N.° 75 PORTO - Lua de junho de 5696 (1936 e.v.) ANO X
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Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos e
para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | aponta-vos o ca-
busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | minho.
| | _____| | / / | | | |
BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH
(HA-LAPID)
O FACHO
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DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda
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(Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) || ---------------- P O R T O ----------------
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Trágico destino dum povo
por Norberto Moreno
Pobre povo Israelita!
Quantos sofrimentos, quantas perse-
guições e quantos martírios tem suportado!
Diz-se-ia que a desgraça jurou jamais
te abandonar, qual sombra perseguindo o
o vulto de que provém.
Mas não desesperes. Lembra-te, viti-
ma de hoje que estás destinada para dar
no mundo inteiro o mais sublime dos
exemplos. Volta a cabeça, contempla a
tua brilhante história e continua sendo
digna dos teus mártires.
Eu compreendo-te e compreendo os
que te rodeiam.
A razão das perseguições de que tens
sido vitima, é, no fundo, sempre a mesma.
O que se passou ha séculos e séculos repe-
te-se hoje; apenas as circunstâncias e o
momento diferem.
Nao me compreendes?
Eu vou explicar-me melhor.
Recordas-te, por exemplo, do que su-
cedeu outrora no Egipto com os teus an-
tepassados? Já lá vão cerca de 4.000 anos.
As 70 pessôas que, com Jacob, foram para
aquêle país transformaram-se num grande
povo que começou a sêr temido pelos
egipcios. Deve-se isso, eu sei, às tuas
faculdades de trabalho, à tua inteligência e
à tua fé! São estas três principais qualida-
des porque suplantas todos os outros
povos, que, em todos os tempos, te tem
tornado sucessivamente invejado, temido,
odiado e perseguido.
Hoje, no século XX, sentiste, mais que
nunca a necessidade de constituir o teu lar,
de restuarar a pátria de que há tanto tempo
estás privado.
E, à custa de sacrifícios só realizarem
com um grande ideal e uma tenacidade de
aço, conseguiste, até certo ponto, o teu de-
sejo, convertendo aqueles vastos desertos
para a vida nos férteis terrenos de outrora
Mas, quando julgavas que estavas segu-
ro nesse teu lar querido e podias dedi-
car-te apenas à agradável tarefa de ressus-
citares por completo a terra que manou
leite e mel, sentes-te apertado nas garras
de um novo inimigo muito mais nume-
roso que tu. Deste vez é o árabe vizinho
que quer escrever mais uma página para o
teu martiríológio.
Queres razões? Disse já, que são as
mesmas de sempre o teu trabalho, a tua fé
colocaram-te num nivel superior desse
povo que contigo habitava a Terra Santa.
Os teus progressos são tão extraordi-
nários que aí fazem nascer mais uma vez a
inveja, receio, ódio e, consequentemente,
começar as preseguições de que estas sen-
do a estima. O desejo dêste teu inimigo
e', como o de todos os que tens tido, ex-
pulsar-te, extinguir-te, ou pelo menos,
obrigar-te a continuar a vida errante que
N.º 075, Tamuz 5696 (Jun 1936)
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