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N.º 088, Heshvan 5699 (Out 1938)







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 4             HA-LAPID
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O ENSINO RELIGIOSO

1-Necessidade do ensino religioso

O maior mal de que enferma a sociedade
é a ignorância religiosa. Com o ensino reli-
gioso na família não se pode contar muito,
porque a maior parte dos pais ou não podem,
por falta de tempo ou de competencia, ou
não querem ensinar a religião aos filhos.
E' necessário, pois, que os preceptores façam
compreender aos chefes de família a obriga-
ção que lhes impende, de educar ou mandar
educar na religião de Moisés os filhos. Os
próprios preceptores necessitam de ser de
uma persistencia inquebrantável no ensino
das crianças, a-fim-de num futuro não muito
distante verem uma geração nova composta
de bons israelitas e bons cidadãos.

Sem o ensino religioso a fé extinguir-se-á.
Urge, portanto, não deixar perder os restos
da tradição que quatro séculos mantiveram.
ainda que decadentemente.

Todo o preceptor deve pelo menos desti-
nar uma hora todos os sábados e dias festivos
ao ensino da religião às crianças. A prepa-
ração para Bar-Mitçvah deve ser mais de-
morada.

Deve-se também, claro está, ír dando
instrução mais completa à medida que a
idade das crianças vai aumentando.

Não se deve mesmo deixar de explicar a
religião aos adultos de uma maneira acomo-
dada à sua inteligencia. E' conveniente
aproveitar para este efeito os sábados e
outros dias festivos, à hora que mais apta
parecer para a assistencia do povo, durante
os ofícios religiosos, por exemplo.

II-Métodos de ensino religioso

Para que o ensino religioso produza os
devidos frutos, torna-se necessário que nele
se observem fielmente as recomendações da
pedagogia moderna aplicada a este ensino.

A primeira delas é que se não reduza o
ensino religioso a conseguir que as crianças
aprendam de cor, inconscientemente, rotinei-
ramente, as fórmulas dos manuais. E' uti-
líssimo, é mesmo necessário que elas deco-
rem essas fórmulas, para que adquiram um
conhecimento breve, claro e rigorosamente
exacto das verdades israelitas; mas é tam-
bém inegável que o preceptor deve empe-



nhar-se em fazer-lhes compreender aquilo
que decoram para que o ensino não fique
reduzido a um simples exercício de memória,
Ninguém ousará afirmar que conhece os
principios da religião aquéle que aprendeu
fórmulas de cor, mas sem nada compreender:
ficou com palavras na memória mas não com
ideas.

Se quisermos que o ensino religioso for-
neça os devidos frutos, comecemos por fazer
às crianças uma breve e clara explicação
daquilo que elas se propõem decorar, tendo
o cuidado de lhes dar a significação das pa-
lavras menos conhecidas e das frases mais
obscuras. E' um valioso auxílio que se lhes
presta, porque a retenção do que se com-
preende é sempre menos morosa e menos
fatigante. Mandar decorar uma fórmula e só
depois explícá-la é processo contrário a todas
as regras da pedagogia.

Haja também o maior cuidado em que
as crianças pronunciem bem e conveniente-
mente as palavras das fórmulas. Temos
encontrado algumas e até adultos que estro-
piam tudo. E note-se que, em matéria de
fé, às-vezes sucede que da simples troca de
uma palavra resulta uma blasfêmia.

Depois de se verificar que a criança sabe
bem de cor a fórmula, deve ser-lhe explicada
convenientemente, em termos simples, claros,
concretos, empregando exemplos e analogias,
e em seguida faça-se-lhe um interrogatório
hàbilmente dirigido, de forma que ela fique
com um conhecimento exacto e completo,
tanto quanto possível, da verdade ensinada.

De-se inteira liberdade às crianças para
que nas respostas se exprimam por palavras
suas, devendo ser obrigadas a fixar, palavra
por palavra, somente as fórmulas e enuncia-
dos dos princípios fundamentais.

Este método expositivo-interrogativo,
dá óptimo resultado, sobretudo para crian-
ças com pequena cultura intelectual. Mas
nas explicações evitem-se desenvolvimentos
excessivos e superiores à capacidade das
crianças às quais é ministrado, a-fim-de não
criar nelas repugnáncia pelos temas da expo-
sição.

Aconselhamos os preceptores que repi-
tam muitas vezes, sobretudo as cousas mais
importantes, tendo o cuidado de não variar,
sobre os pontos fundamentais, as expressões


 
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