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Ha-Lapid הלפיד


N.º 034, Heshvan 5691 (Oct-Nov 1930)







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 6                HA-LAPID
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Grande sinagoga de Oran





este facto com o Patriarca Abraham e os descendentes
para a perpetualidade. A visão de S. Pedro, apezar de
quimerica, fez muitos cristãos: esta toalha coberta de
animais imundos que um anjo lhe trouxe e lhe deu a
comer fez uma terrivel impressão sobre o espirito de
vários libertinos que, para satisfezerem a sua gula,
acomodaram-se numa lei de que não constrangia o
seu apetite e esqueceram as proibições que o Senhor
fizera de comer alguns destes animais.

Os apostolos que introduziam dogmas tão perni-
ciosos, faziam-no com muita precaução, sabendo bem
que seriam punidos logo que fossem descobertos. Nós
não temos nada a dizer-vos, vós tendes a lei de Moi-
sés, que deve servir-vos de regra, diziam eles eles. O
que faz ver que eles não ousavam discordar da verda-
de e que eles não davam parte dos seus novos senti-
mentos senão ás pessoas que tinham já muita inclina-
ção para a libertinagem, que não seguiam a religião
de seus pais seuão por obrigação e que achavam a
maneira de viver que os novos convertidos lhes esta-
beleciam muito mais comoda que a que é proscrito aos
israelttas. Uma moral relaxada tem muitos atrativos
para a fragilidade humana.

A permissão que lutero e Calvino deram aos pa-
dres para se casarem atraiu para a sua doutrina a
maior parte das pessoas que os catolicos obrigavam a
guardar o celibato. Eles lançam o raio da excomunhão;
consideriam a eterna condenação e os autores desta
mudança e os que a praticam,

Mas porque aboliram eles dois preceitos que o
Senhor deu aos israelitas para a perpetuidade, a cír-
cumcisào ordanada no genesio e a proibição de comer
animais imundos feita no deuteronomio. Jesus Cristo
e seus apostolos são mais perfeitos que Deus? As suas
leis devem ser preferidas á que foi dada na montanha
do Sinai ?

E' permitido acreditar, sem impiedade que Deus
muda de sentimentos depois dum tempo determinado"?
Ou que encontrando imperfeição no primeiro culto,
que ele ordenou, queira rectifica-lo por leis diferen-

tes ? Que segurança poderiamos nós ter que as novas
ordenações seriam mais permanentes que as primei-
ras ?

                  CAPITULO VIII

"Que a nossa fé deve acomodar-se ás revelações
divinas".

A forma como o Senhor pretende que confiamos
nas revelações divinas é tão claramente anunciada no
texto sagrado que é o impossivel não a compreender.
O Profeta deve acreditar em Deus quando Ele lhe
fala imediatamente, mas quando não e senão uma in-
fluencia divina, que introduz a revelação, é permitido
ao Profeta duvidar dela. Sarah, Samuel, Gedeão du-
vidaram, porem quando Deus se comunica a um Pro-
feta apodera-se tão bem do seu espírito que ele não
poderia duvidar que é a vontade divina que o obriga
a anunciar os oraculos que Ele lhe revela. O povo
deve ter um outro principio após a revelação de Si-
nai; -devem acreditar todas as verdades que lhe são
divinamente reveladas, é um dos principios da lei.

Os Profetas que vieram depois de Moisés não pu-
deram, nem deviam anunciar aos israelitas nenhuma
nova doutrina, assim nós acreditamos que as suas re-
velações só consistem em os exhortar com toda a
sinceridade que eles julgaram dever empregar, a se-
guir esta santa lei, a observar estes santos preceitos
para merecer a graça do Senhor. Todos eles ameaça-
ram o povo com mais duros castigos se eles conti-
nuassem a viver na desordem em que estavam mer-
gulhados, se eles adorassem por mais tempo deuses
estrangeiros, que os seus pais não tinham conhecido,
e como a colera dum pai nunca vai até exterminar os
seus filhos. Deus que se nomeia varias vezes ao pi
deste povo, rebelde no tesxto sagrado, o avisa pela
boca dos Profetas de todas as desgraças ás quais será
exposto para expiar os seus crimes, e lhe assegura que
depois duma reforma inteira dos seus costumes, depois


 
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