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N.º 152, Shevat-Yiar 5714 (Jan-Abr 1954)







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 6             HA-LAPID
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            NOSSAS PERDAS

    Rabi Dr. Marcus Ehrenpreis

 Faleceu a 26 de Fevereiro de 1951.

Sábio e autor de diversos livros; um
dos primeiros colaboradores de Herzl.

Rabi-mor da Bulgária e depois da
Suécia.

Um dos seus livros, que aconselhamos
aos nossos leitores, na sua tradução fran-
cesa de "Les Editions Rieder-7 Place Saint-
-Sulpice- Paris" tem o seguinte titulo:

   Le Pays entre Orient et occident
      voyage d'un fuíf en Espagne

                 par

           MARC ÊHRENPREIS

         Rabbin de Stockolm

Avec une preface par israel Levi grand-
-Rabbin du Consistoire Central des israe-
lites de France.

A tradução deste prefácio é a seguinte:

               PREFÁCIO

Na história dos Judeus, a Espanha ocupa
um lugar privilegiado. Do X.° ao XV.°
século, sob a dominação dos Árabes e
mesmo sob a dos Cristãos, os Judeus
tomam parte na vida pública eles forne-
cem aos Estados da peninsula homens de
Estado, diplomatas, financeiros; de outra
parte. eles tiveram uma brilhante cultura,
produziram poetas, filósofos e sábios que
contam entre os maiores da literatura ju-
daica. Se o edito de expulsão de 1492 pôs
o ponto final a esta actividade politica e
intelectual-porque a Espanha é o único
pais da Europa que, tendo expulsado os
Judeus na Idade-Média, não os tornou a
chamar, talvez porque ela não está ainda
completamente emancipada da idade-Média
-a recordação dum passado glorioso,
mantido pela tradição entre os Sefardim,
despertada pela ciência histórica entre os
outros judeus, nos comove ainda hoje.

M. Ehrenpreis, que estudou a história
judaica como sábio, que, durante o seu
rabinato-mor da Bulgária, recolheu a tra-



dição sefardita num dos seus lares,
M. Ehrenpreis teve a curiosidade intelectual
e a altura de vistas que lhe era preciso para
compreender o patético destino da Espanha
e do judaismo espanhol. Peregrino apai-
xonado tanto como erudito, ele não se
limitou a visitar como turista os monu-
mentos e os vestigios dum passado abolido;
ele soube fazer reviver as paisagens e os
homens, os homens nas paisagens, Gabirol
em Malaga, Judah Halevi em Toledo, Mai-
monides em Córdova. Ele não se encerrou
no horizonte das judarias; espirito aberto
e compreensivo, ele procurou penetrar o
génio da Espanha contemplando as telas
de Velasques e do espanhol dos nossos
dias; nada é mais comovente que a sua
palestra com um padre na antiga sinagoga
de Toledo.

O Sefardismo reflorirá no Marrocos
espanhol, onde M. Ehrenpreis seguiu num
dia de estio, os descendentes dos judeus
de Andaluzia, ou bem em Portugal, onde
ele observou com uma emoção comunica-
tiva a revivência dos Maranos? Deus o
sabe. Mas se o judaismo espanhol não
estava destinado a sobreviver senão na
literatura, as impressões de viagem, tão
evocadoras, de M. Ehrenpreis favorecerão
inteligentemente esta ressurreição.

                          ISRAEL LEVY.

Rabbi Ehrenpreis neste seu livro fala
largamente com emoção de Les Marranes
du Portugal.

          Adolfo Lemschen

No dia 14 de Fevereiro foi sepultado no
Cemitério de Agramonte do Porto, este
bondoso israelita de origem alemã, com o
ritual israelita sendo oficiante o director do
Ha-Lapid.

         Helene Windmuller

No dia 11 de Março foi sepultada no
Cemitério de Nevogilde-Foz do Douro
-Porto esta bondosa senhora de origem
alemã, com o ritual israelita sendo ofi-
ciante o director do Ha-Lapid.


 
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