HA-LAPID 3 =================================================== administrou o grande Fundo legado à Terra Santa por Sir Moses Montefiore, assim como as Yechivot Beth Guedalha e Beth Aaron Abecassis, o Delmar e outras obras de beneficência fundadas pelos membros da Comunidade de Londres. Existe ainda entre os di- gnatários da Congregação, um Parnas da Terra Santa e, entre os correspondentes mais honrados da Sina- goga Saar Achamaim de de nossos dias, figura o venerável Richon-le-Sion. Rabbi Jacob Meir. Entre as personalidades que marcaram a nova organização dos Judeus na Palestina, destaca-se o ilustre Moses Montefiore, o primeiro Israelita Oci- dental de valor que trabalhou para a colonização ju- daica na Terra Santa. Sir Francis Montefiore, o presidente actual dos Anciãos da Congregação de Londres, foi um dos pri- meiros e dos mais influentes amigos de Theodore Herzl, nos primeiros dias do movimento sionista, e o único entre os colaboradores do leader guia) sionista no qual sonhou como seu sucessor eventual. Entre os protagonistas sionistas e a Inglaterra que gosam dum renome internacional, podemos citar o Snr. Philips Guedalla (o André Maurois inglês), um Vahid da Congregação, que foi durante um certo numero de anos, presidents da Federação Sionista Inglesa A organisação; em 1760, pelos Anciãos da Con- gregação do comité dos "Deputados", transformada depois no Comité Londrino dos Deputados dos Ju- deus britanicos, e universalmente reconhecido o or- gão representativo dos Judeus do Império Britânico para a defeso dos direitos judeus no pais e fóra dêle, foi um acontecimento dos mais importantes e das consequências mais duraveis. Os primeiros leaders (guias) e presidentes do Board of Deputis (Junta dos Deputados) foram exclu- sivamente membros da Congregação sefardi. Sir Mo- ses Montefiore empreendeu as suas ações humanitá- rias na sua qualidade oficial de Presidente do Comité dos Deputados. Foi seguido pelos seus sobrinhos Yoseph Mayer Montefiore (o pai de Sir Francis) e Arthur Coheu, Conseil foi seguido por seus sobrinhos Joseph Mayer Montefiore (o avô do Snr. John Sebaj- Montefiore. E' interessante observar que o actual presidente do Comité. o Snr. Neville Laski, Conselheiro do Rei (um genro do Gram rabbi Moses Caster é igualmente um Ancião da Comunidade Sefardi de londres. Or- anizadora principal do Comité dos Deputados, a congregação não empreende ação independente em questões de afazeres estrangeiros. Mas, depois da época dos Lopez Suassos e de Sir Salomon Mediva, na próxima pãrte do século XVIII, membros eminentes da Congregação contribuiram para o melhoramento da situação judaica no Conti- nante. E' um facto evidente que em Março de 1933, foi o primeiro orgão judeu a protestar contra a persegui- ção dos judeus, e, há alguns meses, interveio por in- tervensão de alguns membros influentes, proximo da India Oficie, em favor dos refugiados Russo-Judeus em Afaganistão. Pode-se notar que os dois Judeus do actual go- verno britânico são membros das Congregação-sir Philip Sassoon, o sub-secretário do Estado, no Minis- tério Aéreo e o Snr. Leslie Hore-Belinha, o secretário financeiro do Tesouro, um Ancião da Sinagoga. A elevada Familia dos Sassoon e suas familias aliadas fazem parte da Congregação de Londres des- de o seu estabelicimento em Inglaterra, e, na hora actual, M.me Flora (Farha) Sassoon, a "grande dama" da comunidade anglo-judaica, e o seu sábio filho, o Snr. David S. Sassoon representam a mais feliz com- binação: "Forah uguedola bematcorir ehad" Torah e situação elevada junto). Shaar Achamaim de Londres é a Congregação -mãe dos Sifardim de lingua inglesa e serviu de loco parentis a um certo numero de entre êles Até hoje, um Michberach é oferecido na véspera de Kipur, para o Kaal de Londres, nas sinagogas es- panholas e portuguesas de New York e Montreal. Os livros de orações publicados pela Congregação de Londres são utilizados pêlos Sefardim desde Changai e Indias até ao Novo Mundo. Há um "Minhag de Londres" que é uma lembrança significativa não só das tradições historicas do culto, mas tambem dá po- sição central ocupada peloa Sefardins da capital do Império Britânico. E', por consequência, que a defunta Comunidade de Barbados, nas Indias Ocidentais, tenha legado to- dos os seus bens á de Londres, e que o mesmo teste- munho de confiança tenha sido manifestado pelo gru- po em decadência dos Judeus de Ponta Delgada, nos Açôres. Pelo contrario a Congregação de Londres foi um dos primeiros órgãos a pôr em movimento a obra da redenção entre os Maranos de Portugal, obra diri- gida pelas juntas da Sinagoga de Bevis Marks. O pri- meiro presidente deste Comité foi o Snr. Edward Lumbroso Mocatta (o vice-presidente dos Anciãos), cujo recente falecimento é profundamente sentido. Foi a Congregação de Londres que apresentou os dois primeiros Safardins (tendo antigamente per- tencide a Barbados) á Sinagoga do Porto cuja cons- trução está quasi a ser terminada. O auxilio material dado pela Congregação de Londres ao Judaísmo sofredor no estrangeiro não é o aspecto menos precioso das suas diversas actividades. Encontramos que já em 1089, a soma, então im- portante de 1l0 livras foi enviada via Amsterdam a "os Enviados de Belgrado", e o ano seguinte, 23 lirvas foram enviadas aos "Cativos de Belgrado". O Fundo para os Cativos recolhido pelo resgate dos cativos judeus no mar e em terra, foi um tributo á solidariedade judaica cuja mais sensível manifesta- ção foi o subsidio de 500 lívras concedido pelos An- ciãos para as despezas da Missão de Moses Montefio- re e Adolfe Cremieu em Domasco, em 1840. Sabe-se tambem que um emprestimo considerável fôra feito á Comunidade de Veneza (ainda parcialmente não pago). Estes não são os únicos Sefardins que têm sido beneficiados. Já em 1709, 2.275 florins foram recebi- dos entre os Yihidim de Londres (muitos dos quais eram de origem marana) para auxiliar com este "di- nheiro de santidade" os "nossos irmãos da Polonia". Em 1933, os Sefardins de Londres sustentaram a sua protecção contra as atrocidades alemãs com um dona- tivo de mais de 10.000 livras para assistência aos seus correligionários perseguidos. No decorrer das últimas semanas, a Congregação envia á Persia um subsidio para auxilio aos refugiados russo-judeus neste país. A história da Comunidade Sefardi de Londres, que, estabelecida no meio do século XVII e deixada quási intacta pelas vicissitudes dos tempos, é ainda florêscente hoje-é um dos romances da vida judaica na Diaspora. Fundada por Maranos a união da Congregação fica indissoluvel apesar da diversidade dos seus membros.
N.º 064, Yiar 5694 (Abr 1934)
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