N.° 84 PORTO - Lua de Março - 5698 (1938 e.v.) ANO XII ============================================================================================================= Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos e para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | aponta-vos o ca- busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | minho. | | _____| | / / | | | | BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH (HA-LAPID) O FACHO ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda Avenida da Boavista, 854-PORTO || Rua de S. Bento da Victoria, 10 (Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) || ---------------- P O R T O ---------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O que foi a Cerimónia da inauguração da Sinagoga Kadoorie Mekor Haim? por Norberto A. Moreno Eis uma pregunta a que não podemos res- ponder sem embaraços, embaraços motiva- dos pela impossibilidade de pôr nas nossas palavras o brilho com que decorreu aquela solenidade. Despretenciosamente, contudo, responderemos; e, para mais cabal desem- penho desta tarefa, vamos por partes e sin- téticamente. A Sinagoga Kadooríe Mekor Haim é um templo israelita caracteristicamente oriental -cúpulas, terraço, Ornamentação, etc., tudo o atesta-magestoso, imponente, producto feliz do cérebro fértil e actividade incansável do snr. Cap B. Basto. E' também a séde das Comunidades judaicas do norte de Portugal e um monumento destinado a honrar e a perpetuar a sagrada memória dos mártires da Inquisição. A cerimónia da inauguração teve lugar no dia 16 de Janeiro do corrente ano pelas 15,5 horas. Na assistência viam-se portugueses, fran- ceses, ingleses, espanhoes, alemães, italia- nos, russos, polacos, etc. Várias religiões estavam igualmente representadas. Entre os portugueses não faltavam os maranos com trajes regionais característicos reforçando a nota de interessante e simpá- tica policromia. Começou a solenidade pela tefilah minh'ah (oração da tarde) dita pelo moreh Samuel Rodrigues, ladeado pelos Snrs. Cap. B. Basto, M. Bendob e os cantores Dizen- druk e Hertz. Sendo um templo dedicado a maranos foi escolhido um para pela primei- ra vez nele oficiar. Em seguida os presidentes da Comuni- dade de Lisboa e de outras estrangeiras con- duziram os Sefarim (livros da Lei) da sala em que anteriormente se praticava o culto para o ehal (arca santa) da Sinagoga pro- priamente dita. Como alguns representantes de comunidades estrangeiras tiveram a gen- tileza de oferecer à recem-nascida Sinagoga Sefarim, foram os próprios que no solene cortejo os conduziram. A ner-tamid (luz perpétua-lâmpada que, como o nome indica, permanece acesa, noite e dia, durante a existência do templo, foi acesa pelo snr. Dr. M. Amzalak, presidente da comunidade de Lisboa. Coube-lhe tal (Continua na página 2)
N.º 084, Nisan 5698 (Mar 1938)
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