N.º 044, Heshvan-Kislev 5692 (Out-Dez 1931) > P03
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Ha-Lapid הלפיד


N.º 044, Heshvan-Kislev 5692 (Out-Dez 1931)







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fortemente persuadidos que se não dão ao cuidado de
refutar as nessas razões por outras mais convincentes.
Contentam-se em sofisma-las e repousam sobre o que
fazem os mais fortes e a sua religião a dominante
muito felizes ainda que nos permitem seguir a nossa
e além disso por uma graça especial, nos permitem
algumas vezes mostrar-lhes que é com justiça que nós
esperavamos o fim da nossa escravidão, das nossas
penas e da nossa miseria. Vários Padres da igreja
não podendo convencer-nos, porque não ousam negar
a verdade de tantas Profecias, dizem que é verdadeiro
que os filhos de Israel deverão gosar de todos os
bens que ai vão anunciados, mas que pela sua obsti-
nação de não acreditar na vinda do Messias, e pela
morte que lhe fizeram sofrer, perderam para sempre
a graça do Senhor e são condenados a expiar por
castigos um crime tão grande. Não é isto sofismar e
não responder às provas convincentes que se lhe faz
para por assim dizer tocar com os dedos? A promessa
de Deus é absoluta, sem nenhuma clausula ou condi-
ção qualquer. Os pecados de Israel são punidos por
toda a parte de castigos e por um tão longo cativeiro,
que sem a sua confiança na misericordia de Deus e
sem a certeza que hade tem absolutamente de entrar
de novo no agrado dêle, todo este povo sería já con-
fundido entre as nações onde esteve disperso, e teria
abraçado a religiao como as meninas. A circumcisão
dos corações deve produzir o amor de Deus para
comnosco e o temor que nós temos de o ofender afas-
tando-nos dos seus divinos mandamentos, inspira esta
firmeza e esta constância em os seguir perpetuamen-
te. Não é por nós mesmos que o Senhor executará as
suas promessas, é para a gloria do seu santo nome; é
pois inutil de dizer que se nós tivessemos querido
acreditar no Messias que êles adoram nós gosariamos
bens anunciados pela sua vinda. Esta condição tão
necessária para criar fé teria sido estipulado expres-
samente pelos Profetas: era para os filhos de Israel
que êles davam estes divinos oraculos; é para êles
o Messias deve vir, e êles só não o teem podido nem
querido reconhecer porque êle não tinha nenhum
dos sinais que devia ter. Estranha obstinação para
melhor dizer maravilhoso efeito da Providencia divi-
na que conservou israel na pureza dos seus sentimen-
tos sem que os oprobios a que tem sido exposto, e
todas as calamidades que sofre, tenham podido afas-
tá-lo do culto do seu Deus! Não ha um só ponto em
todo o Pentateuco onde se fale do Messias, e eu desa-
fio o mais sábio de todos os Doutores cristãos de me
fazer ver que Deus, para resgatar os filhos de Israel,
disse que êles deviam adorar o Messias: era mesmo
impossivel, para assim dizer, que o Senhor lhes im-
puzesse esta condição, pois que lhes tinha prometido
que os encheria eternamente do seu amor e da sua
graça, antes de fazer-lhes anunciar pelos Profetas a
vinda do Messias, como podiam eles gosar destas
grandes vantagens depois de ter cometido um crime
tão grande como aquele de the ter feito sofrer a mor-
te. Em lugar de "reconhecer e de se humilhar deante
dêle a trata-lo com tanta indignidade s desprezo; era
querer perder para sempre tantos beneficios e felici-
dades que êle veio anunciar-lhes.

Mas que aparencia ha que Deus tenha permitido
que o sen povo seja manchado por uma tão execran-
da malvadez? E se apesar da sua vontade veio a exe-
cuta-la, era infalivelmente assegurado da sua ruina
total. O Profeta Esequiel afirma bem positivamente o
contrário". Eu vos darei, diz êle; "um Coraçao novo;



eu vos farei observar os meus preceitos e os meu-
mandamentos, e eu vos livrarei de todasas vossas im
purezas. Eu lançar-ei sobre vós águas lustrais que vos
lavarão de todos os vossos pecados." Como pode ve
rificar-se esta purificação que o Profeta nos prediz?

Este sincero arrependimento, esta penitencia de Israel
e compativel com o suplicio infame ao qual êle con-
denou o seu redentor e o seu Messias? Mas muitas
Vdzes, como podia êle faze-lo morrer se o Senhor diz
expressamente o contrário pela boca do Profeta Jere-
mias." "Porque naquele tempo, diz o Senhor, eu vos
tirar-ei do pescoço o jugo dos vossos inimigos e eu o
quebrarei, partirei as vossas cadeias e os estrangeiros
não vos dominarão mais, mas aqueles que existirem
então senão o Senhor e David seu Rei que eu lhes
suscitarei."

Se pois os filhos de Israel devem servir o seu
Deus, se devem obedecer ao sen Rei, ao seu Messias
filho de David, que razões teriam eles tido de ser in-
fieis ao seu Deus? Que obediencia teriam êles mostra-
do ao seu Messias fazendo-o morrer? As suas acções
são absolutamente contraditórias a esta Profecia pelo
menos que se não quere dizer que Deus exigia dêles
esta morte abominavel como uma prova indubitavel
do seu zelo.

Os Doutores cristãos ficarão ainda bem mais em-
baraçados em acomodar à sua doutrina a Profecia de
Osêas quando êle descreve o cativeiro, a redenção e a
obediencia ao Senhor e ao seu Messias, Os filhos de
Israel, diz êle, estarão alguns dias sem Rei, sem Se-
nhor e sem sacrifício, sem morada estável sem Ephod
e sem therafim. Mas depois disto os filhos de Israel
voltarão e procurarão o Eterno seu Deus e David
seu Rei, e nos ultimos dias êles receberào com um
temor respeitosa o Senhor e as suas graças que êle
lhes deve fazer.

A resposta que se faz a uma objeccão tão clara é
curiosa e merece ser referida. Israel, diz-se, em lugar
de procurar o seu Deus e o seu Rei, evitou-o, fugiu-
lhe, ofendeu um pela rebelião, e o outro por uma
acção sacrilega. Se isto é verdade, o Profeta é infeliz-
mente enganado. Para verificar uma opinião tão ab-
surda e tao fortemente distanciado do bom senso e
da verdade, deve dizer: "e em seguida os filhos de
Israel fugirão do seu Deus como criminosos de lesa
magestade divina e farão morrer David seu Rei."

Nao é pelo terror de que fala o Profeta, que êles de-
vem receber a graça de Deus nos ultimos dias, mas
uma desobediencia, por uma falta de respeito que é
completamente oposta ao que o Profeta anuncia.
Numa palavra é sómente depois de uma longa e aus-
tera penitencia que os filhos de Israel entrarão nova-
mente na graça do Senhor, que verá o seu coração
inteiramente submetido á sua vontade e que esta re-
denção deve cumprir-se. Donde pode racionalmente
inferir-se que praticaram o mais tremendo de todos
os crimes no momento em que devem gosar da mais
perfeita felicidade? A aliança que o Senhor com seus
pais contraiu de proteger a posteridade dêles é ain-
da um obstaculo á condição que o cristianismo quer
pôr á promessa que Deus faz de os restabelecer e de
os resgatar.

Os Doutores modernos nada podem opôr de segu-
ro a verdades tão claras. Eles confessam que tudo o
que Deus prometeu aos filhos de Israel na lei e nos
Profetas deve cumprir-se no fim do mundo no mo-
mento do ultimo julgamento, que êles então converte-
rão e renunciarão a esta incredulidade obstinada que


 
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