6 HA-LAPID ====================================================== Grande sinagoga de Oran este facto com o Patriarca Abraham e os descendentes para a perpetualidade. A visão de S. Pedro, apezar de quimerica, fez muitos cristãos: esta toalha coberta de animais imundos que um anjo lhe trouxe e lhe deu a comer fez uma terrivel impressão sobre o espirito de vários libertinos que, para satisfezerem a sua gula, acomodaram-se numa lei de que não constrangia o seu apetite e esqueceram as proibições que o Senhor fizera de comer alguns destes animais. Os apostolos que introduziam dogmas tão perni- ciosos, faziam-no com muita precaução, sabendo bem que seriam punidos logo que fossem descobertos. Nós não temos nada a dizer-vos, vós tendes a lei de Moi- sés, que deve servir-vos de regra, diziam eles eles. O que faz ver que eles não ousavam discordar da verda- de e que eles não davam parte dos seus novos senti- mentos senão ás pessoas que tinham já muita inclina- ção para a libertinagem, que não seguiam a religião de seus pais seuão por obrigação e que achavam a maneira de viver que os novos convertidos lhes esta- beleciam muito mais comoda que a que é proscrito aos israelttas. Uma moral relaxada tem muitos atrativos para a fragilidade humana. A permissão que lutero e Calvino deram aos pa- dres para se casarem atraiu para a sua doutrina a maior parte das pessoas que os catolicos obrigavam a guardar o celibato. Eles lançam o raio da excomunhão; consideriam a eterna condenação e os autores desta mudança e os que a praticam, Mas porque aboliram eles dois preceitos que o Senhor deu aos israelitas para a perpetuidade, a cír- cumcisào ordanada no genesio e a proibição de comer animais imundos feita no deuteronomio. Jesus Cristo e seus apostolos são mais perfeitos que Deus? As suas leis devem ser preferidas á que foi dada na montanha do Sinai ? E' permitido acreditar, sem impiedade que Deus muda de sentimentos depois dum tempo determinado"? Ou que encontrando imperfeição no primeiro culto, que ele ordenou, queira rectifica-lo por leis diferen- tes ? Que segurança poderiamos nós ter que as novas ordenações seriam mais permanentes que as primei- ras ? CAPITULO VIII "Que a nossa fé deve acomodar-se ás revelações divinas". A forma como o Senhor pretende que confiamos nas revelações divinas é tão claramente anunciada no texto sagrado que é o impossivel não a compreender. O Profeta deve acreditar em Deus quando Ele lhe fala imediatamente, mas quando não e senão uma in- fluencia divina, que introduz a revelação, é permitido ao Profeta duvidar dela. Sarah, Samuel, Gedeão du- vidaram, porem quando Deus se comunica a um Pro- feta apodera-se tão bem do seu espírito que ele não poderia duvidar que é a vontade divina que o obriga a anunciar os oraculos que Ele lhe revela. O povo deve ter um outro principio após a revelação de Si- nai; -devem acreditar todas as verdades que lhe são divinamente reveladas, é um dos principios da lei. Os Profetas que vieram depois de Moisés não pu- deram, nem deviam anunciar aos israelitas nenhuma nova doutrina, assim nós acreditamos que as suas re- velações só consistem em os exhortar com toda a sinceridade que eles julgaram dever empregar, a se- guir esta santa lei, a observar estes santos preceitos para merecer a graça do Senhor. Todos eles ameaça- ram o povo com mais duros castigos se eles conti- nuassem a viver na desordem em que estavam mer- gulhados, se eles adorassem por mais tempo deuses estrangeiros, que os seus pais não tinham conhecido, e como a colera dum pai nunca vai até exterminar os seus filhos. Deus que se nomeia varias vezes ao pi deste povo, rebelde no tesxto sagrado, o avisa pela boca dos Profetas de todas as desgraças ás quais será exposto para expiar os seus crimes, e lhe assegura que depois duma reforma inteira dos seus costumes, depois
N.º 034, Heshvan 5691 (Oct-Nov 1930)
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