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N.º 046, Shebath-Adar 5692 (Jan-Fev 1932)







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N.° 46                           PORTO - Shebath-Adar de 5692 (Jan.-Fev. 1932)                         ANO VI
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Tudo se ilumina                     _______  ___  _______ |=|____  _______                    ...alumia-vos e
para aquele que                    |____   ||_  ||  ___  ||____  ||_____  |                   aponta-vos o ca-
busca a luz.                            | |   |_| \_\  | |    / /   _   | |                   minho.
                                        | |       _____| |   / /   | |  | |
       BEN-ROSH                         |_|      |_______|  /_/    |_|  |_|                          BEN-ROSH

                                                  (HA-LAPID)

                                      Órgão da Comunidade Israelita do Porto

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DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH)   || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda
REDACÇÃO-Rua Guerra Junqueiro, 340-Porto               ||           Rua de S. Bento da Victoria, 10
(Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) ||   ---------------- P O R T O ----------------
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Formar alunos é gerar filhos 

Um dos meritos dos nossos dou- 
tores, e não o menor-é o seu amor pe-
lo estudo. Poder-se-hia escrever um vo-
lume sobre tudo o que eles disseram do
livro, do ensino, do mestre, do aluno.
O simples de espirito, o ignorante (am
haarets) lhes é insuportavel. E porque
o sabio egoísta, que recusa fazer apro-
veitar os outros da sua sabedoria, lhes
é tambem antipatico. (Sanhédrim 91 b.).
Eles considerariam como um pecado
grave a celebre frase de Fontenelle: "Se
eu tivesse a mão cheia de verdades.
tomaria cuidado em não a abrir."
-"Aquele que instrue o seu semelhan-
te, observa o nosso Midrash, tem tanto
mérito corno aquele que tinha contri-
buído para o seu nascimento." Por ou-
tras palavras, o mestre é uma especie
de pai do aluno; se o segundo lhe dá
a vida. o primeiro lhe ensina os meios
e as razões para viver. Porque está es-
crito a proposito dos filhos Aaron: "Eis
a posteridade de Aaron e de Moisés."

Contudo Moisés não era senão o
seu mestre! E que aparentemente a Bi-
blia encara o mestre como o pai do alu-
no, quasi no mesmo titulo do pai auten-
tico.

                 Rabbí Mathieu Wolff



           Israel Vingado

Onde se refutam alguns outros argumentos
dos Doutores cristãos sobre as Profe-
cias que respeitam à redenção
da Israel.

Não ha talvez prova mais evidente da força dum
argumento que quando se é obrigado a responder de
várias maneiras, porque é claro que se não empregam
tantas respostas diversas a-fim-de que no numero se
encontre pelo menos uma que seja perentôria. Contei
no capitulo precedente varias explicações dos Douc-
tores cristãos que segundo êles nos devem convencer
de que estamos no erro referente à redenção de Israel
e que êles tem compreendido melhor do que nós. Mas
como o texto sagrado se opõe aos seus raciociníos,
houve outros que se serviram doutras provas ou para
melhor convencer ou porque acreditaram que aqueles
que os seus predecessores tinham empregado não
eram suficientes. Estes ultimos sustentam que a re-
denção que Deus prometeu aos filhos de Israel nos
Numeros, no Deuteronômio e nas revelações dos Pro-
fetas foi cumprida à letra no tempo dos Juizes e
principalmente na volta do cativeiro da Babilônia, pa-
ra a reedificação do Templo e da cidade santa.

Eis a sua resposta ordinária e aquela que eles se
esforçam para acomodar e fazer concordar com as
Profecias para nos provar que a promessa do Senhor
está cumprida. Mas é preciso amar muito pouco a
verdade e ligar muito pouca importancia à sua des-
coberta para não refutar uma resposta tão diametral-
mente oposta à palavra de Deus, os filhos de Israel
não tendo experimentado à sua volta da Babilônia do
que ele tinha tido a bondade de lhes prometer. Muito
longe disso, no Denteronomio o Senhor promete-
lhes que quando mesmo Israel estiver espalhado até
ao fim do ceu, êle o reunirá e leva-lo-á à terra que
seus pais herdaram, e em Isaias está dito que o Se-
nhor voltará uma segunda vez a sua mão para o tra-
zer da Assiria, do Egipto, da Etiopia, das ilhas do
mar, de todo o universo e dos quatro cantos da ter-
ra, que serão todos resgatados e reunidos uum só;
que aqueles que estiverem perdidos voltarão da As-
siria. etc.


 
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