teram os Romanos assim como as autorida- des judaicas. Um dos seus principais chefes foi um certo Eleazar Ben-Dinai. Os Roma- nos e as autoridades judaicas pararam o mo- vimento tomando medidas muito severas, e Eleazar, encadeada, foi enviado para Roma. Mas, apesar de momentaneamente dispersa, a seita não renunciou á luta. Os seus mem- bros consideravam como traidores ao seu paiz os que não partilhavam da sua maneira de ver. Sabendo que era apenas uma mino- ria e conhecendo a viva hostilidade das au- toridades judaicas para com eles, procura- ram apoderarem-se do poder pelo terror. Desembaraçar-se-iam dos homens eminentes ou influentes que sabiam favoraveis aos Ro- manos assassinando-os com o sica (especie de punhal curto) o que motivou o nome de sicarios. Recorreram a este metodo terroris- ta a fim de que ninguem se sentisse em se- gurança para exprimirem ideias contrarias ás suas. Joseph acusa-os de terem morto muitos judeus ricos e terem pilhado os seus bens, levando-lhes os rebanhos e incendiando-lhes as casas. O proprio grande sacerdote Jona- than foi morto pelos sicarios. Tanto se opu- nham ás autoridades judaicas como á auto- ridade romana e consideravam Jonathan tão hostil aos seus interesses como o proprio governador romano: e porisso o mataram. E' possivel que Jonathan não tivesse sido morto por eles; é possivel tambem que não tives- sem despejado nenhum judeu afortunado. E' possivel que os proprios romanos fomentas- sem esses crimes com o fim de desacredita- rem os revolucionarios perante a população e domina-los ao mesmo tempo que ao povo judeu. (Continua) Extracto dum estudo do Prof' Salomon Zeittlin, de Filadelfia. o o o Dissertação sobre o Messias (Continuação do n. 33) CAPITULO VI "Que os milagres não bastam para confirmar as verdades Divinas, nem para fazer reconhecer os ver- dadeiros Profetas". A maior parte dos Cristãos fundamentam a ver- dade da sua doutrina sobre os brilhantes milagres que eles afirmam que o seu Messias fez e dizem aos Ju- deus que, se eles recusam acreditar em todos os que são enunciados nos Evangelhos e Actos dos Aposto- los, eles refutarão pelos mesmos argumentos todos os que se encontrarem na Sagrada Escritura, sem se lembrarem que não é senão tendo fé em tudo o que está escrito no texto sagrado que eles podem ter um messias, pois que êles podem provar a sua vinda se- não pelos Profetas. A diferença que ha entre os milagres que estão issertos no Pentatenco e os que os santos homens fi- zeram é muito considerável. Os primeiros são a obra imediata do Senhor para instruir o povo da sua Divina vontade e fazer-lhe observar os seus mandamentos: os outros tem sido feitos para persuadir o mesmo povo de seguir mais exactamente a lei de Deus para se desligar intei- ramente do vicio e merecer por um sincero arrepen- dimento a clemencia do Senhor. As suas profecias não contém senão a exposição e o detalhe das desgraças com que a justiça celeste os deve abater se eles continuarem a viver na idolatria, no parricído, em uma palavra nos horrores dos cri- mes mais enormes e quando as suas ameaças eram acompanhadas de milagres, não há em todos os escri- tos dos Profetas que anuncie qualquer invocação na lei nem no culto que Moises lhe tinha prescrito. Quando se elevar algum Profeta entre vôs ou al- gum narrador de fantasias, se para vos fazer acreditar o que eles dizem e fazem algum milagre, se o que êles fazem de extraordinário é para vos persuadir de seguir Deuses que vossos pais nunca conheceram, não escuteis as palavras destes Profetas, nem acrediteís nos seus milagres mesmo quando os verdes, e fazei- os secumbir. Nêste caso o milagre é verdadeiro e o Profeta é falso. Não são pois os milagres que provam a verdade da lei e é preciso que o Profeta seja da Missão Di-
N.º 034, Heshvan 5691 (Oct-Nov 1930)
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