2 HA-LAPID ========================================== dos em tôda Literatura Bíblica, Talmúdica, e Rabínica. Três, foram as escolas em que aprenderam: I-Escolas dos Talmudistas A primeira foi a dos mesmos Talmudis- tas chamados Amarelos, ou Gemaricos autores dos comentários do Misená (Os Autores dos Comentários ao Misená foram chamados Moraim Amorain Emoraim ou Amoréos de Amar-dizer: porque a sua dou- trina é dizer o que se fêz, a fim que cada Capitulo comeca Itmar he dito: e a êste seu dito, ou doutrinas e chama Memerá, isto é, Sermão ou palavra. Dêste número foi R. Jochanam autor do Talmud Jerasalymi- tano e R. Ase autor da Gemará ou Talmud Babylonico, e o último dos Amoraim ou Gemaricos), que ensinaram nas Academias Orientais de Nahardéa, e de Sorá sobre o Eufrates, e em outras mais erigidas no Sé- culo III. A elas recorriam muitos dos judeus espanhóis, indo por longas pere- grinações e trabalhos aprender nelas a inte- ligência da Lei Escrita, e as doutrinas do Talmud, ou Lei Oral. II- Escola dos Rabanan A segunda foi a dos Rabanan, ou juízes Supremos dos judeus sucessores dos Emo- raim no Reino da Pérsia, a que chamaram Saboréos. (Saboréos quer dizer apinadores, por constar sua doutrina de diversas opiniões, ou disputas, por uma e outra parte; os quais vieram depois da compilação do Tal- mud). Muitos dos nossos foram ouvir suas lições em Babilônia nas famosas Aca- demias de Pombedita, e Moehafiah, onde ensinaram por quási dois séculos sucessivos. III -- Escola dos Gueonim A terceira foi a dos Gueonim, ou Guéo- nim, ou Mestres universais das judeus in- signes propagadores da Literatura Rabinica, que haviam sucedido aos Raban Sabaréos nos fins do Século XI, e ensinaram até ao principio do Século XI na cidade e reino da Pérsia. Chamaram-se Séonim, isto é, excelentes: por se haverem pelos mais emi- nentes de todos os homens: os quais subsis- tiram até a destruição da escola de Babilónia em 4797 da criação do mundo sendo o último dêles Rab. Haye). Desta escola saí- ram grandes homens que muito floresceram depois em nossa Espanha; tal foi entre outros R. Judas mui assinalado por seu grande sa- ber, o qual escreveu um tratado das causas, que contém o mar para que não chegue a inundar a terra; e um Dicionário da Lingua Arábiga, e passou muitos outros livros desta lingua para o hebreu: o que bem mostra, quanto êle era versado no estudo de Filo- sofia, e das linguas; e quanto as ciências floresciam então nas sinagogas de nossa Espanha. Concurso dos espanhóis a estas esco- las-E estas foram as três escolas, a que concorriam os judeus espanhóis em tempos antigos: os pais costumavam mandar seus filhos para se instruírem nelas, como no centro de toda a literatura, e sabedoria sa- grada: porque era um princípio assentado da educação liberal entre êles, ir tomar na fonte as instruções daqueles sábios mestres da Nação. Se havia alguma dúvida nos pontos, mais árduos da lei, as sinagogas de Espanha a elas enviavam seus deputados para consultar os rabis; dêles recebiam a declaração e decisão de suas dúvidas e se regiam por suas respostas e decretos; pra- ticando os mesmos ritos, cerimónias e cos- tumes legais, que éles tinham. Assim vemos, por exemplo, que as preces, que as sinago- gas de Espanha costumavam recitar nos dias de Aflição e particularmente nos dias das Expiações, eram compostas pelo Rabi Minim, cabeça de uma das academias de Babilônia. donde os nossos as haviam recebido. CAPÍTULO II Da quarta escola, que é a dos Rabanim de Espanha Quando e porque ocasião começou a escola dos Rabanim de Espanha-De- pois que os judeus no reino da Pérsia come- çaram de ser perseguidos e desbaratados pelos sucessores de Aly e foram lançados fora de Babilónia, e de suas vizinhanças e lhes faltou R. Haye, supremo Gaon, ou juiz universal de todos eles naquelas partes, acabaram as academias orientais chamadas Marbid Thorat e se extinguiu o magisté-
N.º 125, Kislev-Tevet 5705 (Nov-Dez 1944)
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