HA-LAPID 3 ===================================================== bens e todas as grandezas que nós devemos infalível- mento esperar da graça do Senhor se nós seguimos as suas ordens divinas, e do outro todos os castigos, todas as mortificaçães, todas as humilhações e todas as desgraças que a sua colera nos prepara se o aban- donamos para correr para deuses imaginários, nos as- segurando que a sua bondade divina não perdoa nun- ca aos que são idolatras. A historia sagrada está cheia de horriveis castigos que os filhos de israel sofreram desde que eles aban- donaram o seu verdadeiro Deus; este titulo de ciumen- to que Ele se dá tantas vezes no texto sagrado não basta para convencer os mais incredulos que Ele não poderia permitir que se partilhe a sua adoração sem se tornar para sempre indigno da sua graça. Como poderia Ele, ter inspirado aos profetas que pregassem uma pluralidade de ser, tão contrária á unidade que Moisés nos repete tantas vezes? Um Deus imortal, in- fíníto, poderia encerrar-se numa enfermiça criatura, e ter ordenado aos seus profetas que o anunciassem. Estes santos homens nunca tiveram pensamentos tão criminosos e tão contraditoriamente opostos a vene- ração, que eles tiveram sempre por Aquele que os ti- nha escolhido para instruir os filhos do israel e para os tornar firmes na exacta observancia das leis que Moisés lhes tinha prescrito e que ele tinha recebido da boca do Senhor; em vez de terem sido reveren- ciados como profetas, este povo, apezar de mergulha- do no vicio, os teria infalivelmente lapidado, não ton- do suportado nunca nenhum que quizesse introduzir novos dogmao ou uma nova doutrina para o persuadir que o lei pronunciada pelo proprio Deus sobre a mon- tanha do Sinai não era eterna. E' bem mais natural seguir este sentimento que o que os cristãos se esfor- çam por introduzir interpretando as profecias duma maneira obscura e que violenta de tal forma o texto que não podem convencer por nenhumas razaões soli- das aqueles que querem persuadir. Não ha exemplo de que os seus argumentos te- nham feito a menor impressão sobre um verdadeiro israelita, nem que o tenham podido afastar da obser- vancia da Lei que os seus pais lhe tinham ensinado. (Continua) Dr. Orobío de Castro Judeu bragançano do seculo XVII o o o De bailarina a rainha Numa pequena aldeia polaca de Podka- mien, vive um alfaiate judeu, de nome Braner, que acaba de receber uma carta duma sua filha chamada Raquel, de quem ha muito não tinha noticias, com um che- que de 5.000 libras esterlinas. Nessa carta sua filha o informa que sendo dansarina num teatro de variedades, fez conhecimento com o Ras Tafari, imperador da Abissinia; este a levou para a capital do seu país por se haver enamorado dela e ali se tornou uma das suas legítimas espozas Raquel Braner é dotada de fascinante beleza. Madame Lily Jean Javal Esta gentil escriptora judia, que nos vi- sitou no ano passado, indo tambem a Traz os-Montes afim de obervar a vida judeo- -marana, acaba de visitar a Palestina, terra dos nossos antepassados. Entrevistada por um jornalista do Cairo, ela manifestou-lhe as suas impressões da terra de Israel. Dessa entrevista extratamos o seguinte: -Tendo sido educada numa atmosfera stritamente judaica, a morte de meu pai que Madame Lily Jean laval se deu ha 6 anos, despertou em mim a ne- cessidade de realizar um antigo sonho, pro- curando adquirir um pouco daquilo que Darmesteter tão bem definiu "A suprema consciencia humana projectada no seu". Primeiro fiz alguns romances judaicos, de- pois fui viver, ha dois anos, entre os Mara- nos de Portugal: um meio cercado de con- fissões e muito judeu, sem ter disso o pen- samento. O meu proximo livro "Sous le charme du Portugal" tratará longamente destas colonias muito' curiosas para estudar. -E em seguida, como dever, foi a pe- regrinação a Jerusalem?
N.º 039, Sivan 5691 (Mai-Jun 1931)
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