N.º 043, Tishri 5692 (Set-Out 1931) > P03
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Ha-Lapid הלפיד


N.º 043, Tishri 5692 (Set-Out 1931)







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                   HA-LAPÍD                       3
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que teem com os homens, se entitulam Ishim, que é o
plural de Ish, que quer dizer varão.

Todas estas substancias e classes de Anjos, são
viventes e inteligentes; e cada qual segundo o seu
grau e qualidade, conhecem, e teem um grande conhe-
cimento mais ou menos, do seu creador. Porem ne-
nhum, nem ainda a mais alta classe, que é a pri-
meira, alcança realmente, o que ele e' por ser seu en-
tendimento, curto, e incapaz disso. Sem embargo que
entende muito mais que a que lhe fica inferior; e por
conseguinte, as demais, até a ultima, a qual concebe,
da perfeita e eminente causa, o que a capacidade hu-
mana, por ser composta de corpo e alma, não pôde
conhecer. E com efeito, nem uns, nem os outros, o
conhecem pela sua essencia, como ele, se conhece
a si. Sobre a creação, Moisés, nosso Mestre, na sua
Thorah ensina:

-"No principio creou Deus os ceus e a terra.
Ora, a terra não era senão solidão e caos; trevas co-
briam a face do abismo, e o sópro de Deus pairava
sobre a face das aguas. Deus disse:- "Haja Luz"! E
houve luz.

Deus considerou que a luz era boa, e estabeleceu
uma distinção entre a luz e as trevas. Deus chamou à
luz Día e ás trevas chamou Noite. Foi noite, foi ma-
nhã-um dia".

E em linguagem semelhante descreve a creação
das estrelas, do Sol, da Lua; e na Terra a separação
das aguas e das terras, a aparição dos vegetais e dos
animais de toda a especie, e ordenando a sua repro-
dução. E considerando que isto estava bem.

No sexto dia "Deus disse- Façamos o homem á
nossa imagem, á nossa semelhança, e que ele domine
sobre os peixes do mar sobre as aves do ceu, sobre
os rebanhos; enfim sobre toda a terra e sobre todos
os seres que sobre ela se movem .

-"Deus creou o homem à sua imagem; foi á
imagem de Deus que Ele o creou. Macho e femea fo-
ram creados ao mesmo tempo. Deus os abençoou di-
zendo:

-Crescer e multiplícai! Enchei a terra e subme-
tei-a! Dominai os peixes do mar, as aves do ceu, e
todos os animais que se movem sobre a terra!...

"E assim foi. Deus examinou tudo o que tinha
feito: isto estava eminentemente bem".

No segundo capitulo, continua Moisés, nosso
Mestre:

-Assim foram terminados os ceus e a terra, com
tudo o que eles encerram. Deus poz fim, no sétimo
dia, á obra feita por Ele; e repouzou, no setimo dia,
de toda a obra que tinha feito. Deus abençoou o se-
timo dia e o proclamou santo, porque nesse dia re-
pouzou da obra completa que tinha produzido e or-
ganisado. -(genesio II 1,3.

 Adonai-Deus preparou o homem, com pó
destacado do sólo, fez penetrar nas suas narinas um
sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivo.
(Genesis II, 7).

Adonai-Deus fez pesar um torpôr sobre o homem
que adormeceu; tomou uma das suas costelas e for-
mou um tecido de carne no seu logar, Adonai-Deus
organizou em uma mulher a costela que tinha tomado
ao homem e apresentou-a ao homem. E o homem dis-
se:-"esta, de facto, é um membro extraído dos meus
membros e uma carne da minha carne; esta será cha-
mada Ishah (varôa) porque ela foi tomada de Ish (va-



rão)". (E' porque o homem abandona seu pai e sua
mãe; ele se une á mulher e eles se tornam uma só
carne). (Genesis, II 21 a 24).

O homem deu por nome á sua companheira Ha-
vah (Eva) porque ela foi a mãe de todos os viventes.
(Genesis III, 20).

Rabbi Julien Weil, de Paris, diz-nos no seu livro
judaismo:

-"O sôpro divino que organisa o caos primitivo
animou o barro original, formou Adam e, a carne da
sua carne, Eva.

Creado á imagem do Creador (Genesis I, 26),
isto é, dotado do poder de dominar as coisas e os
seres inferiores, de os utilisar, de fazer intervir no
mundo dado uma vontade por seu turno organisadora
e creadora, Adam é um mixto de fraqueza-pó que
voltará ao pô-e de força, sopro que não é só halito,
respiração, mas todas as funções vegetativas, e de-
pois successivamente todas as do pensamento cons-
ciente, da reflexão, da imaginação e do genio inven-
tivo.

Rabbi Salomão Ben-Gabirol, tambem na sua
Ketter Valkhuth, nos fala da aluna humana:

-"Quem poderá conter a Tua essencia? Tu fezes-
te do Teu esplendor uma claridade pura talhada na
rocha da Creação e na pedreira infinita desvastada
pelo Teu divino martelo; Tu a dotaste com o espirito
da sabedoria e deste-lhe o nome de alma. Tu a for-
maste das flamas da inteligencia celeste cujo espirito
é um fogo ardente. Tu a enviasle para o corpo para
fazei-o agir e velar por ele; mas embora nele arda
não o consome porque foi por este fogo da alma ce-
leste que o corpo foi creado e tirado dum nada e por-
que no meio deste fogo Adonai veio até ele.

Quem poderá atingir a Tua sciencia? Tu deste á
alma a faculdade de saber, que lhe é inerente, e a sa-
bedoria é o seu principio primario; ela nuncã finda e
mantem-se conforme a estabilidade do seu principio,
que é a sua misteriosa essencia; a alma sabedora não
morre, mas receberá pelos seus crimes uma punição
mais amarga que a morte, se ela é pura obterá a gra-
ça divina e sorrirá no seu derradeiro dia; mas se é
impura ela será punida e d'Ele sera' afastada durante
a Sua curta irritação, ela ficará só e banida durante o
tempo da sua impureza, não poderá entrar no templo
celeste, nem dele se aproximar ate que tenha cumpri-
do os dias da sua purificação.

Quem poderá recompensar os Teus benefícios?
Concedeste a alma ao corpo para lhe dar vida, e ela
é a luz que o dirige e afasta do mal; Tu o formaste
de terra e lhe insuflaste a alma; fizeste descer sobre
ele o espirito de sabedoria que o distinhue das bestas
e a um grau superior o elevaste. Tu o lançaste no
Teu mundo, e de fora Tu observas e diriges as suas
acções, e todas as vezes que ele julga poder-se ocul-
tar de Ti, Tu quer iuteriormente, quer exteriormente
o vês.

Quem poderá conhecer o segredo das tuas obras?

Tu concedeste ao corpo os orgãos necessarios
para as suas acções; deste-lhe os olhos para verem as
Tuas maravilhas, ouvidos para escutarem as Tuas
obras admiraveis, compreensão para assimilar uma
parte dos Teus misterios, boca para cantar os Teus
louvores, ..."

O Talmud, repositorio magestoso do conheci-
mento dos nossos sábios, diz-nos:


 
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