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N.º 138, Tamuz-Elul 5707 (Jun-Ago 1947)







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             HA-LAPID                 5
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Não advirá qualquer "melhoria da con-
dição miserável dos árabes, pelo facto de
um novo governo ir engrossar o número
dos governos árabes já existentes em quan-
tidade. Também não lhes trará qualquer
beneficio a proclamação de mais um rei, a
acrescentar aos outros.

A melhoria de vida do povo árabe só
pode conseguir-se com o aumento do seu
bem estar e da sua consciência cívica e
social.

Ora, graças à imaginação judaica, esse
fenómeno já se produziu.

A mortalidade da criança árabe desceu
a 30 %.

Em 1920, havia na Palestina 244 esco-
las árabes; hoje o seu número ascende a
770 e o de alunos quadruplicou.

A população árabe, aliás, aumentou sen-
sivelmente, de cerca de 500.000 indivíduos,
depois da primeira guerra mundial, para
mais de 1 milhão, também devido à afluên-
cia de árabes dos povos vizinhos, atraídos
pelo bem estar que disfrutam na Palestina.

Mac Donald então secretário de Estado
das Colônias, declarou, em Novembro de
1938, na Câmara dos Comuns: "...se não
imigrasse um único judeu para a Palestina,
depois de 1918, a população não teria
aumentado, como era de regra, sob o domí-
nio turco". E acrescentara: "Deve-se ao
facto de os judeus levarem para a Pales-
tina, serviços de saúde e higiene, bem
como outros beneficios, muitos homens e
muitas crianças árabes estarem hoje vivas;
assim as crianças árabes puderam nascer e
crescer".

Um agricultor (felá) árabe-65 % dos
árabes emprega-se na agricultura-ganha,
na Palestina, 4 vezes o que recebe um
campónio árabe no Egipto; um operário
árabe, na Palestina, ganha 800 % mais do
que um trabalhador no Iraque.

A imigração judaica levou para a Pales-
tina o progresso e a civilização de que
disfrutam hoje as massas árabes, as quais,
tornando-se conscientes da sua situação,
procuram libertar-se do jugo escravizado
que os oprime.

Ora, é isto que vai contra os interesses
dos grandes senhores feudais árabes; é isto
que se encontra na origem do ódio que
tais personagens votam aos colonos que
levaram para a Palestina a civilização e o
Progresso.



           Que decidirá a ONU?

Para os povos que se não interessam
pela Palestina sob o ponto de vista político
e estratégico. etc., a questão não mudou.
Reconheceram aqueles, em 1922, os direitos
históricos do povo judeu à Palestina e a ne-
cessidade deste ter um Estado independente.

Mas, hoje, essa necessidade ainda é
maior, em virtude de um importante factor:
cerca de 700.000 judeus, presentemente fi-
xados na Palestina, transformaram o aspecto
do pais, desenvolvendo a agricultura e a ins-
trução, fomentando o comércio e a indústria.

Por sua vez a O. N. U., instituição que
se baseia na moral e na justiça e quer man-
ter a paz, só pode inspirar-se em princípios
e orientar-se por considerações de equidade.

A decisão da O. N. U. só pode vir,
portanto, confirmar a atitude assumida
pelos povos civilizados, em 1920.

É, sobretudo, a imprensa americana que
insiste numa solução pró-hebraica.

Nesta ordem de ideias todos os jornais
de Hearst apoiam absolutamente, este ponto
de vista. Num artigo de fundo publicado
por todos os periódicos da referida asso-
ciação de imprensa: "impõe-se que o
Presidente Truman dê instruções à nossa
delegação na O. N. U., para se tomar a
iniciativa. baseada na polftica tradicional
dos Estados Unidos de apoiar as aspirações
tradicionais hebraicas".

Por sua vez. o New York Post escreve:

"Se a presente sessão da O. N. U. ter-
minar sem que se adopte um programa
minimo de justiça para os judeus, em rela-
ção à Palestina a Organização das Nações
Unidas terá entrado no mesmo caminho
da bancarrota moral por que enveredou a
S. D. N. a quando do caso da Etiópia".

Nesta sessão, porém, não será ainda
tomada qualquer decisão. Primeiramente
deve sair eleita uma Comissão de Inqué-
rito, desta vez internacional, cuja missão
será averiguar a verdade do caso e apre-
sentar o respectivo relatório na próxima
assembleia geral do organismo em referência.

É de supor que, tanto os ingleses, como
os judeus e os árabes, não façam parte
da Comissão de Inquérito, nem tenham
voz activa no caso, durante as sessões das
assembleias, visto serem interessados direc-
tos na questão da Palestina.-SYLVIA.

    Do Sol - Lisboa, 13-5-1947.


 
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