N.º 081, Tishri-Heshvan 5698 (Set-Out 1937) > P06
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Ha-Lapid הלפיד


N.º 081, Tishri-Heshvan 5698 (Set-Out 1937)







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 6                  HA-LAPID
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101- Quem pois saberia colher com doçura as
flores que eu plantei, podar a minha árvore da sapiên-
cia e nela repiscar?

101-Quem poderia conduzir a bem os meus es-
critos continuando a tecer a trama e a cadeia dos meus
tecidos?

103-Quem enfim. após a minha morte, se ador-
naria com os enfeitos da minha fe' e montaria nas mi-
nhas muares?

104 - Ninguém fóra de ti, amigo da minha alma e
meu herdeiro, tu só que és o meu fiador do que eu
devo ao meu Rochedo?

105-É por ti que o meu sêr aspira, ele: enlou-
quece junto de ti,-é a ti que eu darei de beber a mi-
nha sêde e minha fome;

106-A ti convém a minha brilhante inteligência.
o explendor do saber e a sabedoria que me distingue;

107-Ela me vem em parte como herança de meu
pai e instrutor, dele que é o pai das ciências e o meu
mestre e preceptor;

108-A outra parte, eu a adquiri pelos meus pró-
prios esforços; foi com o meu arco e a minha espada
que eu fiz a sua conquista.

109-Nela atingi uma grande profundeza, de tal
modo que em comparação comigo os sábios de Edom
são gafanhotos.

110-Pois que freqüentava as suas escolas, sem
que nenhum deles ousasse defrontar-se comigo em
combate.

111-Eu triunfo sôbre o que se cala na minha
presença; confunda e humilho o meu contraditor

112-Quem é que, de facto, teria a audácia de
expor perante mim os fundamentos da Criação e os
mistérios da Carro e de Aquêle que o dirige?

113-A minha alma sublime não e' por ventura
superior às almas dos da minha pobre geração?

114-Não é a minha imagem fortificada pela po-
tência do seu Rochedo enraizada e cerrada no fundo
da minha prisão?

115-Contudo ela não cessa de aspirar a subir até
ao patamar.-sendo o meu ardente desejo recalca-la nos
seus degraus.

116-Meu amigo! Que tens que fazer no seio dum
povo de coração impuro? Semelhante a uma macieira
no meio dum pinhal bravo?

117-A tua alma ficou pura entre os gentios;-
semelhante a uma rosa no meio de espinhos e de ervas.

118-Levanta-te e caminha para atingires o lugar
da minha peregrinação; foge daí, vem, semelhando-te
à gazeta e a um veado.

119-Regressa à casa de teu pai-para a rocha
que te deu origem; a que o meu Deus Protector te
proteja!

120-É Ele, o meu Deus, que aplanará os teus
caminhos, que te conduzirá da tua prisão para o livra-
mento;

121-Ele fará repousar sôbre a tua cabeça as
bençãos de teus pais, juntando-lhes também as de
meu pai e avô.

122-Possa Ele iluminar as trevas do meu espirito
e pela sua grande misericórdia tornar direito o meu
caminho tortuoso.

123-É em Deus-meu Pastor-que confiarei o
meu braço e é n'Ele-meu Pai-que ponho a minha
esperança.

124-Que êle me restitua a minha jóia tão dese-
jada, aquêle que eu chamo perante a sua face: meu
querido oxalá tu me escutesl

125-Entoarei então um cântico de amor ao meu

 

Criador-durante tôda a minha vida eu lhe cantarei
um canto pleno d'amor; '

126 -Eu lhe apresentarei as minhas oferendas e
eu lhe consagarei os meus presentes.

127-É por isto que a minha alma fica ligada ao
meu Santo (Deus)-nele está a minha sorte; nele estão
os meus olhos e o meu coração.

128-Possa o meu louvor ser agradável ao meu
Deus e as palavras do meu canto mais agradáveis que
um novilho.

129-Que êle me faça ver a Gloria de Sion, a sua
beleza em todo o seu explendor real, onde se realizou
a eleição dos Querubins.

130-E que à sua testa apareçam conjuntamente
os dois luzeiros: o filho de David e o Tishibita (Elias
-o profeta);

131 -E que jámais inimigo algum a possa ofender,
e que nenhum arabe ali acampe mais.

                 Notas

A nota do número de versiculos é Q a L=130.

              Nota Primeira

-É por causa do meu rapaz que ore¡ a Deus, em
metrica rimada.

-Que o Rochêdo o salve, o guie, o faça cavalgar
sôbre uma nuvem leve.

              Nota segunda

-A minha taça está perante o meu Rochedo, o
meu estandarte, a minha nobreza, a minha protecção,
Aquêle que livra, que é o Deus que me fez; a Ele
ofereço a minha taça.

- O meu rebento e o filho do meu vigôr, que Ele
o faça sair, a-fim de que me seja dado vêr em liber-
dade a minha graça-o meu filho.

              Nota terceira

- Ó meu quinhão, amigo do meu seio, glória do
meu ardente desejo, transforma a minha obscuridade
em luz, a minha noite em dia.

Apressa-te e cavalga sôbre uma nuvem para vires
ao teu pai. Sé firme e corajoso!

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1.° Centenário da Fundação da Synagoga
"Sohar Hashamaim de Ponta Delgada,
fundada em 21 de Dezembro de 1836

Em 21 de Dezembro de 1936 teve
logar na mesma com assistência de toda a
comunidade; uma oração de arbit. Fez
um brilhante discurso referente à vinda
dos judeus para Portugal e depois para
os Açores o grande sábio Dr. Alfredo
Bensaude em seguida; houve ascabots
pelos fundadores da Synagoga; misberoh
ao Dahal-Misberah ao Ex.mo Snr. Presi-
dente da Republica Portuguesa e Ex.mo
Snr. Presidente do Conselho e Ex.mos Snrs.
Ministros; e em seguida um finissimo chá
e variadíssimos dôces, tudo Casher, ter-
minando às 23 horas.

                      joaquim Sebag


 
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