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Ha-Lapid הלפיד


N.º 047, Nissan 5692 (Abr-Mai 1932)







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                HA-LAPID                    3
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Na verdade das explicações tão fortemente opos-
tas ao bom senso, não podem quando muito servir
senao para embaraçar espumas fracos: aqueles que o
teem bastante solido para desenvolver tôdas estas
contradições ligando-os no verdadeiro sentido do
profeta, não poderiam acreditar que por esta criança
de que fala, tenha pretendido anunciar o Messias, ou-
tro, que devia estabelecer o seu reino no céu como
paus, e não como homem sobre a terra, não havia
outra necessidade de ser descendente de David senão
aquela que os cristãos Julgaram sem rasão a-fim-de
escolher para seu Messias um homem cuja familia e a
genealogia são tão duvidosas que os Evangelistas
mesmos as despresaram; e sem considerar que devem
concordar sobre um ponto tão importante, sómente
pretenderam faze-lo descer da raça Real de David.
Quando mesmo nos lhes concedessemos este ponto,
como podem éles provar que a sua vinda trouxe a
paz Espiritual ao mundo como êles asseguram? Os
juizes que eram os únicos que deviam gosa-la se-
gundo a promessa de Deus, não puderam faze-lo,
porque não tinham confiado este Messias; e os Cris-
tãos não saboriam melhor os frutos ainda que o te-
nham adotado como tal. Não é tambem senão para os
justos que o Messias trouxe esta Paz Espiritual, di-
zem os Doutores da Egreja. Que piedade! os justos
não teem gosado desde o começo do mundo repouso
e gloria sem que este Messias tenha de qualquer ma-
neira contribuído para a sua salvação, não tendo
vindo ao mundo senão três mil anos depois da sua
criação. Numa palavra como concordar o Evangelho
que diz que o Messias não veio ao mundo para fim-
dar a Paz entre os homens mas a guerra, com o que
diz o Profeta Malaquias, que o Profeta Elias será o
precursor do verdadeiro Messias para juntar os filhos
com os pais e os pais com os filhos, a-fim-de que à
sua vinda tudo esteja num acordo e numa união que
jamais se alterará. Mas a vinda do Messias que eles
adoram, tem tão fortemente animado os cristãos uns
contra os outros, que se odeiam como inimigos, e
fazem uma guerra que não acaba nunca; éles vivem
tem conjunto numa contrariedade de opinião sobre a
religião que os dividiu em várias seitas e que causa
entre eles disputas que os tornam irreconciliaveis, até
que todos os católicos teem para artigo de fé que to-
dos os outros cristãos que não seguem a sua doutrina
são absolutamente condenados as penas do inferno:
não são obrigados a confessar que a vinda do seu
Messias não lhes trouxe paz temporal nem espiritual
e por consequência éles explicam demasiado mal esta
passagem do Profeta. Encontra-se pouco mais ou me-
nos a mesma coisa no Capitulo cento e desenove".
sairá um ramo de tronco de Jesse e um raminho flo-
rirá das suas raizes, ele julgará os pobres na sua don-
trina e declarar-se-á o justo vingador dos humildes
que se oprimem na terra. Nesse tempo o Senhor es-
tenderá ainda a sua mão para possuir os restos dos
justos do seu povo; éle reunirá os fugitivos de Israel
e juntará dos quatro cantos da terra os de judá que
tinham sido espalhados.

E continuando a falar dêste restabelecimento até
ao decimo sexto verso, diz que fechará o mar do
Egipto como Moisés fez noutro tempo.

O homein mais sábio, o espirito mais favorecido
da religião cristã ousará sustentar que o Messias que
ele adora tinha possuído qualquer destas qualidades?
Quais sao os pobres da terra que êle julgou com jus-
tiça? ocupou ele sempre neste famoso e soberano con-



selho do sanhedrim a quem Deus tinha unicamente
dado o poder julgar, um lugar que lhe desse por isso
o direito e autoridade? Bem longe de consolar os po-
bres, os Evangelistas asseguram-nos que ele vivia na
indigencia, oprimido das nações, tão bem como os Is-
raelitas. A sua vida é digna de piedade: mal se conhe-
ceu o seu nome até que tem aparecido deante deste
tribunal para ai ser julgado e receber a sua sentença.
lsto prova evidentemente que os pobres e os humil-
des de que fala o Profeta são os filhos de Israel.
São aqueles que teem sofrido e que sofrem ainda to-
das as calamidades e todos os oprobrios que são co-
nhecidos em toda a terra. Onde se vê as tribus reuni-
das dos quatro cantos do mundo, como isto deve
suceder no tempo em que florir este ramo do tronco
de Jessé, isto é, na vinda do Messias? Quando mesmo
os cristãos pretendessem ser o verdadeiro Israel e que
eles seriam reconhecidos para os israelitas pelo povo
de Deus, para aquele a quem a sua Divina bondade
tinha prometido o Messias, a sua promessa foi cum-
prida naquele que eles adoram? E' preciso para no-lo
provar que nos façam ver como estão reunidos ua
terra santa que seus pais tinham possuído. E' o unico
lugar onde devem gosar dos resultados deste aconte-
cimento; êtes estão espalhados nas diferentes partes
do mundo que os judeus mais errantes, e Jerusalem
é ocupada por uma nação que os trata com a mesma
altivez como eles próprios tratam os israelitas. E'
pois uma falsa explicação que os autores cristãos dão
á predição do Profeta, e o que eu posso dizer unica-
mente em seu favor, e que se eles dessem disso uma
verdadeira interpretação seriam obrigados a re-
nunciar á sua religião.

Se nós consultamos o Profeta Geremias, nós en-
contraremos que o verdaideiro Messias deve produzir
pela sua vinda os mesmos eleitos que aqueles que
anuncia Isaías, que deve ter os mesmos sinais para
ser reconhecido. "Eu reunirei, diz ele, as Ovelhas que
tenham ficado do meu rebanho, fa-las-ei voltar aos
seus campos, voltarão novamente de todas as tuas ter-
ras nas quais eu os terei preso, elas crescerão e mul-
tiplicar-se-ão; dar-lhes ei pastores que terão o cuida-
do de os fazer pastar não estarão no receio e no pa-
vor. e o numero conservar-se á sem que nisso falte
uma só, diz o Senhor. Na ocasião em que voltarem eu
ressuscitarei em David uma raça justa; um Rei reina-
rá que será subio e que agirá segundo a justiça e que
colocará a justiça sobre a terra. Nesse tempo Judà se-
rá salvo, Israel habitará nas suas casas sem nada te-
mer, e dirão, vive o Senhor que tirou e que levou a
semente de Israel da terra do aquilão e de todos os
paizes nos quais eu os tinha prendido afim-de que ha-
bitem de novo nas suas terras". Eu não sei como po-
derão aplicar-se palavras tão claras ao Messias que os
cristãos reverenciam, nem como se pode conceber
que tudo que Geremias nos promete tenha chegado
espiritualmente; não queria dizer melhor que o mis-
terio da fé não tenha razão, e que se acredita cega-
gamente o que se quere acreditar? a disputa cessava,
as nações vivião na ignorancia e tantos falsos dias
que se dá ás profecias não farão conhecer aqueles
que teem um pouco de senso e de razão, que os es-
forços que se fazem para se provar uma coisa impos-
sivel, servem para demonstrar que os filhos ds Israel
que esperam o efeito enalteravel das promessas de
Deus estão no verdadeiro caminho. Onde estão as
Ovelhas desgarradas que Jesus Cristo reuniu? Os Is-
raelitas que viviam do seu tempo na terra santa fica-


 
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