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N.º 127, Shevat-Adar 5705 (Abr-Jun 1945)







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pregados como ourives de ouro e pratar,
enquanto alguns continuam a fazer a sua
vida pela lavoura e outras ocupações.
Observam escrupulosamente a tradição Ju-
daíca e a sua vida religiosa é ordenada
pela codificação da lei judaica feita por
Maimonides. Não houve contacto entre
êles e a Palestina durante gerações e o
grupo recém-chegado é praticamente o
primeiro de Judeus do Haban que chegam
ao pais.

Os Judeus de Haban explicam o facto
de falarem Hebreu dizendo que essa lin-
guagem lhes foi dada no Monte Sinai.
Quando lhes preguntaram como achavam
a comida da Palestina. um dêles respondeu:
"Nós gostamos da sede da Terra-Santa.
como não haveríamos nós de comer o seu 
pão?"

                   *

A bandeira azul e branca
hasteada sôbre o quartel
general da Brigada Judaica

A bandeira nacional palestinense azul e
branca, foi solenemente içada sôbre o quar-
tel general da Brigada Judaica em itália.
A cerimónia foi simples e calma, mas tão
comovente para os soldados que dela par-
ticiparam, que as lágrimas correram por
muitas daquelas faces endurecidas pela
humilhação. É que lhes era dado ver a
estrêla de David, que os Nazis os tinham
obrigado a usar como um sinal de vergo-
nha, desfraldada como um símbolo de
honroso combate.

                    *

Foram encontrados na Ale-
manha livros e tesouros ar-
tísticos pilhados aos judeus

Foram encontradas num castelo, pró-
ximo da aldeia de Hungen, 30 milhas ao
norte de Frankforte, milhares de livros e
manuscritos judaicos, segundo uma noticia
dada pelo correspondente especial do Daily
Telegraph, junto do 3.° exército americano.



A colecção que é dum valor inestimável
inclui também biblioteca completa, quadros
e objectos de culto do museu T. Rothschild
de Frankfurt, pilhados à congregação ju-
daica portuguesa de Amsterdam, e às de
Kharkov. Lodz, Kiew, Salónica e França.

                    *

Na frente italiana 4.000 sol-
dados judeus celebraram
a Páscoa

Pelo menos 4.000 judeus das Fôrças
Aliadas actualmente na Itália, incluindo
neste número os membros do Grupo de
Brigada Britânica, celebraram a Páscoa,
tanto nas linhas de fogo, como em Roma.
Sempre que possível, foram concedidos aos
soldados judeus tempo e transporte que
lhes permitissem assistir as cerimónias
religiosas e a alguns foi mesmo dada a
licença para virem a Roma participar dos
Serderim que, para êles tinham sido pre- 
parados.

                    *

Os princípios da indústria
de papel na Palestina

Está actualmente a funcionar na Pales-
tina uma fábrica de papel. Os seus pro-
prietários consideram-na apenas o modesto
princípio duma futura indústria de papel
na Palestina. Dizem êles que não há razão
para que a Palestina não produza todo o
papel de que necessita. Segundo as esta-
tísticas de antes da guerra, o consumo
anual de papel e de cartão na Palestina era
de 20.000 toneladas, o que é fundamento
de sobra para a criação duma indústria
convenientemente estabelecida. Há abun-
dância de matérias-primas no pais; canas
de Huleh e "hilfeh", que é aparentado com
o «alfa» ou erva-de-esparto, com que se
manufactura o papel em muitos paises.
Milhares de operários podiam ser empre-
gados na indústria de papel, se esta fosse
convenientemente desenvolvida.


 
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