8 HA-LAPID ========================================== Vitimas sem numero pereceram duran- te anos nas prisões e grande numero d'au- tros foram firmemente para as fogueiras. Tambem depois de ter cabado a Inquisi- ção em 1821 e mesmo depois de ter sido anulado a Egreja, do Estado em 1910, os cristãos novos, embora já acabar qualquer perigo, o um serviço oficial, só em segre- do praticaram as suas orações e os seus usos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Só um homem que veio do meio d'eles podia compreender a singularidade d'eles as suas concepções esingularidades d'eles e as preocupações que a especialidade do seu passado tinha marcado n'eles e en- contrar o caminho para os ganhar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . É preciso lembrar-se da simplicidade d'estas gente e das condições primitivas em que vivem para ter uma idéa da obra que estava para realizar. Ninguem podia ter resolvido senão um homem que veio do meio d'eles e falava a mesma lingua. Barros Bastos dedicou-se inteiramente aquela obra, organisou comunidades e serviços nas mesmas, ensinou-os e fortifi- cou a sua crença. Ele traduziu a Biblia e as orações do hebraico para o portuguez, traduziu as instruções do espiritual Judio das fontes, na linguagem do Paiz e fundío o Jornal Halapid (o Facho), no qual ele comunica noticias do judaismo do mundo, instruções importantes e edificações. O centro para todo este movimento para qual se juntaram imediatamente tam- bem n'outras províncias de Portugal, um grande numero de homens entusiasmados, fez Barros Basto na sua Patria no Porto, aonde ele fundiu uma comunidade Judia, uma comunidade que em principio foi muito pequena, mas que devia se tornar o centro espiritual de todo o movimento Marrano. No Porto ele queria instruir a nova geração de professores e guias que deviam continuar a sua obra de trazer a palavra de Deus as comunidades e fortifi- ca-la ai. Ele fundou uma Jeshiva que na manei- ra d'um seminario para professores, tinha como fim a educação de jovens para pro- fessores e recitadores de orações. Todo o movimento devia encontrar a sua expressão material na Sinagoga para qual foi posta a pedra fundamental no Porto no dia 30 de Junho de 1929. O comitê portuguez Marrano tratou de arranjar os meios para o edificio e devi- do ao grande donativo de Sir Elly Ca- doorie, era possivel de conseguir o plano. A Sinagoga é um edifício monumental, de alta beleza e de medidas formidaveis que não é só destinado para a comunida- de pequena do Porto, mas como monu- mento visivel para a renascença dos Mar- ranos, e a sua ligação aos Judeus do Mun- do. Ela está na parte nova e bonita da cidade, chamada Boavista, e liga as tradi- ções arquitectonicas do Paiz, mas tambem tem motivos sinagogais. Como um simbolo é a vista admiraval para o mar, por assim dizer um sinal da Liberdade nova que aqui se abre. Seé por acaso onde proposito a Sinagoga le- vanta-se n'uma rua que tem o nome d'um poeta muito conhecido portuguez Guerra Junqueira-que era um grande comba- tente pela Liberdade e que pela sua apa- rencia, a muitos parecia Judeu. A Sinago- ga tem um presente fraco, mas está cons- truida para um futuro mais forte, Tudo depende do espirito que o seu construtor vai inspirar a ela. A obra não foi facilita- da a Barros Basto, especialmente nos ul- timos anos ele foi exposto a uma série de campanhas sérias tentando estragar a sua obra. Ele passou por todos os ataques como vencedor. E do seu entusiasmo a sua veracidade interior, o seu sentido convencido de com- batente tambem no futuro dár-lhe-ha azar para fortificar a sua permanencia e a sua certeza no seu fim. Nós desejamos a este homem especial, que a sua obra floresça e aumente e nós chamamos a ele cordea- lemente "Chasak Weemaz". Dr. ISMAR E ELBOGEM. Digno Reitor do Seminário Rabinico de Berlim. (Publicado no jornal israelitta C. V. Zel- tung acompanhado pelas fotografias da Si- nagoga da Pôrto e pelo retrato do Capitão Barros Basto). (Este excerpto foi traduzido em lingua- gem portuguesa por um judeu emigrado da Alemanha e residente na Pôrto).
N.º 082, Kislev 5698 (Nov-Dez 1937)
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