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Ha-Lapid הלפיד


N.º 039, Sivan 5691 (Mai-Jun 1931)







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                     HA-LAPID                      3
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bens e todas as grandezas que nós devemos infalível-
mento esperar da graça do Senhor se nós seguimos
as suas ordens divinas, e do outro todos os castigos,
todas as mortificaçães, todas as humilhações e todas
as desgraças que a sua colera nos prepara se o aban-
donamos para correr para deuses imaginários, nos as-
segurando que a sua bondade divina não perdoa nun-
ca aos que são idolatras.

A historia sagrada está cheia de horriveis castigos
que os filhos de israel sofreram desde que eles aban-
donaram o seu verdadeiro Deus; este titulo de ciumen-
to que Ele se dá tantas vezes no texto sagrado não
basta para convencer os mais incredulos que Ele não
poderia permitir que se partilhe a sua adoração sem
se tornar para sempre indigno da sua graça. Como
poderia Ele, ter inspirado aos profetas que pregassem
uma pluralidade de ser, tão contrária á unidade que
Moisés nos repete tantas vezes? Um Deus imortal, in-
fíníto, poderia encerrar-se numa enfermiça criatura, e
ter ordenado aos seus profetas que o anunciassem.
Estes santos homens nunca tiveram pensamentos tão
criminosos e tão contraditoriamente opostos a vene-
ração, que eles tiveram sempre por Aquele que os ti-
nha escolhido para instruir os filhos do israel e para
os tornar firmes na exacta observancia das leis que
Moisés lhes tinha prescrito e que ele tinha recebido
da boca do Senhor; em vez de terem sido reveren-
ciados como profetas, este povo, apezar de mergulha-
do no vicio, os teria infalivelmente lapidado, não ton-
do suportado nunca nenhum que quizesse introduzir
novos dogmao ou uma nova doutrina para o persuadir
que o lei pronunciada pelo proprio Deus sobre a mon-
tanha do Sinai não era eterna. E' bem mais natural
seguir este sentimento que o que os cristãos se esfor-
çam por introduzir interpretando as profecias duma
maneira obscura e que violenta de tal forma o texto
que não podem convencer por nenhumas razaões soli-
das aqueles que querem persuadir.

Não ha exemplo de que os seus argumentos te-
nham feito a menor impressão sobre um verdadeiro
israelita, nem que o tenham podido afastar da obser-

vancia da Lei que os seus pais lhe tinham ensinado.

   (Continua)
                         Dr. Orobío de Castro
                    Judeu bragançano do seculo XVII

                    o o o

De bailarina a rainha

Numa pequena aldeia polaca de Podka-
mien, vive um alfaiate judeu, de nome
Braner, que acaba de receber uma carta
duma sua filha chamada Raquel, de quem
ha muito não tinha noticias, com um che-
que de 5.000 libras esterlinas. Nessa carta
sua filha o informa que sendo dansarina
num teatro de variedades, fez conhecimento
com o Ras Tafari, imperador da Abissinia;
este a levou para a capital do seu país por
se haver enamorado dela e ali se tornou
uma das suas legítimas espozas Raquel
Braner é dotada de fascinante beleza.


Madame Lily Jean Javal

Esta gentil escriptora judia, que nos vi-
sitou no ano passado, indo tambem a Traz
os-Montes afim de obervar a vida judeo-
-marana, acaba de visitar a Palestina, terra
dos nossos antepassados.

Entrevistada por um jornalista do Cairo,
ela manifestou-lhe as suas impressões da
terra de Israel. Dessa entrevista extratamos
o seguinte:

-Tendo sido educada numa atmosfera
stritamente judaica, a morte de meu pai que

 

        Madame Lily Jean laval

se deu ha 6 anos, despertou em mim a ne-
cessidade de realizar um antigo sonho, pro-
curando adquirir um pouco daquilo que
Darmesteter tão bem definiu "A suprema
consciencia humana projectada no seu".
Primeiro fiz alguns romances judaicos, de-
pois fui viver, ha dois anos, entre os Mara-
nos de Portugal: um meio cercado de con-
fissões e muito judeu, sem ter disso o pen-
samento. O meu proximo livro "Sous le
charme du Portugal" tratará longamente
destas colonias muito' curiosas para estudar.

-E em seguida, como dever, foi a pe-
regrinação a Jerusalem?


 
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