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Ha-Lapid הלפיד


N.º 034, Heshvan 5691 (Oct-Nov 1930)







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              HA-LAPID                 3
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cede um grande favor: está ainda em nosso
poder o morrer valentemente e como homens
livres" (Guerra dos Judeus, VII, VIII, 6).

Estas ideias não podem ser as de ladrões,
como Joseph nos queria fazer acreditar. Além
disso, julgo que é fazer uma falsa ideia da
historia, acreditar-se que ladrões e bandidos
eram capazes de forçar uma nação a ir para
a guerra. Era bem preciso que eles tivessem
principios susceptiveís de entusiasmar os
seus concidadãos.

A seita da quarta filosofia foi organisada
por Judah da Galileia e formou-se_ no ano 7
da era vulgar, quando Cirenius veio de Roma
para lançar impostos na Judeia. Judah inci-
tou os judeus a revoltarem-se contra os Ro-
manos. dizendolhes que pagar impostos a es-
tes equivalia a tornarem-se seus escravos.

Apesar de Judah ter sido morto e a re-
volta reprimida no seu começo, as suas
ideias foram retomadas pelos seus filhos e
seus discípulos, que se agruparam e comba-
teram os Romanos assim como as autorida-
des judaicas. Um dos seus principais chefes
foi um certo Eleazar Ben-Dinai. Os Roma-
nos e as autoridades judaicas pararam o mo-
vimento tomando medidas muito severas, e
Eleazar, encadeada, foi enviado para Roma.
Mas, apesar de momentaneamente dispersa,
a seita não renunciou á luta. Os seus mem-
bros consideravam como traidores ao seu
paiz os que não partilhavam da sua maneira
de ver. Sabendo que era apenas uma mino-
ria e conhecendo a viva hostilidade das au-
toridades judaicas para com eles, procura-
ram apoderarem-se do poder pelo terror.
Desembaraçar-se-iam dos homens eminentes
ou influentes que sabiam favoraveis aos Ro-
manos assassinando-os com o sica (especie
de punhal curto) o que motivou o nome de
sicarios. Recorreram a este metodo terroris-
ta a fim de que ninguem se sentisse em se-
gurança para exprimirem ideias contrarias
ás suas.

Joseph acusa-os de terem morto muitos
judeus ricos e terem pilhado os seus bens,
levando-lhes os rebanhos e incendiando-lhes
as casas. O proprio grande sacerdote Jona-
than foi morto pelos sicarios. Tanto se opu-
nham ás autoridades judaicas como á auto-
ridade romana e consideravam Jonathan tão
hostil aos seus interesses como o proprio
governador romano: e porisso o mataram. E'
possivel que Jonathan não tivesse sido morto
por eles; é possivel tambem que não tives-



sem despejado nenhum judeu afortunado. E'
possivel que os proprios romanos fomentas-
sem esses crimes com o fim de desacredita-
rem os revolucionarios perante a população
e domina-los ao mesmo tempo que ao povo 
judeu.
                           (Continua)

Extracto dum estudo do Prof' Salomon Zeittlin,
de Filadelfia.

                 o o o

      Dissertação sobre o Messias

        (Continuação do n. 33)

              CAPITULO VI

"Que os milagres não bastam para confirmar as
verdades Divinas, nem para fazer reconhecer os ver-
dadeiros Profetas".

A maior parte dos Cristãos fundamentam a ver-
dade da sua doutrina sobre os brilhantes milagres que
eles afirmam que o seu Messias fez e dizem aos Ju-
deus que, se eles recusam acreditar em todos os que
são enunciados nos Evangelhos e Actos dos Aposto-
los, eles refutarão pelos mesmos argumentos todos os
que se encontrarem na Sagrada Escritura, sem se
lembrarem que não é senão tendo fé em tudo o que
está escrito no texto sagrado que eles podem ter um
messias, pois que êles podem provar a sua vinda se-
não pelos Profetas.

A diferença que ha entre os milagres que estão
issertos no Pentatenco e os que os santos homens fi-
zeram é muito considerável.

Os primeiros são a obra imediata do Senhor para
instruir o povo da sua Divina vontade e fazer-lhe
observar os seus mandamentos: os outros tem sido
feitos para persuadir o mesmo povo de seguir mais
exactamente a lei de Deus para se desligar intei-
ramente do vicio e merecer por um sincero arrepen-
dimento a clemencia do Senhor.

As suas profecias não contém senão a exposição
e o detalhe das desgraças com que a justiça celeste os
deve abater se eles continuarem a viver na idolatria,
no parricído, em uma palavra nos horrores dos cri-
mes mais enormes e quando as suas ameaças eram
acompanhadas de milagres, não há em todos os escri-
tos dos Profetas que anuncie qualquer invocação na
lei nem no culto que Moises lhe tinha prescrito.

Quando se elevar algum Profeta entre vôs ou al-
gum narrador de fantasias, se para vos fazer acreditar
o que eles dizem e fazem algum milagre, se o que
êles fazem de extraordinário é para vos persuadir de
seguir Deuses que vossos pais nunca conheceram, não
escuteis as palavras destes Profetas, nem acrediteís
nos seus milagres mesmo quando os verdes, e fazei-
os secumbir. Nêste caso o milagre é verdadeiro e o
Profeta é falso.

Não são pois os milagres que provam a verdade
da lei e é preciso que o Profeta seja da Missão Di-


 
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