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N.º 052, Tabet 5693 (Jan 1933)







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 8           HA-LAPÍD
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Nos ultimos cincoenta anos, porém,
houve uma modificação brusca no destino
do paiz. Hoje, os viajantes contam maravi-
lhas de uma nova vida, vida jóven sobre
um solo antigo. Tanto no campo como nas
cidades um novo e enérgico ritmo substitua
a elegia das ruínas.

Como teve logar esta transformação,
quási que incrível? Como, em cincoenta
anos, tomou o paiz uma nova forma? Eis
aqui a história que nos propomos contar,
brevemente, e, por assim dizer, incompleta-
mente. A historia começa pela chegada de
um punhado de jovens á terra quásí deserta
da Palestina. Numa tarde tórrida de Junho
de 1882, treze rapases e uma rapariga de-
sembarcaram em Jaffa, vindos da Russia,
paiz ensanguentado pelos progromos. Vi-
nham reconstruir uma pátria na Terra Santa.
Dois meses mais tarde seis outros se junta-
vam a este pequeno grupo. Dezanove ho-
mens e uma mulher tinham deixado os es-
tudos universitários para trabalhar o solo
que fora dos seus antepassados e viam-se
sós, sem ajuda, num paiz deserto. No mes-
mo ano Richon-le-Sion estava fundada.

1882 foi um ano memoravel. A Porta da
Esperança (Petah Tikvah), colónia fundada
anteriormente por estorçados judeus de je-
rusalem e mais tarde abandonada, porque a
febre palustre desvastou os colonos, rece-
beu um novo impulso. E a Pedra Angular
(Ros-Pinah) da colonisação judaica na Alta
Galileia foi colocada.

O povo sem lingua viu reviver o seu
idioma natural, Graças ao zelo de Ben Yeudah
o hebreu substituiu a Babel de linguas fala-
das pelo punhado de judeus da Palestina,
Foram fundadas duas revistas hebraicas,
ponto de partida da imprensa hebraica mo-
derna. Hoje. mais de cincoenta periódicos
circulam na Palestina.

Na ultima década do século o movimen-
to imigratório assumiu proporções conside-
ráveis. Numerosas sociedades particulares
adquiriram terrenos para os seus irmãos da
Russia e da Romenia. Yehoshua Hankin, o
redentor do solo, comprou um deserto co-
berto de areia aonde fundou Rehoboth, a
joia da Judeía.

Lutando contra um clima inospitaleiro, e
contra visinhos malfasejos, centenas de ju-
deus se enraizaram na Palestina. Bem cedo,

   

 
porém, as portas do paiz se fecharam aos
imigrantes e a especulação financeira dos
agentes privados foi desastrosa. A emigra-
ção começou.

Entretanto, ensaiou-se a compra de
200 O00 dunams de terrenos no Emek, mas,
como o Keren Kayemeth não existia ainda,
o ensaio fracassou. A sêde de terras ficou
por apasiguar até 1921 ano em que a Obra
de redemção foi continuada. Nos nossos
dias, o Vale de Jezreel tornou-se o centro
mais importante da colonisaçao judaica em
Erets-Israel.

O reinosinho de trabalho, conquistado
pelos judeus, estende pouco a pouco as
suas fronteiras. As montanhas desnudas da
judeia ouvem, pela primeira vez depois de
18 séculos, um golpe de picareta judaica.
A Colonia de Motsa foi fundada, aldeiasi-
nha corajosa que, pilhada em 1929 reviveu
imediatamente mais vigorosa do que nunca.

Surgindo dos pantanos, que faziam vi-
tima inumeráveis, devido ao seu ar petis-
lencial, aparece Hedera, creada na Samaria
por um punhado de operários. E Petah
Tikvah, a mãe das colônias, estende as suas
possessões até Kfar Sabah, a primeira al-
deia judaica do Vale do Saron à qual a
cultura das plantações dará um novo desen-
volvimento.

O Hebreu ganha continuamente terreno.
As escolas da Aliança Israelita, introduzem
no seu programa o ensino de várias mate-
rias em hebreu. Em 1892 os Palestinofilos
da Russia (Hoveve Sion) levantam em jaffa
a primeira escola, aonde o hebreu domina
todo o ensino. Nessa época, dois mil alunos
recebiam educação nas escolas hebraicas.
Hoje o seu número eleva-se a 30.942.
Desde os jardins da infancia até á Universi-
dade, 220 escolas preparam uma nova ge-
ração de trabalhadores em todos os domi-
nios da sciência e da vida.

O sôpro da civilização paira sobre a Pa-
lestina. Em 1894 é construida, neste canto
recuado da Asia, o primeiro caminho de
ferro que ligou Jaffa a Jerusalem. Hoje o
pais é atravessado por uma rede de cami-
nhos de ferro formando um centro importan-
tíssímo de tráfego no Próximo Oriente.

                             (Continua)


 
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