2 HA-LAPID ========================================= tens levado e que parece ser o teu lado eterno. Lamenta, pois, povo de Israel, o teu dístino trágico e chora os teus filhos que, quando julgavam ter encontrado à sua pá- tria viram desparecer a existência. Apesar disso, visto que és nobre, não percas a tua coragem, não deixes desvane- cer o teu ideal, nem abandones a tua lei. Continúa sofrendo, como sempre, com resignação e crê que um dia virá em que estejas ao abrigo de todas as perseguições e os povos te façam justiça, compreenden- do então e admirando o teu exemplo. Por agora, povo querido, embora com o coração comovido, ergue o teu braço, eleva a tua lei o mais alto que poderes e canta os teus hinos nacional "A nossa esperança não está perdida Eu, neste cantinho obscuro de que te falo, partilhando dos teus sofrimentos cantarei contigo. -------- A propósito do maná Os discípulos de Rabbi Salomão pre- guntaram-lhe uma vez. -Porque não deu o Senhor aos filhos de Israel maná suficiente para um ano e e todo duma vez, no lugar de lho ir dando diariamente? O Rabbi contestou. -Vou explicar-vos por uma fabula: Havia numa vez um Rei que tinha um filho, ao qual entregava certa renda anual, pagando-lhe uma dada soma tôda junta num dia marcado. Sucedeu que o rei não via o seu filho em todo o ano excepto quando vinha receber a renda. Então o pai mudou de tática e decidiu dar a seu filho cada dia a parte que lhe correspondia, vendo-o assim todos os dias. o mesmo sucedeu com Israel. Cada pai de familia, que estava dependente cada dia do mana que Deus lhes enviava para o seu sustento e de sua familia naturalmente tinha que ter sempre a fonte curvada, pe- rante o Grande Doador. "Da Taluaud" PARA OS PEQUENINOS Ancião astuto Numa povoação bastante afastada de Jerusalém vivia outrora um sábio israelita chamado Natan. Este sábio tinha um filho, que enviou para a Cidade Santa, a fim de ali comple- tar os seus estudos. Durante a ausência do filho Natan caiu enfermo e como sentisse aproximar se a morte, fêz testamento, deixando os seus bens a um dos seus escravos, apenas com a condição de que este permitiria ao seu filho escolher qualquer coisa que quizesse conservar da herança. Cerradas para sempre pálpebras de Natan o escravo, louco de contentamento correr a Jerusalém participar ao filho a morte de seu pai e mostra-lhe o testamento. Foi grande o choque sentido pelo nosso jovem. Só passado o periodo do luto é que começou a ver seriamente a sua situação. Desolado foi visitar o seu mestre; con- tou-lhe todos os pormenores do caso leu-lhe o testamento, acrescentando ainda que em toda a sua vida não se recordava de ter feito coisa alguma que podesse ofen- der o pai. Logo era uma injustiça que este lhe tinha feito. -Não digas blasfemias!-exclamou o mestre.-O teu pai além de um grande sábio foi também um bom pai. O testamento que tens na mão é a prova mais evidente disso. Prouvera a Deus que o filho soubesse mostrar-se seu digno sucessor-exclamou elevando os olhos ao ceu. Vendo que o discípulo não compreendeu estas palavras continuou: -Graças a esse testamento facilmente tomarás posse da herança de teu pai se fores suficientemente inteligente para procurar a maneira. A admiração do discípulo era cada vez maior. Por isso o mestre continuou ainda -Quando teu pai sentiu as garras da morte apertarem-se-lhe ao pescoço pensou - Eu prestes a morrer; o meu único filho ausente; em os meus olhos se fechando não haverá aqui ninguem que trate dos meus negócios. Nestas condições os meus escra vos apoderar-se-ão de tudo e talvez ainda
N.º 075, Tamuz 5696 (Jun 1936)
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