4 HA-LAPlD ======================================== pregados como ourives de ouro e pratar, enquanto alguns continuam a fazer a sua vida pela lavoura e outras ocupações. Observam escrupulosamente a tradição Ju- daíca e a sua vida religiosa é ordenada pela codificação da lei judaica feita por Maimonides. Não houve contacto entre êles e a Palestina durante gerações e o grupo recém-chegado é praticamente o primeiro de Judeus do Haban que chegam ao pais. Os Judeus de Haban explicam o facto de falarem Hebreu dizendo que essa lin- guagem lhes foi dada no Monte Sinai. Quando lhes preguntaram como achavam a comida da Palestina. um dêles respondeu: "Nós gostamos da sede da Terra-Santa. como não haveríamos nós de comer o seu pão?" * A bandeira azul e branca hasteada sôbre o quartel general da Brigada Judaica A bandeira nacional palestinense azul e branca, foi solenemente içada sôbre o quar- tel general da Brigada Judaica em itália. A cerimónia foi simples e calma, mas tão comovente para os soldados que dela par- ticiparam, que as lágrimas correram por muitas daquelas faces endurecidas pela humilhação. É que lhes era dado ver a estrêla de David, que os Nazis os tinham obrigado a usar como um sinal de vergo- nha, desfraldada como um símbolo de honroso combate. * Foram encontrados na Ale- manha livros e tesouros ar- tísticos pilhados aos judeus Foram encontradas num castelo, pró- ximo da aldeia de Hungen, 30 milhas ao norte de Frankforte, milhares de livros e manuscritos judaicos, segundo uma noticia dada pelo correspondente especial do Daily Telegraph, junto do 3.° exército americano. A colecção que é dum valor inestimável inclui também biblioteca completa, quadros e objectos de culto do museu T. Rothschild de Frankfurt, pilhados à congregação ju- daica portuguesa de Amsterdam, e às de Kharkov. Lodz, Kiew, Salónica e França. * Na frente italiana 4.000 sol- dados judeus celebraram a Páscoa Pelo menos 4.000 judeus das Fôrças Aliadas actualmente na Itália, incluindo neste número os membros do Grupo de Brigada Britânica, celebraram a Páscoa, tanto nas linhas de fogo, como em Roma. Sempre que possível, foram concedidos aos soldados judeus tempo e transporte que lhes permitissem assistir as cerimónias religiosas e a alguns foi mesmo dada a licença para virem a Roma participar dos Serderim que, para êles tinham sido pre- parados. * Os princípios da indústria de papel na Palestina Está actualmente a funcionar na Pales- tina uma fábrica de papel. Os seus pro- prietários consideram-na apenas o modesto princípio duma futura indústria de papel na Palestina. Dizem êles que não há razão para que a Palestina não produza todo o papel de que necessita. Segundo as esta- tísticas de antes da guerra, o consumo anual de papel e de cartão na Palestina era de 20.000 toneladas, o que é fundamento de sobra para a criação duma indústria convenientemente estabelecida. Há abun- dância de matérias-primas no pais; canas de Huleh e "hilfeh", que é aparentado com o «alfa» ou erva-de-esparto, com que se manufactura o papel em muitos paises. Milhares de operários podiam ser empre- gados na indústria de papel, se esta fosse convenientemente desenvolvida.
N.º 127, Shevat-Adar 5705 (Abr-Jun 1945)
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