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Ha-Lapid הלפיד


N.º 035, Kieslev 5691 (Nov-Dez 1930)







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 4          HA-LAPID
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lhante conferencia, dizendo que a filoso-
fia de Spinosa estabelece metafisicamente
que não é pela bitola das paixões que
alcançamos a beatitude, mas, pelo con-
trário, porque conquistamos a beatitude,
porque consideramos todas ao coisas "sub
specie acternitatis", que triunfamos das
paixões".
Este distinto professor da Universida-
de Coimbra publicava a pouco um nota-
vel trabalho, onde explana e documenta
o assunto da sua conferência, traba-
lho este que intitulou "Sobre o lugar de
origem dos antepassados dos Baruch de
Espinosa".

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A Rrevolução contra a Roma Imperial
  nos anos 65 a 70 da Era vulgar
       Continuação do n.° 34

Na primavera do ano 65, a Revolução, dirigida
contra os Romanos, rebentou em Jerusalem com toda
a sua gravidade. Os chefes do movimento eram jovens
sacerdotes e levitas; pertenciam pois á classe superior.
Um dos prínclpals era Eleazar, fllho do grande
sacerdote Ananlah.
Os revolucionarios dominaram a guarnição ro-
mana e Florus, procurador da Judiía, foi obrigado a
deixar a cidade. Agripa, o rei judeu, tentou entender-
se com os revolucionários para submeter os romanos,
mas não conseguiu. Decidiu-se entao a apoderar-se
do Templo pelas armas, esperando desta forma es-
magar a revolução.
Depois de varias batalhas entre o exercito do rei
e os revolucionarios, estes ultimos ajudados pelos si-
carios, foram vencedores e Agrípa teve que evacuar
a cidade.
O chefe dos sicarios era Menahen, filho de Judah
da Galileia, fundador da seita. Ele tinha ajudado mui-
to os revolucionarios a lutarem contra Agripa, mas
não lhe bastava ter simplesmente sacudido o jugo dos
romanos. Os sicarios queriam agora fazer uma revo-
lução economica e social conforme as suas ideias.
Os sicarios mataram o grande-sacerdote Ananiah
(pai de Eleazar, chefe do partido revolucionario), que
eles julgavam tão perigoso como o governo romano.
Queimaram os palaclos reais e os edlficíos onde se
guardavam os registos dos prestamistas de dinheiro,
a fim da impedirem a cobrança das dividas. Joseph
diz que os sicarios destruíram os palacíos com o fim
de crearem uma legiao de devedores reconhecidos e
de levantaram os pobres contra os ricos.
Parece mais vorosímil que eles não só queriam
agradar as massas mas tambem liberta-las do jugo
dos ricos, isto é, crear a egualdade entre os homens,
fim da seita da Quarta Filosofia.
Eleasar e os seus companheiros, que tinham

preparado a revolução, não estavam dispostos a da
xar os seus rivais colherem os produtos dela. Eleazar
allou-se com os elementos conservadores a fim de
combater os radicais, isto é, os sicarios. Numa bata-
lha em que vieram ás mãos os partidarios de Eleazar
e os sicarios, Menahem foi morto assim como muitos
dos seus. O resto teve que fugir da cidade e refugiar-
se na fortaleza de Massadah sob o comando de
Eleazar, filho de Yair, parente de Menahem. Assim a
revolução radical não teve sucesso e afundou-se logo
no seu início. Aparentemente o povo não estava ainda
gasto pela guerra cívll e não estava disposto a gran-
des mudanças. Desta forma foi facil ao governo pro-
visorio da Judeia, dirigido por Eleazar, filho da Ana-
niah, esmagar a revolução no berço. Mas, mais tarde,
quando a guerra civil tomou o seu pleno desenvolvi-
mento, o poder dos sicarios aumentou. E' interessante
notar que, na revolta dos elementos moderados con-
tra o exercito de Agripa, eles foram ajudados pelos
radicais, enquanto que mais tarde, durante a repres-
são do levantamento radical, os conservadores junta-
ram as suas forças ás dos revolucionarios moderados.
Joseph acusa Menahem de ter sido um assassino
ávido de ditadura. Mas como Joseph denuncia indis-
tintamente todos os chefes comprometidos na guerra
contra os romanos, nós podemos supor que Menahem
não era movido pela ambíçao egoísta de dominar os
seus concidadãos e tambem que não era um assa-
sino. Era antes um demagogo, um condutor de mul-
tidões, que procurava impor as suas vistas a todas as
classes. Para ele o fim era tudo, não lhe importando
os meios. Fosse o que fosse, no espirito popular, Me-
nahem ficou como um patriota ideal. Isto explica tal-
vez a crença que se encontra no Talmud, que o Mes-
sias se chamaria Menahem e seu pai Hezekiah.
Os herodianos e os conservadores qua tinham
combatido ao lado de Eleazar a fim de esmagar o le-
vantamento radical, receavam que a revolução se es-
tendesse a todo o país. Porisso mandaram uma men-
sagem a Cestius, governador da Síria, pedindo-lhe
para vir á testa dum exercito, pôr fim á rebelião.
Eles preferiam sacrificar a sua liberdade e submete-
rem-se aos romanos do que permitirem que os radi-
cais alcançassem o poder e destruissem o país.
A expedição de Cestius, no outono de 65 termi-
nou por um desastre. Esta vitoria judaica sobre os ro-
manos derrubava a dominação romana assim como a
dos herodianos. Um novo governo foi estabelecido.
A' sua testa estava o grande-sacerdote Anan, na qua-
lidade de presidente; Simon, filho de Gamaliel, fari-
seu, tornou-se vice-presidente. Alguns nobres a mem-
bros da familla real, que nao se julgavam em segu-
rança em Jerusalem, fugiram e juntaram-se ao exer-
cito romano. Foram os primeiros emigrantes. Este
governo, preparando a guerra contra os romanos,
concedeu todos os postos importantes aos elementos
conservadores.
A poovincia da Galileia, a mais importante para
a protecção de Jerusalem do lado do norte, foi con-
fiada a Joseph. Os chefes da revolução, que tinham
mostrado a sua actividade na luta contra Cestius, fo-
ram deixados de lado.
Eleazar, filho de Simon, e até Eleazar, filho de
Ananiah, que tinham verdadeiramente sido a alma
da revolução no seu começo, receberam postos sem
importancia. Este elemento democratico, pouco satis-
feito com a politica do governo, a quem acusava de
conduzir sem convicção a guerra contra os romanos,
organisou um novo partido, o dos zeladores, sob a


 
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