HA-LAPID 7 ========================================== Eleazar, irmão de Judah, vendo um elefante revestido duma maneira real e ultrapassando todos os outros, julgou que êle conduzia o rei. Resolvido a libertar o seu povo, pre- cipítou-se audaciosamente no meio da fa- lange inimiga, dando golpes mortais à es- querda e à direita para romper as fileiras inimigas; depois, metendo-se debaixo do elefante, feriu-o no ventre. O animal. caindo sôbre êle o esmagou: mas Eleazar tinha sacrificado em vão a sua vida. Pe- rante o número dos inimigos, Judah viu-se obrigado de bater em retirada e refugiar-se no recinto fortificado do Templo, onde êle estava ao abrigo de todo o taque. 5-.-Nova proeza de Judah Macabeu -Demétrio, novo rei da Síria, recomeçou a luta contra a Judeia (161 antes da Era vul- gar), êle enviou o general Nicanor com numerosas tropas contra Jerusalém. Judah foi obrigado a pôr-se de novo à testa dos seus fiéis, três mil homens sómente. Os dois exércitos travaram combate a 13 de Adar, e Nicanor foi derrotado. Êle pró- prio morreu na refrega. Para agradecer a Deus a sua ajuda o povo judeu comemorou por longos anos a vitória do 13 de Adar, por uma festa, chamada Festa de Nicanor. 6-Morte de Judah Macabeu-Para ter um aliado contra os siriacos, Judah en- tabolou nagociações com os romanos, en- tão seus inimigos; êle concluiu até com êles um tratado cujo texto, gravado sôbre tá- buas de bronze foram por muito tempo conservadas no Capitólio. Mas êste tratado, realçando o prestigio dos judeus, não lhe deu ajuda sincera. Quando, no ano se- guinte, os siriacos invadiram de novo a Pa- lestina, os romanos não enviaram nenhum socorro. Judah, abandonado só tinha oito- centos homens para opor ao exército ini- migo. Com êste punhado de bravos, êle ousou contudo atacar as forças do inimigo, muito superiores e conseguiu um sucesso momentânea em Eleasa, mas, no seguimento da batalha, êle foi morto, e a vitória coube aos siriacos (160 antes da era vulgar). Os seus irmãos recolheram o seu corpo e en- terraram-no no túmulo de seus pais, em Modim. Todo o Israel fêz ouvir choros: lamen- tações, dizendo:- "Como morreu êste va- lente, que libertava Israel?" --------------------- NECROLOGIA De Londres recebemos a triste noticia de que Deus Bendito chamou à sua divina presença a alma de Arthur de Casseres Membro do Conselho dos Anciãos da Spanish & Portuguese Congregation de Lon- dres, membro do Portuguese Maranos Com- mittee. Êste Sr. veio ao Pôrto tomar parte na inauguração solene da Sinagoga Ka- doorie, onde agora lhe foi rezada solene- mente pelo Moreh Marano, Sr. Samuel Rodrigues uma ascabah. Rev. Abraham Castel Ministro oficiante da Comunidade Israe- lita de Lisboa a qual serviu dedicadamente durante trinta anos. O seu ofício fúnebre foi rezado na Sina- goga Israelita Shaaré Tikvah de Lisboa. Dr. Erich Rubenfeld No dia 25 de Janeiro de 1944 faleceu subitamente com 54 anos de idade em Lis- boa o nosso correligionárío e médico dis- tinto Dr. Erich Rubenfeld natural de Áustria donde emigrou para o Pôrto, de cuja Co- munidade fazia parte e era o elemento activo da 4.a secção (Signo Vermelho) que trata de assistência clinica. Homem... ho- mem estudioso e bondoso. Que as suas almas sejam unidas ao feixe da vida eterna e os seus corpos repousem em paz e glória. E digamos como Job: "Deus os deu, Deus os levou. louvado seja Deus". - Na Catedral Judaica do Norte de Por- tugal (Sinagoga Kadoorie Mekor H'aim), foram rezadas solenemente as Kaboth por êstes ilustres extintos, sendo oficiante o Moreh Marano Sr. Samuel Rodrigues.
N.º 125, Kislev-Tevet 5705 (Nov-Dez 1944)
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