8 HA-LAPID ============================================ mercado de prata, de ferro, de estanho e de chumbo. Yavan, Tubal e Mechee eram os teus corretores, alimentavam o teu comércio em homens (escravos) e em objectos de co- bre. Da casa de Togarma fornecia-se o teu mercado de cavalos, de palafreneiros e de mulas. Os filhos de Dedan eram teus clien- tes; numerósas calónias te serviam de mer- cados, davam-te chifres de marfim e de ébano como presentes. Aram era teu comprador por causa da multidão dos teus produtos; de carbúnculos, de purpúra, de bordados, de bisso, de coral forneciam os mercados. Judá e o país de Israel eram teus clientes; êles alimentavam o teu comércio de trigo de Minit, de manti- mentos, de mel, de azeite e de bálsamo Da- masco tratava configo pornumeros os pro- dutos, a multidão de todas as riquezas, por meio de vinho de Helbou e da lã branca. ,edan e Yavan forneciam tecidos aos teus mercados. Ali havia ferro artisticamente trabalhado, cassa, e cana perfumada para as tuas transacções. Dedan era o teu forne- cedor de vestidos de luxo para montar a cavalo. A Arábia e todos os príncipes de Kedar traficavam contigo; eram carneiros e cabras que te forneciam. Os mercados de Chebá e de Baamá eram teus corretores: dos melhores aromas, de todas as pedras pre- ciosas e de ouro forneciam os teus merca- dos. Haran, Cané e Eden, os mercadores de Chebá, Assur, Kilmad eram teus clientes. Eles eram os teus mercadores para os obje- ctos de enfeite, mantos de azul, e de borda- dos, e para os tesouros de jóias preciosas cerradas com cordões e dos cofres para as tuas mercadorias. Os navios de Tarsis estavam ao teu ser- viço para o teu comércio: tu foste acumulada e sobrecarregada no coração dos mares. Ao alto mar te levaram, os remadores que te dirigiam: o vento leste te quebrou no seio dos mares. Os teus bens e as tuas merca- dorias, os teus mantimentos, os teus mari- nheiros e os teus pilotos, os teus calafates e os teus corretores e tôdas as gentes de guerra que em ti entravam e tôda a multi- dão que te enchia cairam no seio dos mares no dia do teu naufragio. Ao ruido dos cla- mores dos teus pilotos, os ares estremeceram. Todos os que manejam os remos desceram dos seus navios, os marinheiros todos os pilotos do mar ficaram de pé sôbre a terra firme. Fizeram ecoar os seus gritos por tua causa e gemeram, puseram poeira sôbre a cabeça, rolaram-se na cinza. Por tua causa raparam a cabeça, cingi- ram-se de cilicios, choraram sôbre ti no amargor do seu coracao e será isto um tris- te queixume. E na sua desolação, entoaram sôbre ti uma alegria, expressaram os seus pesaresz-Quem era semelhante a Tiro, à que é como uma ruína no mar? Quando as tuas mercadorias, saiam dos mares, saciavas povos numerosos; pela abundância dos teus bens e dos teus mantimentos tu enriquecias os réis da terra. Agora estás naufragada, desaparecida dos mares, nas profundezas das águas; as tuas mercadorias e tôda a multidão que tu continhas sossobraram. To- dos os habitantes das ilhas estão aterrados por tua causa, os seus réis tomados de vio- lento estremecimento, os seus rostos estão transformados. Os mercadores entre as na- ções zombam de ti, tu estás reduzida a nada e tu acabaste para sempre." Este texto é uma bela página de geogra- fia comercial antiga, indicando-nos qual a origem dos produtos com que Tiro trafica- va e quais os países onde colocava as suas mercadorias. Isaías no capitulo LX, diz-nos falando da prosperidade de Israel: "...Quem são estes que voam como uma nuvem, como pombas para os seus pombais? (alusão às velas brancas dos na- vios). São as ilhas que esperam o meu sinal (de Deus) e em primeiro lugar os navios de Tarshish, para trazer de longe os teus filhos! Eles teem consigo a sua prata e o seu ouro, em honra do Eterno, teu deus, e do Santo de Israel que glorifica..." Este Isaías, autor deste trecho, não é o mesmo que já citei neste trabalho, este é conhecido entre os exegotas biblicos pelo segundo Isaías, que se supõe haver escripto a sua obra no ano 560 antes da era vulgar. Neste texto citado julgo ver indicada a existência de muitos israelistas e Tarsis, talvez emigrados para ali, quando da con- quista da Palestina pelos exércitos da Assí- ria e Babilônia, e das feitorias estabelecidas no tempo de Salomão e réis posteriores. (Continua)
N.º 064, Yiar 5694 (Abr 1934)
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