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Ha-Lapid הלפיד


N.º 061, Shebath 5694 (Jan 1934)







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               HA-LAPID                  5
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ao dito termo não viesse, que se procederia
contra êle a sua revelia, segundo torma da
nossa ordenação, etc.. segundo que na dita
carta de éditos tôda esta e outras coisas
melhor, e mais compridamente eram conteú-
das.

E ao tempo e termo que as ditas partes
perante nós houverem de aparecer, apare-
ceu o dito procurador da justiça e não apa-
receu o dito Isaque Bravanel, reu, pero foi
apregoado e não foi achado, nem outrem
por êle e á sua revelia o dito procurador
da justiça veio com um libelo contra êle
dizendo, que era verdade que D Fernando,
que foi duque de Bragança, e D. João, que
foi marquez de Montemór e outros seus
cumplices e conjurados, conspiraram, con-
juraram, ordenaram e trataram muitas mal-
daoes contra nós e contra o nosso real es-
tado, bem, paz e socêgo destes nossos rei-
nos e senhorias, tratando de nos matar, e
de se levantarem com as fortalezas que ca-
da um dêles tinha, e outras quaisquer que
haver podessem, e para sua má e desleal
vontade e propósito trazerem a fim e con-
clusão, o dito D. João. por si por vezes, e
assim o dito D. Fernando mandaram certos
capitulos difamatórios, e de maldizer de nós,
fora destes reinos, tratando e conspirando
contra nós de meter gente nos ditos nossos
reinos, mandando muitos recados e mensa-
gens fora deles a senhores de fora contra
nosso serviço e lealdade, que nos deviam, e
por o dito réu ser muito grande servidor e
amigo dos ditos de D. Fernando e D. João,
e de tôda sua casa, e por ser homem mui
rico, e mui afazendado, e entendido, e in-
dustrioso, havendo isso mesmo os sobredi-
tos mister dinheiro, que para a dita malda-
de e traições haviam mister, lhe vieram a
descobrir o dito trato, traição e maldade,
que contra nós tinham tratado e ordenado,
mandando-lhe que se viesse á nossa côrte,
e o que sentisse que contra eles se fazia e
dizia os avisasse e lho escrevesse, o qual
aceitou o cargo, e os sobreditos lhe escre-
viam tudo o que sentiam, que se dêles fa-
lava, e assim o sobredito réu os avisava
de todo o que se dizia que nós contra eles
entendiamos fazer, e assim de qualquer ou-
tra coisa, que lhe parecia.

E que, estando depois o dito D. Fernan-
do e D. João, e outros seus cumplices e con-
jurados, na vila da Vidigueira, e estando
isso mesmo aí o dito réu, viera aí um cris-



tão, de Vila Roel, castelhano, o qual viera
com cartas e conjurações dos ditos D. Fer-
nando e D. João, os quaes com o dito réu
se apartaram com o ditó tristão, e ai trata-
ram todos e conspiraram contra nós de me-
ter gente de fora destes nossos reinos, e de
os dar a senhores fora dêles, e outras mui-
tas traições e maldades, dizendo logo aí o
dito réu, que então nós não poderiamos
ajuntar mais de cinco ou seis milhões, o que
êle bem sabia, era tempo de os sobreditos
haverem de alevantar, e meterem a dita
gente, tratando e ordenando que o dito réu
pagasse a gente que fora destes reinos vies-
se. E que vindo depois á nossa noticia
como os sobreditos D. Fernando e D. João,
e outros seus cumplices e conjurados, ti-
nham tratado e ordenado contra nós as di-
tas maldades e traições, mandamos prender
o dito D. Fernando, e outros seus conjura-
dos, e mandaramos chamar o dito réu por
um nosso escudeiro, o qual se vira com ele
até á vila de Arraiolos, e cuidando o dito
nosso escudeiro que o tinha bem seguro,
êle dito réu fugíra, e se fôra destes reinos,
amorando-se deles.

E que, depois do dito réu ser fora des-
tes nossos reinos, mandaramos degolar o
dito D. Fernando, e outros seus cumplices
e conjurados, maus e desleais portugueses.
ordenaram e trataram e coniuraram de se
levantar contra nós com as vilas e fortale-
zas que tinham, e de nos matarem e o prin-
cipe, meu sobre todos muito amado e pre-
sado filho, e por que o que assim entendiam
de fazer não podiam fazer sem tratos fora
destes reinos, quando se o dito D. Alvaro
houve de ir fora déles, levou uma procura-
ção do dito duque e bispo bastante para
eles, em nome dos sobreditos, poderem fa-
zer todo o que o dito Duque e bispo faria,
e éles haveriam por firme e estável, dando-
lhe todo o seu comprido poder. E que pelo
dito recado, e por outros que depois houve-
ram, o dito réu e o dito D Alvaro trata-
ram fora destes reinos muitas coisas de
deslealdade contra nós, e nosso real estado,
tratando de meter nestes nossos reinos
gente d'armas de fora deles para se haver
de fazer guerra a nós. E que porquanto os
sobreditos Duques e Bispo, e outros seus
conjurados, haviam mister dinheiro para
bastimento das fortalezas, que tinham para
se levantar, e assim para haver de por em
obra o que tratado e ordenado tinham, e


 
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