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Ha-Lapid הלפיד


N.º 064, Yiar 5694 (Abr 1934)







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 8             HA-LAPID
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mercado de prata, de ferro, de estanho e de
chumbo. Yavan, Tubal e Mechee eram os
teus corretores, alimentavam o teu comércio
em homens (escravos) e em objectos de co-
bre. Da casa de Togarma fornecia-se o teu
mercado de cavalos, de palafreneiros e de
mulas. Os filhos de Dedan eram teus clien-
tes; numerósas calónias te serviam de mer-
cados, davam-te chifres de marfim e de
ébano como presentes.

Aram era teu comprador por causa da
multidão dos teus produtos; de carbúnculos,
de purpúra, de bordados, de bisso, de coral
forneciam os mercados. Judá e o país de
Israel eram teus clientes; êles alimentavam
o teu comércio de trigo de Minit, de manti-
mentos, de mel, de azeite e de bálsamo Da-
masco tratava configo pornumeros os pro-
dutos, a multidão de todas as riquezas, por
meio de vinho de Helbou e da lã branca.
,edan e Yavan forneciam tecidos aos teus
mercados. Ali havia ferro artisticamente
trabalhado, cassa, e cana perfumada para
as tuas transacções. Dedan era o teu forne-
cedor de vestidos de luxo para montar a
cavalo. A Arábia e todos os príncipes de
Kedar traficavam contigo; eram carneiros e
cabras que te forneciam. Os mercados de
Chebá e de Baamá eram teus corretores: dos
melhores aromas, de todas as pedras pre-
ciosas e de ouro forneciam os teus merca-
dos. Haran, Cané e Eden, os mercadores de
Chebá, Assur, Kilmad eram teus clientes.
Eles eram os teus mercadores para os obje-
ctos de enfeite, mantos de azul, e de borda-
dos, e para os tesouros de jóias preciosas
cerradas com cordões e dos cofres para as
tuas mercadorias.

Os navios de Tarsis estavam ao teu ser-
viço para o teu comércio: tu foste acumulada
e sobrecarregada no coração dos mares. Ao
alto mar te levaram, os remadores que te
dirigiam: o vento leste te quebrou no seio
dos mares. Os teus bens e as tuas merca-
dorias, os teus mantimentos, os teus mari-
nheiros e os teus pilotos, os teus calafates
e os teus corretores e tôdas as gentes de
guerra que em ti entravam e tôda a multi-
dão que te enchia cairam no seio dos mares
no dia do teu naufragio. Ao ruido dos cla-
mores dos teus pilotos, os ares estremeceram.
Todos os que manejam os remos desceram
dos seus navios, os marinheiros todos os
pilotos do mar ficaram de pé sôbre a terra
firme. Fizeram ecoar os seus gritos por tua
causa e gemeram, puseram poeira sôbre a
cabeça, rolaram-se na cinza.

Por tua causa raparam a cabeça, cingi-
ram-se de cilicios, choraram sôbre ti no
amargor do seu coracao e será isto um tris-
te queixume. E na sua desolação, entoaram
sôbre ti uma alegria, expressaram os seus
pesaresz-Quem era semelhante a Tiro, à
que é como uma ruína no mar? Quando as
tuas mercadorias, saiam dos mares, saciavas
povos numerosos; pela abundância dos teus
bens e dos teus mantimentos tu enriquecias
os réis da terra. Agora estás naufragada,
desaparecida dos mares, nas profundezas
das águas; as tuas mercadorias e tôda a
multidão que tu continhas sossobraram. To-
dos os habitantes das ilhas estão aterrados
por tua causa, os seus réis tomados de vio-
lento estremecimento, os seus rostos estão
transformados. Os mercadores entre as na-
ções zombam de ti, tu estás reduzida a nada
e tu acabaste para sempre."

Este texto é uma bela página de geogra-
fia comercial antiga, indicando-nos qual a
origem dos produtos com que Tiro trafica-
va e quais os países onde colocava as suas
mercadorias.

Isaías no capitulo LX, diz-nos falando
da prosperidade de Israel:

"...Quem são estes que voam como
uma nuvem, como pombas para os seus
pombais? (alusão às velas brancas dos na-
vios). São as ilhas que esperam o meu sinal
(de Deus) e em primeiro lugar os navios de
Tarshish, para trazer de longe os teus
filhos!

Eles teem consigo a sua prata e o seu
ouro, em honra do Eterno, teu deus, e do
Santo de Israel que glorifica..."

Este Isaías, autor deste trecho, não é o
mesmo que já citei neste trabalho, este é
conhecido entre os exegotas biblicos pelo
segundo Isaías, que se supõe haver escripto
a sua obra no ano 560 antes da era vulgar.
Neste texto citado julgo ver indicada a
existência de muitos israelistas e Tarsis,
talvez emigrados para ali, quando da con-
quista da Palestina pelos exércitos da Assí-
ria e Babilônia, e das feitorias estabelecidas
no tempo de Salomão e réis posteriores.

                              (Continua)



 
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