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Ha-Lapid הלפיד


N.º 039, Sivan 5691 (Mai-Jun 1931)







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 4               HA-LAPÍD
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-Oh! Sim! E que soberba viagem, tão
cheia de ensinamentos e de surpreendentes
descobertas sobre um idealismo judaico.
que se julgava uma vã quimera.

-A sua primeira impressão?

-Por uma noite sem lua, a visão do de-
serto que os nossos antepassados levaram
40 anos a sair de lá e que eu atravessei em
cinco horas. Neste infinito de areia que as
estrelas douravam, um velho rabino cantava
salmos.

-Tinha estado directamente em Jerusa-
lem e tive uma angustia de me sentir numa
cidade de atmosfera tão pouco judaica. Gos-
taria encontrar um pouco da alma judaica
atravez todas as civilisações que ali se cru-
zam. Até o Muro das Lamentações com as
suas 3 separações não é mais que cenario
para cromo, que irradia uma horrivel me-
lancolia.

-...

-D'ali, parti para Tel Aviv, que visitei
em companhia do maire Dizengoff, um so-
berbo velho que administra uma cidade es-
pecificamente judia, tendo uma população
de 50.000 almas. Ele mesmo a percorre
diariamente a cavalo. Tel Aviv contem so-
bretudo obras sociais admiraveis.

-E as Colonias?

-Perto de Tel Aviv, Mikvé que possue
uma escola de agricultura e um jardim bo-
tanico extendendo-se até aos confins do
deserto, qualquer coisa d'unico no mundo.
Vi ali tambem um Museu extraordinario.
contendo um córte de todas as terras da
Palestina.

-Outras de que guarda recordações
particulares?

-Ain Harod, submetida ao regimen da
colectividade absoluta. Ali se encontram
creanças duma extrema beleza, porque na
Palestina tudo é consagrado ao bem estar
da creança, da geração de amanhã. Kfar
Yeladim, centro de experiencias, permitindo
o desenvolvimento da iniciativa na creança.
Estes fizeram construir uma pequena sina-
goga, onde eles mesmos oficiam, porque
não teem rabino. Vi egualmente Pardess
Hanna que possue explendidos laranjais,
Benjamina, Richon le Zion, Kiriat Anawim,
muitas outras manifestações duma vitalida-
de bem reconfortante a constatar.

-E nêste quadro bíblico, encontrou um
povo novo.

 

-Sim, uma raça sã e viril, extraordina-
riamente marcante nas creanças. Ver a feli-
cidade destas mulheres que trabalham e pe-
nam exactamente como homens é coisa no-
tavel. Vi em Talpioth orfãos, magníficos de
saude, e a Directora da instituição, é uma
mulher duma dedicação sem limites.

-A Universidade hebraica?

-Conhecendo-a senti uma forte impres~
são, porque ela contém a quintessencia do
saber humano e do progresso universal e
ela é a origem do que será feito amanhã.
De resto, na Palestina, todo o trabalho está
organísado scientificamente, veem-se ali es-
colas, creches, herdades de aplicação mo-
delares. E' um imenso campo de experien-
cias, onde as mais recentes descobertas
mundiais são utiiisadas e postas em valor
no seu nascimento.

-O Teatro?

~Frequentei os membros da Habimah e
da Ohel-Cin um grupo tambem possuindo
uma flama de ideal extraordinariamente
forte e a quem anima e inspira o amor e a
atmosfera da Bíblia.

Mas em Eretz Israel (Terra de Israel)
não é tudo, infelizmente, teatro e progresso.
Ha angustiantes problemas politicos, cuja
solução parece impossivel de encontrar,
assim como a questão das relações entre
judeus e arabes.

-Eu notei pessoalmente a rial fraterni-
dade que existe nas herdades entre judeus
e Arabes e no fundo estes ultimos estão
mais perto dos judeus que de quaisquer ou-
tros. Encontrei dirigentes do executivo
arabe que não admitem a possibilidade dum
Lar Nacional Judaico. Eles nunca o aceita-
rão. Em apoio das suas convicções politi-
cas, eles expozeram-me uma serie de argu-
mentos sobre o pretendida desapossar das
suas terras pelos judeus, quando de facto
ha na Palestina imensos lotes de terreno
ainda não empregados.

-Conheceu os nossos leaders?

-Sim uma explendida elite. Weismann
um grande trabalhador que parece não se
contentar com os resultados obtidos. Ussl-
chkin, uma vontade de ferro. Tudo o que
entrava o elan sionista se quebrará de en-
contro á sua indomavel tenacidade. A sua
formula resume-o completamente; "com di-
nlieiro, terra, homens e ideal, venceremos".

-E quanto a si, esta bela viagem con-
verteu-vos ao Sionismo?


 
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