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Ha-Lapid הלפיד


N.º 138, Tamuz-Elul 5707 (Jun-Ago 1947)







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 6          HA-LAPID
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PARA ONDE VAMOS...

Amanhã venceremos! O Céu assim o
promete, desde tempos Biblicos nós temos
visto os nossos opressores desmembra-
rem-se e os seus restos serem cobertos
pela poeira dos Tempos... Deixo embalar
a minha alma angustiada na última ilusão
que lhe resta, na ilusão que tu irmão
saberás no momento oportuno preencher
a vaga do que caiu, de que tu Amigo
saberás continuar a luta e proteger a vida
do que resta do nosso Povo.

Nesta hora solene de grande aflição,
vou revivendo os tristes. mas saudosos
dias em que tu Sionista Amigo lutavas
contra a barbarie nazi, defendendo o teu
país de nascimento, e eras então na boca
dos demais "UM PATRIOTA"...

Mas esse tempo passou... Ainda não
é o som cavo das enxadas ou o grito estri-
dente das máquinas que anuncia paz e tra-
balho... antes pelo contrário... A Paz
porque morreram milhões de seres foi
vendida, traída e espezinhada...

Escuta agora tu. óh Amigo! que tantos
campos conheceste, de Belsen até Varsó-
via... que representou para ti o dia V?...
apenas uma mudança de uniformes... a
mentalidade dos carrascos é a mesma...
Não morres na câmara de gás... mas
morres de inacção... não morres de tor-
tura fisica, mas morres de desespero...

Ainda por certo de vez em quando te
vêm à memória aqueles discursos de certos
"leaders", que vertiam lágrimas de cro-
codilo pelo nosso Povo... Recordas ainda
as promessas formais da nossa indepen-
dência, dos nossos direitos... Recordas-te
tão bem como eu disso tudo... mas agora
sabes igualmente que apenas fomos o
cartaz de propaganda que serviu para
esconder a forma mais odienta de rapa-
cidade e imperalismo existente.

Agora que nada podemos ignorar dos
verdadeiros fins da potência mandatária,
permite-me que te dê uns conselhos ami-
gos, ditados pelo amor que dedico a Erez
de Israel, que como tu, quero que seja a
nossa Pátria...

Sabe perceber a tempo, e em tempo
desviar as insidias que te esperam; sabe
também impávido enfrenta-las com aquela



bravura, com aquela astúcia que nunca
faltam aos nossos irmãos de Israel, e se
for preciso, com os pés firmes no chão e
a respiração suspensa, possas tu aguentar
firme como um rochedo, a vaga dos vân-
dalos senis, que procuram afogar o nosso
Ideal de Liberdade.

E quando tudo: perícia, bravura
astúcia e firmeza de nada servirem e fores
obrigado a recuar... Não esqueças de que
agora és terrorista só porque defendes
o teu Povo, o teu lar, a tua crença... só
porque não te deixas vender como um
escravo... Então, que a tua alma se feche
e não deixes penetrar em ti a dúvida que
envenena as almas. Sê forte... Não deixes
atraiçoar os teus principios, e lembra-te de
que quando surge uma desesperança o
judeu espera...

As tuas pupilas dilatadas, perscrutarão
nas profundas trevas do caos, mas teima
e acabarás por descobrir o apagado trilho
da estrada que conduz à liberdade...
No entanto sê cuidadoso, talvez algum
perigo esteja à tua espera. Não deixes
inexplorado uem um palmo de terreno...
Vela por ti, pelos Teus... pela Pátria
que ha-de ser nossa... pela Humanidade
inteira... isto é a tua missão Sionista
Amigo...

Que teus ouvidos estejam sempre alerta,
ao mais leve sussurro, qualquer que seja a
sua natureza, tua inteligência e condição
de explica-lo quando for preciso.

Confiança Amigo! A hora final chegou!
Chegou aquele instante vital em que cada
um de nós tem de seguir o seu destino e,
talvez, para nunca mais nos encontrarmos 
Mas a Terra chama por nós, ansiosa por
oferecer o Lar em tempos remotos per-
dido...

Tu iniciarás brevemente a interrompida
marcha para Sion, trilhando estradas vin-
das de todos os pontos do globo... vendo
ao longe o alvorecer duma nova vida de
paz e prosperidade... para ti... ou talvez
só para os teus...

Recomeçarás as tuas façanhas heróicas,
de cabeça erguida e pernas firmes, para
simbolizar a posse de dominio. Lutarás
novamente pelo ideal sagrado da liberdade
humana, levarás o facho sagrado que nos
confiaram os nossos maiores, aceso pela
terra inteira, indicando a estrada da Con-


 
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