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Ha-Lapid הלפיד


N.º 071, Tamuz-Ab 5695 (Jun-Jul 1935)







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            HA-LAPID                     4
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A educação entre os israelitas há
3.000 anos

Se compararmos a nossa pedagogia actual
com a do povo israelita teremos de confes-
sar que os progressos desta ciencia têm
sido relativamente poucos ou, e é o mais
acertado, que os israelitas tiveram bem cedo
a mais perfeita noção dela.

Na Terra Santa, em Babilónia ou em
qualquer dos lugares onde os Hahamim
fundaram ou dirigiram escalas, empregaram-
se métodos que ainda não receberam maior
perfeição.

Como pedagogo clássico ocupa o pri-
meiro lugar o Rabbi Aba Arika, que, com
o auxilio dos Rabbis Samuel e Shilat, con-
seguiu pôr em vigor todas as suas deter-
minações. Necessitava porém, recompensar
o professor mas essa recompensa era a
titulo de cuidar das crianças nos seus fol-
guedos, pois o ensino era gratuito. O Rabbi
Yahanan concordou que o professor rece-
besse ordenado, não pelo ensino, mas pela
explicação da Torah. O primeiro Rabbi
pago foi o Rabbi Shilat, que, por isso pôde
dedicar toda a sua vida ao ensino; e, quan-
do o cobrador de impostos passava, não
entrava em casa dele; é por isso que se diz:
"os professores que ensinam brilharão como
as estrêias do céu".

Rabbi Akibah decretou que não se so-
brecarregassem muito as crianças; o traba-
lho a exigir-lhes devia ir aumentando com
a idade.

As crianças só poderiam entrar para a
escola aos seis anos de idade. Não era
permitido empregar castigos fisicos mesmo
para os alunos preguiçosos: o professor
devia ter a necessária paciência, e, como
castigo envergonharía o aluno ou pô io-ia
junto dos estudantes bons e bem comporta-
dos.

Tratava-se de evitar que as crianças
tivessem de ir de muito longe para a escola,
necessltassem de atravessar correntes de
água ou seguissem por mau caminho. Não
havendo escola que satistizesse a estas con-
dições fundava-se, tendo o cuidado de es-
colher um bom professor.

O senador Shimeon ben Shatah, no sé-
culo II antes de Cristo decretou o ensino
obrigatório; todos os pais tinham pois, de


 
mandar os filhos à escola lógo que atingis-
sem seis anos de idade.

Por estas ligeiras considerações com-
preende-se facilmente o grande desenvolvi-
mento que a ciência da educação atingiu
entre os israelitas.

                     Norberto A. Morêna

Nota: (os elementos para êste artigo
toram fornecidos pelo nosso amigo snr.
Menasseh Bendob).

                o o o

               DREYFUS

No dia 12 de Julho do corrente ano
morreu tranquilamente em Paris, na sua
residência, no meio do carinho dos seus,
com 76 anos de idade o Tenente-Coronel
Altredo Dreifus, oficial da Legião de
Honra.

Dreifus foi o homem em torno do qual
se apaixonou a opinião pública de França
e do mundo inteiro nos últimos anos do
século passado e dos primeiros dêste.

Como alguns jovens leitores não conhe-
cem o célebre processo, dá-mos o resumo
dos factos principais dessa causa:

Em Agosto de 1893, o serviço de contra-
-espionagem, francês apoderou-se dum pe-
queno relatório, que acompanhara impor-
tantes documentos militares, enviados por
um oficial francês ao adido militar alemão
em Paris, Schwarzkopfen; o capitão Dreifus,
de origem alsaciana, foi acusado de ser o
autor desse resumo e porisso preso e incri-
minado como réu de alta traição.

Em Dezembro desse ano foi o capitão
responder perante um Conselho de Guerra,
que em sessão secreta o julgou e condenou
a deportação militar para a iiha do Diabo.
Antes de seguir ao seu destino foi o capitão
sujeito à infamante cerimónia da exautora-
ção.

O inocente oficial começou na ilha o seu
martirio.

Algum tempo depois o tenente-coronel
Piquart, do Serviço Secreto, adquire provas
da inocência de Dreifus e descobre o ver-
dadeiro culpado, e ajudado pelo irmão do
acusado injustamente, Matieu Dreifus, e
depois pelo Senador Kestner começa um
movimento em prol da revisão do processo.

A primeira fase dessa agitação conclue-


 
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