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N.º 138, Tamuz-Elul 5707 (Jun-Ago 1947)







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 2                   HA-LAPID
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A questão da Palestina perante a ONU
                     QUE SERA DECIDIDO?

                                   por SYLVIA

"O que nos pedis é a entrega da chave da porta mais
importante do próximo Oriente, o que muito hesito fazer"

                                                  BEVIN

A O. N. U convocou para uma reunião especial os 54 países que a constituem.  
O assunto a tratar é de extraordinária importância. Trata-se de uma luta entre o direito e a 
Justiça, e, como diz o "New York Herald", "a rede dos interesses das grandes potências no Mediterrâneo".

Converteu-se uma questão justa e sim-
ples, como é a da Palestina, num problema
cheio de complicações. A politica, de mis-
tura com a estrategia e o petróleo, fez da
Palestina um campo de lutas, de tal ma-
neira que a Inglaterra se viu obrigada a
recorrer à O. N. U. para solucionar a questão.

Como a Palestina foi prometida
aos Judeus para a criação
do seu lar nacional

O actual problema da Palestina data
desde Outubro de 1914, quando a Turquia,



ao colocar-se ao lado dos alemães, decla-
rou guerra aos aliados. Foi nesse momento
que surgiu a questão do destino da Pales-
tina se os ingleses entrassem vitoriosos em Je-
rusalém. A Inglaterra tinha três alternativas:

1.° Conservar, segundo as leis da guerra,
o território conquistado, incorporando-o no
Império;

2.° Ceder a Palestina aos árabes que
constituíam a maioria da população.;

3.° Entregar a Palestina aos Sionistas
permitindo-lhes assim a realização dos seus
planos.

A primeira solução não foi possível, por

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sobre as judiarias de Barcelos, Braga, etc..
A Rua Nova, onde estava situada a
judiaria de Barcelos, veio mais tarde a
chamar-se Rua dos Lanterneiros, hoje Rua
do Infante D. Henrique. A judiaria era
fechada por dois portões de ferro, ao toque
do sino da oração, na Igreja Matriz de
Santa Maria Maior. A Sinagoga estava si-
tuada no local onde hoje se ergue a Esta-
ção Telégrafo-Postal. Num dos arrabaldes
da povoação estava o cemitério judaico,
cujo local se não pode já identificar.

O dito manuscrito cita, entre outros, os
seguintes judeus naturais de Barcelos ou
de aí descendentes.

Madame Thomas, cuja filha foi presa e
queimada pela lnquisição, com 80 anos de
idade, a qual se chamava Leonor Nunes.
Uma irmã de nome Guiomar Nunes, casou
com Jerónimo Saraiva de Mesão-Frio, ten-
deiro em Barcelos.

A esta familia estava ligado o avô da
mulher de Pedro Saraiva, médico em Braga.

Salvador Saraiva, advogado em Barcelos,
casado com Catarina Gomes, natural de Vila
do Conde e sogra do médico Simão Pereira.



Manuel de Barros, abade de Cambezes,
junto a Monção, foi preso pelo Santo Ofí-
cio por Erros de Fé. Inquirida uma teste-
munha, Alfredo da Silva, de 60 anos, depôs
que Manuel de Barros, era filho de uma
judia de Barcelos.

No auto-de-fé que se realizou em Lisboa,
no ano de 1596, foi queimado o médico
Tomas Nunes, que tinha familia em Bar-
celos.

Tomé Nunes, médico, queimado em
Lisboa, "disputou, diz o citado manuscrito,
com os Inquisidores sobre a Biblia erecti-
camente, e confeçou matar muitos Abades,
Frades e Freiras maliciosamente, por serem
bons Christaons".

Descreve ainda o mesmo manuscrito o
caso da tendeira Leonor Dias conhecida
pela alcunha de a "judia de Fam", natural
da Vila de Mogadouro, donde fugira, vindo
amancebar-se com o abade de Cristelo.

Refere-se o curioso manuscrito, a muitos
outros judeus, médicos e advogados, origi-
nários de Barcelos. E também numerosa
a relação de judeus barcelenses perseguidos
pela Inquisição.


 
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