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N.º 064, Yiar 5694 (Abr 1934)







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administrou o grande Fundo legado à Terra Santa por
Sir Moses Montefiore, assim como as Yechivot Beth
Guedalha e Beth Aaron Abecassis, o Delmar e outras
obras de beneficência fundadas pelos membros da
Comunidade de Londres. Existe ainda entre os di-
gnatários da Congregação, um Parnas da Terra Santa
e, entre os correspondentes mais honrados da Sina-
goga Saar Achamaim de de nossos dias, figura o
venerável Richon-le-Sion. Rabbi Jacob Meir.

Entre as personalidades que marcaram a nova
organização dos Judeus na Palestina, destaca-se o
ilustre Moses Montefiore, o primeiro Israelita Oci-
dental de valor que trabalhou para a colonização ju-
daica na Terra Santa.

Sir Francis Montefiore, o presidente actual dos
Anciãos da Congregação de Londres, foi um dos pri-
meiros e dos mais influentes amigos de Theodore
Herzl, nos primeiros dias do movimento sionista, e o
único entre os colaboradores do leader guia) sionista
no qual sonhou como seu sucessor eventual. Entre os
protagonistas sionistas e a Inglaterra que gosam dum
renome internacional, podemos citar o Snr. Philips
Guedalla (o André Maurois inglês), um Vahid da
Congregação, que foi durante um certo numero de
anos, presidents da Federação Sionista Inglesa

A organisação; em 1760, pelos Anciãos da Con-
gregação do comité dos "Deputados", transformada
depois no Comité Londrino dos Deputados dos Ju-
deus britanicos, e universalmente reconhecido o or-
gão representativo dos Judeus do Império Britânico
para a defeso dos direitos judeus no pais e fóra dêle,
foi um acontecimento dos mais importantes e das
consequências mais duraveis.

Os primeiros leaders (guias) e presidentes do
Board of Deputis (Junta dos Deputados) foram exclu-
sivamente membros da Congregação sefardi. Sir Mo-
ses Montefiore empreendeu as suas ações humanitá-
rias na sua qualidade oficial de Presidente do Comité
dos Deputados. Foi seguido pelos seus sobrinhos
Yoseph Mayer Montefiore (o pai de Sir Francis) e
Arthur Coheu, Conseil foi seguido por seus sobrinhos
Joseph Mayer Montefiore (o avô do Snr. John Sebaj-
Montefiore.

E' interessante observar que o actual presidente
do Comité. o Snr. Neville Laski, Conselheiro do Rei
(um genro do Gram rabbi Moses Caster é igualmente
um Ancião da Comunidade Sefardi de londres. Or-
anizadora principal do Comité dos Deputados, a
congregação não empreende ação independente em
questões de afazeres estrangeiros.

Mas, depois da época dos Lopez Suassos e de
Sir Salomon Mediva, na próxima pãrte do século XVIII,
membros eminentes da Congregação contribuiram
para o melhoramento da situação judaica no Conti-
nante.

E' um facto evidente que em Março de 1933, foi
o primeiro orgão judeu a protestar contra a persegui-
ção dos judeus, e, há alguns meses, interveio por in-
tervensão de alguns membros influentes, proximo da
India Oficie, em favor dos refugiados Russo-Judeus
em Afaganistão.

Pode-se notar que os dois Judeus do actual go-
verno britânico são membros das Congregação-sir
Philip Sassoon, o sub-secretário do Estado, no Minis-
tério Aéreo e o Snr. Leslie Hore-Belinha, o secretário
financeiro do Tesouro, um Ancião da Sinagoga.

A elevada Familia dos Sassoon e suas familias
aliadas fazem parte da Congregação de Londres des-
de o seu estabelicimento em Inglaterra, e, na hora



actual, M.me Flora (Farha) Sassoon, a "grande dama"
da comunidade anglo-judaica, e o seu sábio filho, o
Snr. David S. Sassoon representam a mais feliz com-
binação: "Forah uguedola bematcorir ehad" Torah e
situação elevada junto).

Shaar Achamaim de Londres é a Congregação
-mãe dos Sifardim de lingua inglesa e serviu de loco
parentis a um certo numero de entre êles

Até hoje, um Michberach é oferecido na véspera
de Kipur, para o Kaal de Londres, nas sinagogas es-
panholas e portuguesas de New York e Montreal. Os
livros de orações publicados pela Congregação de
Londres são utilizados pêlos Sefardim desde Changai
e Indias até ao Novo Mundo. Há um "Minhag de
Londres" que é uma lembrança significativa não só
das tradições historicas do culto, mas tambem dá po-
sição central ocupada peloa Sefardins da capital do
Império Britânico.

E', por consequência, que a defunta Comunidade
de Barbados, nas Indias Ocidentais, tenha legado to-
dos os seus bens á de Londres, e que o mesmo teste-
munho de confiança tenha sido manifestado pelo gru-
po em decadência dos Judeus de Ponta Delgada, nos
Açôres. Pelo contrario a Congregação de Londres foi
um dos primeiros órgãos a pôr em movimento a obra
da redenção entre os Maranos de Portugal, obra diri-
gida pelas juntas da Sinagoga de Bevis Marks. O pri-
meiro presidente deste Comité foi o Snr. Edward
Lumbroso Mocatta (o vice-presidente dos Anciãos),
cujo recente falecimento é profundamente sentido.

Foi a Congregação de Londres que apresentou
os dois primeiros Safardins (tendo antigamente per-
tencide a Barbados) á Sinagoga do Porto cuja cons-
trução está quasi a ser terminada.

O auxilio material dado pela Congregação de
Londres ao Judaísmo sofredor no estrangeiro não é o
aspecto menos precioso das suas diversas actividades.

Encontramos que já em 1089, a soma, então im-
portante de 1l0 livras foi enviada via Amsterdam a
"os Enviados de Belgrado", e o ano seguinte, 23 lirvas
foram enviadas aos "Cativos de Belgrado".

O Fundo para os Cativos recolhido pelo resgate
dos cativos judeus no mar e em terra, foi um tributo
á solidariedade judaica cuja mais sensível manifesta-
ção foi o subsidio de 500 lívras concedido pelos An-
ciãos para as despezas da Missão de Moses Montefio-
re e Adolfe Cremieu em Domasco, em 1840. Sabe-se
tambem que um emprestimo considerável fôra feito á
Comunidade de Veneza (ainda parcialmente não
pago).

Estes não são os únicos Sefardins que têm sido
beneficiados. Já em 1709, 2.275 florins foram recebi-
dos entre os Yihidim de Londres (muitos dos quais
eram de origem marana) para auxiliar com este "di-
nheiro de santidade" os "nossos irmãos da Polonia".
Em 1933, os Sefardins de Londres sustentaram a sua
protecção contra as atrocidades alemãs com um dona-
tivo de mais de 10.000 livras para assistência aos seus
correligionários perseguidos. No decorrer das últimas
semanas, a Congregação envia á Persia um subsidio
para auxilio aos refugiados russo-judeus neste país.

A história da Comunidade Sefardi de Londres,
que, estabelecida no meio do século XVII e deixada
quási intacta pelas vicissitudes dos tempos, é ainda
florêscente hoje-é um dos romances da vida judaica
na Diaspora.

Fundada por Maranos a união da Congregação
fica indissoluvel apesar da diversidade dos seus
membros.


 
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