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Ha-Lapid הלפיד


N.º 075, Tamuz 5696 (Jun 1936)







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 2            HA-LAPID
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tens levado e que parece ser o teu lado
eterno.

Lamenta, pois, povo de Israel, o teu
dístino trágico e chora os teus filhos que,
quando julgavam ter encontrado à sua pá-
tria viram desparecer a existência.

Apesar disso, visto que és nobre, não
percas a tua coragem, não deixes desvane-
cer o teu ideal, nem abandones a tua lei.
Continúa sofrendo, como sempre, com
resignação e crê que um dia virá em que
estejas ao abrigo de todas as perseguições
e os povos te façam justiça, compreenden-
do então e admirando o teu exemplo.

Por agora, povo querido, embora com
o coração comovido, ergue o teu braço,
eleva a tua lei o mais alto que poderes e
canta os teus hinos nacional

"A nossa esperança não está perdida

Eu, neste cantinho obscuro de que te 
falo, partilhando dos teus sofrimentos
cantarei contigo.

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A propósito do maná

Os discípulos de Rabbi Salomão pre-
guntaram-lhe uma vez.

-Porque não deu o Senhor aos filhos
de Israel maná suficiente para um ano e
e todo duma vez, no lugar de lho ir dando
diariamente?

O Rabbi contestou.

-Vou explicar-vos por uma fabula:
Havia numa vez um Rei que tinha um
filho, ao qual entregava certa renda anual,
pagando-lhe uma dada soma tôda junta
num dia marcado. Sucedeu que o rei não
via o seu filho em todo o ano excepto
quando vinha receber a renda.

Então o pai mudou de tática e decidiu
dar a seu filho cada dia a parte que lhe
correspondia, vendo-o assim todos os dias.

o mesmo sucedeu com Israel. Cada
pai de familia, que estava dependente cada
dia do mana que Deus lhes enviava para o
seu sustento e de sua familia naturalmente
tinha que ter sempre a fonte curvada, pe-
rante o Grande Doador.

                         "Da Taluaud"

 

PARA OS PEQUENINOS

   Ancião astuto

Numa povoação bastante afastada de
Jerusalém vivia outrora um sábio israelita
chamado Natan.

Este sábio tinha um filho, que enviou
para a Cidade Santa, a fim de ali comple-
tar os seus estudos.

Durante a ausência do filho Natan caiu
enfermo e como sentisse aproximar se a
morte, fêz testamento, deixando os seus
bens a um dos seus escravos, apenas com
a condição de que este permitiria ao seu
filho escolher qualquer coisa que quizesse
conservar da herança.

Cerradas para sempre pálpebras de Natan
o escravo, louco de contentamento correr
a Jerusalém participar ao filho a morte
de seu pai e mostra-lhe o testamento.

Foi grande o choque sentido pelo nosso
jovem.

Só passado o periodo do luto é que
começou a ver seriamente a sua situação.

Desolado foi visitar o seu mestre; con-
tou-lhe todos os pormenores do caso
leu-lhe o testamento, acrescentando ainda
que em toda a sua vida não se recordava
de ter feito coisa alguma que podesse ofen-
der o pai. Logo era uma injustiça que este
lhe tinha feito.

-Não digas blasfemias!-exclamou o
mestre.-O teu pai além de um grande
sábio foi também um bom pai. O testamento
que tens na mão é a prova mais evidente
disso. Prouvera a Deus que o filho soubesse
mostrar-se seu digno sucessor-exclamou
elevando os olhos ao ceu.

Vendo que o discípulo não compreendeu
estas palavras continuou:

-Graças a esse testamento facilmente
tomarás posse da herança de teu pai se fores
suficientemente inteligente para procurar a
maneira.

A admiração do discípulo era cada vez
maior. Por isso o mestre continuou ainda

-Quando teu pai sentiu as garras da
morte apertarem-se-lhe ao pescoço pensou
- Eu prestes a morrer; o meu único filho
ausente; em os meus olhos se fechando não
haverá aqui ninguem que trate dos meus
negócios. Nestas condições os meus escra
vos apoderar-se-ão de tudo e talvez ainda


 
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