4 HA-LAPID
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ESBOÇO DUMA DOUTRINA JUDAICA
POR DAVID BERMA,. RABI DA COMUNIDADE DE BRUXELAS
(Continuação do número 148)
SEGUNDR PARTE
Organização da Religião Judia
Elevação da vida pela Santidade
I - Ciclo Hebdomadário
I-Santidade em exercicio: Abluções matinais, Orações, Leis alimentares
II- Santidade generatriz: O Sabbat
I-Santidade em exercicio
CAPÍTULO V
Actos de purificação
A vida sendo determinada por um certo
número de hábitos, o judaismo esforçou-se
de os orientar para a santidade. Logo que
se levanta, o fiel deve apresentar-se perante
Deus, com as mãos puro, e ele procede
para este efeito à ablução das mãos (neti-
lath yadaim). Nós cometemos muitas ve-
zes um equívoco quando não interpreta-
mos certas medidas puramente religiosas
e simbólicas como prescrições de higiene:
a limpeza moral sendo muitas vezes sim-
bolizada pela limpeza fisica, certas regras
puderam ser comuns. Mas, se não hou-
vesse na ablução das mãos, como na cir-
cuncisão, como nas leis alimentares, senão
pensamentos reservados de higiene cor-
poral, estas leis não teriam nunca sido
defendidas pelos fiéis com uma aspereza
inflexfvel: a razão que fez manter as ablu-
ções como as outras prescrições análogas,
é que os fiéis nisso viram uma ideia moral;
as mãos são o simbolo da acção; purificar
as suas mãos significa: querer praticar
actos puros.
CAPÍTULO VI
A oração
I-Sentido da oração
O primeiro gesto do fiel é purificar-se,
o seu primeiro pensamento é para Deus;
ele inaugura assim o dia pondo-se em
contacto com a santidade divina. Na anti-
guidade, os israelitas chamavam sobre si
certa santidade por meio de sacrifícios
sangrentos. Depois que a destruição do
Templo de Jerusalém libertou o judaismo
deste dever, o culto exterior foi substi-
tuído por uma expressão mais directa do
nosso culto interior (avodá chebalev): a
oração. E, a fim de bem indicar que a
oração é um apelo à santidade divina, e
não um vão murmúrio dos lábios, os fiéis
piedosos deixam o seu lugar no momento
de dizer as orações mais importantes, como
o Chemoné esré e o Kadiche, afirmando
a sua vontade, por este gesto, de se man-
ter num ambiente santo (Chekhiná).
É pela mesma razão que eles revestem
o taleth, ou esharpe sagrada cujo envolvi-
mento é destinado a abstraí-los dos pen-
N.º 149, Shevat-Elul 5711 (Jan-Ago 1951)
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