8 HA-LAPID ======================================== MEMORIAS da Literatura Sagrada dos judeus portugueses desde os primeiros tempos da Monarquia até fins do Século XV MEMÓRIA I POR ANTONIO RIBEIRO DOS SANTOS (CONTINUAÇÃO DOS SANTOS) 11 Edição-A segunda foi a que se fez com a Parafraze Caldaica de Onkelós e os Comentários e Rabbi Salomão jarchi em Lisboa no ano de 1491 por Zorcheo filho de Rabbi Eliezer em 2 vol. em 4. O carác- ter do Texto e o da Parafraze é quadrado com pontos e acentos, aquele maior e este menor, esta obra de muita raridade (É em 4.° e não em fol. como alguns escreveram. Há poucos exemplares. J. B. de Rossi tinha um por donativo de Elias Levi Pre- sidente da Sinagoga dos Judeus de Ale- xandria. Há outro na Biblioteca Real de Paris; outro na de Londres, o qual conferiu Kennicott, em 1767 havendo isto por grande benefício, que lhe havia feito o Rei da (Grã-Bretanha e este Código era havido por ms.; outro tinha Moisés Foa Livreiro Regiense, segundo atesta Rossi no c. VI pág. 45. 46 da Orig. da Tipografia He- braica). Merecimento particular desta Edição -Foi ela trabalhada mui exactamente so- bre os mais antigos e mais correctos Códi- gos de Espanha e segundo todas as regras da critica Judaica; e acabada antes do desterro da Nação pelos Judeus mais sábios de Espanha e Portugal. Eles tinham em grande estima por sua magnificiência e primor, e pela sua correcção Masorética; e certo que é a edição mais correcta, mais elegante, e mais perfeita de quantas se fizeram do Pentateuco. (Quanto à sua elegância Le Long e Rossi a tem por muito bela e primorosa, e este é o juízo que dela fazem os mesmos Judeus. Quanto à sua correcção, além do que acima dissemos, lá disto testemunho entre outros o grande critico Louzano, que na obra Or Toráh fol. 23 põem esta edição pela mais correcta e apurada de quantas se haviam feito. Edisio Lusitana, diz ele, est omnibus edi- tionibus accuratior. E tanto era assim, que em um Livro, em que se continham as regras, de que haviam usar os tipógrafos nas impressões do Pen- tateuco, se lhes mandava seguir sempre a este exemplar do Pentateuco Olissiponense; e hoje é uma regra de critica sagrada para os Judeus recorrer entre as antigas edições a esta Lisbonense, dando-lhe a mesma preferência entre as antigas, que costumão dar entre as modernas às duas Lombro- siana e Norziana de Amesterdão (Rossi ao vol. I Var. Lut. Vet. Test. p. XXXYIII § XXXIV. Pelo que parece, que a não viu o Autor Anónimo das Notas na Biblioteca crítica de Ricardo Simão vol. 3 pág. 451 que sem razão alguma a fixou de pouco exacta, e trabalhada sem algum cuidado, e elegáncias, como abra feita para uso do povo. Desta edição fala Rossi no Livro Orig. da Tipogr. Hebraica c. VI pág. 45 e 46. Talvez, que a edição do Pentateuco Hebraico sem pontos com a Parafraze Caldaica de Onkelós e Comentários do Jarchi, que se diz publicada em Sória em 1490 de que dão noticia Fabricio, Wolsio. Le Longe, e Mattaire, tosse também feita em Portugal, como suspeita o mesmo Rossi pág. 36, 37 e 38. (Continua).
N.º 152, Shevat-Yiar 5714 (Jan-Abr 1954)
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