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N.º 125, Kislev-Tevet 5705 (Nov-Dez 1944)







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N.° 125                      PORTO - Luas de Novembro e Dezembro - 5705 (1944 e. v.)                  ANO XIX
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Tudo se ilumina                     _______  ___  _______ |=|____  _______                      ...alumia-vos
para aquele que                    |____   ||_  ||  ___  ||____  ||_____  |                   e aponta-vos  o 
busca a luz.                            | |   |_| \_\  | |    / /   _   | |                   caminho.
                                        | |       _____| |   / /   | |  | |
       BEN-ROSH                         |_|      |_______|  /_/    |_|  |_|                          BEN-ROSH

                                                  (HA-LAPID)
                                                   O  FACHO

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DIRECT. E EDITOR: -A. C. DE BARROS BASTO (BEN-ROSH)   ||   COMPOSTO E IMPRESSO NA IMPRENSA MODERNA, L.DA
      Redacção na Sinagoga Kadoorie Mekor Haim        ||                 Rua da Fábrica, 80
           Rua Guerra Junqueiro, 340 - Porto          || ------------------- P O R T O -------------------
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             MEMÓRIAS

da Literatura Sagrada dos judeus portugueses desde os
primeiros tempos da Monarquia até fins do Século XV

            MEMÓRIA I

   POR ANTONIO RIBEIRO DOS SANTOS

O povo judaico, que em todos os tem-
pos se consagrou com muito ardor à lição,
e meditação dos Livros Santos, e dedicou
sempre ao estudo das letras uma grande
parte dos seus individuos, não se pode haver
por ignorante e bárbaro, como muitos têm
julgado. Quando não houvesse esta razão,
e muitas outras abonadas provas da grande
aplicação, e saber dos hebreus, bastariam as
muitas obras, que êles têm escrito em di-
versos tempos, e em diversas matérias,
maiormente de Literatura Sagrada, para
entendermos que, êles sempre conserva-
rão entre sí um rico depósito de muita
erudição. e doutrina.

Entre todos porém, os que mais se extre-
maram foram por certo de judeus espanhóis
e portugueses, mui dados em tempos antigos
a todo o genero de letras humanas e divi-
nas. E por falar dos judeus portugueses,
que são os únicos, de que pretendemos tra-
tar nestas Memórias, em mui grande obri-
gação lhe estamos pelo muito, que concor-
reram para o estabelecimento dos estudos
em Portugal: porque em verdade lhes deve-
mos em muita parte os primeiros conheci-



mentos de Filosofia, da Botânica, da Medi-
cina, da Astronomia, e da Cosmografia; os
primeiros rudimentos da Gramática da Lin-
gua Santa, e quási todos os estudos da Lite-
ratura Sagrada, que entre nós houve antes
do Século XVI, e o que muito contribuiu
para se espalharam, e adiantarem os nossos
conhecimentos, a introdução, ou polimento
da tipografia portuguesa, maiormente he-
braica, com que naqueles tempos começa-
mos de competir com as mais adiantadas
nações da Itália, e da Alemanha. E pelo
que toca aos Estudos Sagrados, que é a
matéria de nossas memórias, vejamos o que
elas fizeram nessa parte.

              CAPÍTULO I

   Das três escolas em que aprendiam
   os judeus de Espanha e Portugal

Desde tempos muito subidos foram os
nossos Judeus espanhóis pelo comum mui
doutos. e sabedores da sua lei, e mui versa-


 
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