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N.º 152, Shevat-Yiar 5714 (Jan-Abr 1954)







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 8           HA-LAPID
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             MEMORIAS

da Literatura Sagrada dos judeus portugueses desde os
primeiros tempos da Monarquia até fins do Século XV

             MEMÓRIA I

   POR ANTONIO RIBEIRO DOS SANTOS

       (CONTINUAÇÃO DOS SANTOS)

11 Edição-A segunda foi a que se fez
com a Parafraze Caldaica de Onkelós e os
Comentários e Rabbi Salomão jarchi em
Lisboa no ano de 1491 por Zorcheo filho
de Rabbi Eliezer em 2 vol. em 4. O carác-
ter do Texto e o da Parafraze é quadrado
com pontos e acentos, aquele maior e este
menor, esta obra de muita raridade
(É em 4.° e não em fol. como alguns
escreveram.

Há poucos exemplares. J. B. de Rossi
tinha um por donativo de Elias Levi Pre-
sidente da Sinagoga dos Judeus de Ale-
xandria. Há outro na Biblioteca Real de
Paris; outro na de Londres, o qual conferiu
Kennicott, em 1767 havendo isto por grande
benefício, que lhe havia feito o Rei da
(Grã-Bretanha e este Código era havido
por ms.; outro tinha Moisés Foa Livreiro
Regiense, segundo atesta Rossi no c. VI 
pág. 45. 46 da Orig. da Tipografia He-
braica).

Merecimento particular desta Edição
-Foi ela trabalhada mui exactamente so-
bre os mais antigos e mais correctos Códi-
gos de Espanha e segundo todas as regras
da critica Judaica; e acabada antes do
desterro da Nação pelos Judeus mais sábios
de Espanha e Portugal. Eles tinham em
grande estima por sua magnificiência e
primor, e pela sua correcção Masorética;
e certo que é a edição mais correcta,
mais elegante, e mais perfeita de quantas
se fizeram do Pentateuco. (Quanto à sua
elegância Le Long e Rossi a tem por muito 
bela e primorosa, e este é o juízo que dela 
fazem os mesmos Judeus. Quanto à sua



correcção, além do que acima dissemos,
lá disto testemunho entre outros o grande
critico Louzano, que na obra Or Toráh
fol. 23 põem esta edição pela mais correcta
e apurada de quantas se haviam feito.
Edisio Lusitana, diz ele, est omnibus edi-
tionibus accuratior.

E tanto era assim, que em um Livro, em
que se continham as regras, de que haviam
usar os tipógrafos nas impressões do Pen-
tateuco, se lhes mandava seguir sempre a
este exemplar do Pentateuco Olissiponense;
e hoje é uma regra de critica sagrada para
os Judeus recorrer entre as antigas edições
a esta Lisbonense, dando-lhe a mesma
preferência entre as antigas, que costumão
dar entre as modernas às duas Lombro-
siana e Norziana de Amesterdão (Rossi ao
vol. I Var. Lut. Vet. Test. p. XXXYIII §
XXXIV. Pelo que parece, que a não viu
o Autor Anónimo das Notas na Biblioteca
crítica de Ricardo Simão vol. 3 pág. 451
que sem razão alguma a fixou de pouco
exacta, e trabalhada sem algum cuidado, e
elegáncias, como abra feita para uso do
povo. Desta edição fala Rossi no Livro
Orig. da Tipogr. Hebraica c. VI pág. 45
e 46.

Talvez, que a edição do Pentateuco
Hebraico sem pontos com a Parafraze
Caldaica de Onkelós e Comentários do
Jarchi, que se diz publicada em Sória em
1490 de que dão noticia Fabricio, Wolsio.
Le Longe, e Mattaire, tosse também feita
em Portugal, como suspeita o mesmo Rossi
pág. 36, 37 e 38.

                          (Continua).


 
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