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N.º 044, Heshvan-Kislev 5692 (Out-Dez 1931)







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 2                  HA-LAPID
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pela sua iniciativa a vinda da era messianica. Assim a
liberdade de escolha abre para o humilde barro ani-
mado pelo sopro do Altíssimo o acesso aos cimos do
conhecimento e da moralidade.

Mas este privilegio da liberdade comporta riscos
terríveis: o de pecar; de se afastar do caminho divi-
no, de decair. Comtudo, exceptuando um endureci-
mento na falta que acaba por obscurecer a conscien-
cia e encadear a liberdade, e fechar o caminho do ar-
rependimento (Teshubah), este regresso é quasi sem-
pre possivel, e o Talmud lhe dirá: Para aquele que
se quer purificar, a ajuda lhe vem do Altissimo.

A doutrina judaica afirma claramente esta possi-
bilidade de anular, pelo arrependimento, pela dôr,
pela expiação, as consequencias do pecado, a degra-
dação que produz na alma do culpado.

Ha aqui, sob diversos aspectos, uma doutrina de
perdão divino, da purificação divina concedida direc-
tamente e completamente ao esforço corajoso de ar-
rependimento sincero da parte do pecador.

Ouçamos agora o que nos diz Moisés, nosso
Mestre:

-Adonai viu que os malvados dos homens se
multiplicavam sobre a terra, e que o produto dos
pensamentos do seu coração era unicamente, constan-
mente mau; (Genesis VI,7).

E Adonai disse:-Apagarei o homem-que creei-
de cima da face da terra (Genesis VI,7). Mas Noah
encontrou graça aos olhos de Adonai.

Noah foi um homem justo, irrepreensivel, entre
os seus contemporaneo; ele conduzia-se em conformi-
dade com Deus. (Genesis VI).

Ora a terra estava corrupta perante Deus, e ela
tinha-se enchido de iniquidade. Deus considerou que
a terra estava corrupta, toda a creatura tinha perver-
tido o seu caminho sobre a terra (Genesis VI).

E eu, vou trazer sobre a terra o Diluvio-as
aguas-para destruir toda a carne animada dum so-
pro de vida debaixo dos ceus, tudo o que habita a
terra pcrecerá. Eu estabelecerei o meu pacto comtigo;
(Genesis VI).

Deus abençoou Noah e seus filhos.

Deus dirigiu a Noah e a seus filhos estas palavras:

"E eu. quero estabelecer a minha aliança comvos-
co e com a posturidade que vos seguirá.

Eu confirmarei a minha aliança comvosco: nenhu-
ma carne. doravante, perecerá pelas aguas do diluvio;
nenhum diluvio doravante, desolará a terra. (Gene-
sis IX).

Deus acrescentou: isto é o sinal da aliança que
estabeleço; por uma duração perpetua, entre mim e
vós.

Coloquei o meu arco na nuvem e ele tomar-se-ha
um sinal de aliança entre mim e a terra.

Para futuro quando acumular nuvens sobre a
terra e que o arco apareça na nuvem, lembrar-me-hei
da minha aliança: e as aguas não se tornarão mais um
diluvio, aniquilando todas as creaturas.

Rabbi Julien Weil, acerca desta aliança, nos diz:
-"Uma primeira aliança elementar é a que agru-
pa os filhos de Noah. Noah é o justo que escapa á
destruição do genero humano.

O mundo inorganico pode substituir, mas a vida
animada pelo sopro divino, não é possivel senão se
ha do lado da creatura um esforço de escolha moral,
uma resistencia ao mal, uma vitória sobre a iniquida-
de, a barbaria, a violencia, o odio. a sensualidade ce-
ga. Israel deve reconhecer por irmão e trata-lo como a



si proprio aquele que, nos 70 povos, respeitar o co-
digo humano primordial, os preceitos da lei Noahita
e não fóra da fraternidade senão aquele que se põe
fora desta lei."

O Noahismo não tem uma lei escrita, mas tem
uma lei oral, cujos preceitos resaltam facilmente do
Genesis nas determinações da aliança com Noah e to-
da a descendencia (a Humanidade), esses mandamen-
tos são os seguintes:

1.°-Não adorar idolos e reconhecer a existencia
de Deus Todo-Poderoso.

2.°-Não blasfemar ou afrontar o Nome de Deus.

3.°-Não matar ninguem.

4.°-Não furtar au defraudar.

5.°-Não adulterar.

6.°-Não ser cruel para com os animais.

7.°-Nomear juizes, distribuir justiça e promover
a paz.

A aliança solene de Deus com Noah e a sua des-
cendencia é lembrada por Isaias (LIV,9); é uma alian-
ça sancionada pelo juramento divino com o arco-
-iris como penhor de perpetuidade. Até nas ultimas
páginas dos profetas, Noah é com Daniel e Job um dos
três justos citados como exemplo.

Todos os gentios (goim) que aceitarem e pratica-
rem os mandamentos de Noah serão justos e, segundo
o ensinamento dos nossos doutores, os justos de to-
das as nações participarão do mundo futuro.

                o o o

             Israel Vingado

              CAPITULO III

         (Continuação do n. 43)

Onde se refutam as explicações dos Comentadores
cristãos sobre as Profecias alegadas.

Quando a vontade se obstina a refutar a verdade,
importa pouco que o intendimento seja disso conven-
cido. Todas as razões boas ou más são confundidas;
a imaginação cheia dum erro que a educaçao, o habi-
to e o interesse estabeleceram, não se ocupa senão
deste pensamento, e os raciocinios melhor fundados,
e as provas mais demonstrativas não podem causar
impressão sobre ela, nem dissipar as nuvens que lhe
escondem a verdade. Parece a principio impossivel
que a promessa de Deus expressa na lei. anunciada
pelos Profetas em termos tão claros e tão evidentes
não baste para convencer os cristãos que estao em
erro, e que os filhos de Israel que perseveraram com
uma constância surpreendente na observação da lei e
dos Profetas, seguiram o verdadeiro caminho e mere-
cem só o efeito das promessas do Senhor. Mas como
a vontade se opõe a esta verdade, o entendimento não
saberá agir, êle abandona-se ás impressões que rece-
be desta vontade corrompida, e deixa-se arrastar por
sofismas mais subtis que solidos para as ideias de que
está de principio eivado.

Como se pode acreditar que o Messias que os
cristãos adoram, tenha cumprido as Profecias e os fa-
ça gosar desta miraculosa redenção? Estão todavia tão


 
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