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Ha-Lapid הלפיד


N.º 138, Tamuz-Elul 5707 (Jun-Ago 1947)







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               HA-LAPID                3
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os ingleses haverem aderido à politica de
não-anexação, proclamada por Wilson, en-
tão Presidente dos Estados Unidos. Esta
politica aplicava-se também ao caso da
Palestina.

A segunda possibilidade foi eliminada
pelos próprios ingleses, como se pode ver
pela correspondência trocada entre o Xerife
Hussein, de Meca, e Mc Mahon, alto co-
missário do Egipto.

Os ingleses escolheram, por conseguinte,
a terceira alternativa, publicando, solene-
mente, a 2 de Novembro de 1917, a Decla-
ração Balfour, na qual manifestam as suas
simpatias pelo Movimento Sionista, com-
prometendo-se a fazer todo o possivel para
facilitar ao povo judeu o estabelecimento
de um "Lar Nacional" na Palestina. Desta
maneira foi reconhecida, implicitamente, a
unidade do povo judeu como nação, e não
como entidade religiosa.

A Palestina destinava-se, portanto. a ser
unicamente o "Lar Nacional" do povo judeu,
e estadistas como Lloyd George, então Pri-
meiro Ministro, Churchill e o General
Smuts, explicaram que se tratava de esta-
belecer um Estado judaico. Mr. Bonar
Law, Primeiro Ministro de inglaterra em
1920, definia a Declaração Balfour como
"a promessa, feita pelos aliados, de resti-
tuir ao povo judeu a Palestina".

Este compromisso britânico foi endos-
sado pelos 52 paises que constituíam a
Sociedade das Nações. A Palestina, como
outros territórios conquistados, haviam sido
postos em regime de mandato pela S. D. N.,
até esses territórios se tornarem capazes de
se manterem por si mesmos.

No tocante à Palestina, a S. D. N.,
pelo art. 2.°, determinou que a potência
mandatária teria de facilitar a imigração.
para garantir o estabelecimento do "Lar
Nacional" judeu.

Os judeus declaram-se de acordo com a
decisão, com tanto mais entusiasmo, por
quanto o mandato ia ser confiado à Ingla-
terra, o primeiro país que reconhecera as
suas necessidades e a querer corrigir um
mal secular infligido a este povo mártir.

      O Livro Branco-origem do mal
                presente

A despeito de todas as dificuldades
levantadas no seu caminho, os judeus fize-



ram progredir a Palestina de maneira
extraordinária. Os próprios ingleses foram
os primeiros a reconhece-lo. Foram as
imposições do Livro Branco, em 1939, que
vibraram nos judeus o grande golpe, esti-
pulando que devia ser refreada a imigração
até parar completamente, e proibindo aos
judeus a aquisição das terras para coloni-
zar, numa área de 82% do território total
da Palestina.

Os judeus protestaram contra o que
consideram uma violação dos seus direitos,
e a S. D. N., para a qual apelaram, rejei-
tou, em 1939, o Livro Branco, como incom-
pativel com o mandato, e que foi repro-
vado também por politicos como Churchill,
e especialmente, pelo próprio Partido Tra-
balhista britânico.

Apesar disso, a politica do Livro Branco
foi mantida.

Ao declarar-se a segunda guerra mun-
dial, os judeus suspenderam, imediatamente,
a luta contra esta politica, para se coloca-
rem ao lado dos aliados. O número de
soldados judeus, em todos os exércitos
aliados atingiu mais de 1 milhão de
homens; a própria Palestina, apesar de
pequena, forneceu aos ingleses 30.000 vo-
luntários que combateram em todas as
frentes.

Terminada a guerra, era de supor que
a política de pretenso apaziguamento dos
árabes perante a ameaça de conflito desa-
pareceria.

Os judeus esperavam, visto que já po-
diam manter-se e governar-se por si mes-
mos, que a S. D. N. reconhecesse a inuti-
lidade do mandato, permitindo a criação
do Estado Judeu independente.

Mas não sucedeu assim! Apesar de
reprovado por todos os lados, o Livro
Branco foi mantido, e, em manifesta oposi-
ção às grandes necessidades das massas de
deslocados e refugiados, as portas da Pales-
tina continuam fechadas.

Será de surpreender, portanto, que te-
nha deixado de haver tranquilidade na
Terra Santa? Grupos dissidentes, tais
como o "Irgun Zvai Leumi" e o "Stern",
constituíram-se, entretanto, negando-se a
colaborar numa política de conciliação, que
- dizem eles - provou ser catastrófica para
o seu povo.

Se as portas da Palestina estivessem
abertas, durante a guerra, centenas de mi-


 
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