N.º 050, Tishri-Heshvan 5693 (Out-Nov 1932) > P05
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Ha-Lapid הלפיד


N.º 050, Tishri-Heshvan 5693 (Out-Nov 1932)







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 5                 HA-LAPÍD
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passo da sua admiraçao que um pedido. O prodígio é
demasiado maravilhoso para não as conservar em
suspenso. É somente pela omnipotencia de Deus que
deve dar-se uma mudança tão extraordinaria. As na-
ções não preguntam. admiram; quem pode dar fé ao
que nós ouvimos? a quem se nrostrou a braço do
senhor? etc.

Levantar-se-á como um arbusto deante dele, como
uma vara que sai duma terra sêca. E' uma compara-
çao que ele faz do povo de Israel no desgraçado esta-
do do seu cativeiro, é um arbusto de que as raizes
estão numa terra estéril e sêca, porque não há água
si para a humedecer e fazer rebentar. E' necessário
precisamente que ele se seque, que as folhas caiam
e que perca todos os atavios que a natureza lhe tinha
dado. Parece impossivel que produz: qualquer fruto.
Eis o estado a que o Senhor tinha condenado o povo
de Israel por causa dos pecados que este. tinha come-
tido. O mesmo Isaias o anuncia: tomar-vos-eis como
um carvalho de que todas as folhas cairam e como
um jardim que está sem água. Eis como o povo de
Israel esteve durante o seu cativeiro. No tempo da
sua redenção tornar-se á como um arbustro que se
levanta e como uma vara seca duma terra. Esta dife-
rença é digna de notar-se. Para demonstrativamente
a esperança que o povo de Israel deve ter. porque
uma vasa séca perdeu a vida negativa e não tem es-
perança alguma de reverdecer; mas o que está numa
terra seca ainda que pareça enmurchecer a nossos
olhos, ainda que o julguemos morto, um pouco de
agua basta para o fazer reviver. O povo de Israel per-
deu no seu cativeiro todo este brilho todo este ex-
plendor de que estava adornado quando estava na
graça de Deus. Desde que a sua divina providencia o
abandonou tornou-se o despreza das nações. Perdeu
até o seu aspecto, a redenção fa-lo á reviver. Estas
divinas águas lhe darão toda a sua glória. Espargirei
as águas sobre os campos sequiosos diz o mesmo
Profeta, e os rios sobre a terra seca. Espargirei o meu
espirito sobre a vossa descendência e germinará en-
tre as ervas como os salgueiros plantados sobre as
águas correntes; até que. o Senhor pela sua miseri-
córdia tenha retirado do cativeiro o povo de Israel;
será como um arbusto numa terra seca; é necessário
que seja orvalhado pelas águas da sua divina bonda-
de para levantar-se como o Salgueiro verde. As suas
raizes enterradas durante tanto tempo brotarão um
dia: um dia as raizes de Jacob brotarão com vigor,
Israel florirá e germinara, e elevando-se como um
arbusto que reinasse na terra. o seu coração terá a
alegria e os seus ossos retomarão o mesmo vigor que
a erva verde.

Sigamos este Profeta admirável efaçamos conhe-
cer a tôda a terra o verdadeiro sentido da sua profe-
cia. E' sem beleza e sem aspecto como os arbustos e
as raizes que estão numa terra seca. Não tem brilho,
não tem beleza, não são os que foram nem o que de-
vem de ser. O povo de Israel no seu cativeiro é o
simbolo dêste arbusto de que fala o Profeta. Com di-
ficuldade se acredita que tenha sido elevado a este
grau de grandeza tantas vezes anunciado no texto sa-
grado e que deva entrar de novo ai no dia feliz da
sua redenção. E' necessaria uma fé miraculosa para
acreditar o passado e não duvidar do futuro: nós-o
temos visto e éle não tinha nada que atraísse os nos-
sos olhos quem que no-lo faça conhecer e saudar.

Nada ha mais dcspresivel aos olhos de tôdas as
nações do que o povo de Israel no estado presente,
Não se quere reconhece-lo se não para o caicar aos

    

pés, até ao ponto que não ousa muitas vezes confes-
sar que é éese povo outrora tão querido de Deus e o
único escolhido entre os outros povos da terra. As
perseguições que sofreu em muitos lugares desde que
o descobrem, as ignominias às quais está exposto
noutros, provam esta verdade que o Profeta anuncia,
E' aos israelitas que ele prediz todas as calamidades
que só devem acabar com a vinda do Messias. Onde
estão os efeitos deste tempo bem aventurado? Quais
são os povos que viram e que vêem esta grandeza?
Onde estão os Reis que guardam silêncio demite dé-
les? Estão bem longe desta glória. As suas misérias
são grandes. Acaso teem eles algum ponto onde pos-
sam observar com tranquilidade a lei que que o Se-
nhor lhes deu sobre a montanha do Sinai? Que dife-
rença desse tempo para o presente! Eram sempre
guiados pelos raios divinos da luz do Senhor, en-
cheu-os das suas graças e das suas bençãos: a ingra-
tidão déies tomou os sem brilho e sem aspecto, des-
preziveis a si próprios e a tôdas as outras nações.
Não teem mesmo a satisfação nem a permissão de
ver mudar a sua fortuna, quando por necessidade ou
por impiedade querem abandonar a sua santa religiao
e abraçam uma outra, ficam na mesma desgraçada
situação em que estavam: aqueles que os persuadiram
a abraçar o Cristianismo ou o Maometismo abando-
nam-os e não querem acreditar na sua conversão.
Não ha emprego nem honraria que éles possam espe-
rar; e se lhes dão uma miseravel pensão para não os
desprezar por completo julga-se ter-lhes feito um fa-
vor singular e acima do seu merecimento.

Não é assim em qualquer outra religião. Se um
católico ou um protestante mudam de religião, aspi-
ram e chegam aos empregos, possuem as mesmas
honrarias e teem os mesmos beneficios que aqueles
que sugaram com o leito a religião dominante; que
extraordinária diferença! Ela procede de duas causas
evidentes, da pouca fé que teem nos prosélitos que
deixam um bom partido para tornar mau, e da von-
tade de Deus que permite um tal tratamento para ti-
rar do pensamento do seu povo os sentimentos que o
tornam sempre indigno da sua graça e afasta-los dos
preceitos que lhes prescreveu na sua santa lei, e para
lho fazer esperar com mais paciência e tranquilidade
o tempo feliz da redenção que lhe prometeu.

               VERSICULO TERCEIRO

       Apareceu-nos um objecto de despreso,
       um homem de dores o acostumado
       a sofrê-las. Parece ocultar o seu soslo
       era desprezado e não fazíamos caso
       algum déla.

O sentido destas palavras é tão claro que não há
quem o não compreenda. Todas as nações confes-
sam que o povo de Israel era desprezado no tempo
Em que o Profeta falava e que não tem deixado de o
ser até hoje. Deus lho prometeu Deuteronómio. "Vós
estareís na última miséria, sereis o joguete e a ficção
de todos os outros povos. Eis o que diz o Senhor, diz
o nosso Profeta, o Redentor e o Salvador de Israel
aquele que esteve no último desprezo e na abomina-
ção das nações"; e o Profeta Bei no Salmo quadragés-
simo terceiro, Versiculo décimo quinto. "Vos nos to-
mastes num objecto do opróbrio para os nossos visi-
nhos e um objecto de insulto e de escarneo para aque-
les que estão em volta de nós: vós nos fizestes ser a


 
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