5 HA-LAPÍD ================================================= passo da sua admiraçao que um pedido. O prodígio é demasiado maravilhoso para não as conservar em suspenso. É somente pela omnipotencia de Deus que deve dar-se uma mudança tão extraordinaria. As na- ções não preguntam. admiram; quem pode dar fé ao que nós ouvimos? a quem se nrostrou a braço do senhor? etc. Levantar-se-á como um arbusto deante dele, como uma vara que sai duma terra sêca. E' uma compara- çao que ele faz do povo de Israel no desgraçado esta- do do seu cativeiro, é um arbusto de que as raizes estão numa terra estéril e sêca, porque não há água si para a humedecer e fazer rebentar. E' necessário precisamente que ele se seque, que as folhas caiam e que perca todos os atavios que a natureza lhe tinha dado. Parece impossivel que produz: qualquer fruto. Eis o estado a que o Senhor tinha condenado o povo de Israel por causa dos pecados que este. tinha come- tido. O mesmo Isaias o anuncia: tomar-vos-eis como um carvalho de que todas as folhas cairam e como um jardim que está sem água. Eis como o povo de Israel esteve durante o seu cativeiro. No tempo da sua redenção tornar-se á como um arbustro que se levanta e como uma vara seca duma terra. Esta dife- rença é digna de notar-se. Para demonstrativamente a esperança que o povo de Israel deve ter. porque uma vasa séca perdeu a vida negativa e não tem es- perança alguma de reverdecer; mas o que está numa terra seca ainda que pareça enmurchecer a nossos olhos, ainda que o julguemos morto, um pouco de agua basta para o fazer reviver. O povo de Israel per- deu no seu cativeiro todo este brilho todo este ex- plendor de que estava adornado quando estava na graça de Deus. Desde que a sua divina providencia o abandonou tornou-se o despreza das nações. Perdeu até o seu aspecto, a redenção fa-lo á reviver. Estas divinas águas lhe darão toda a sua glória. Espargirei as águas sobre os campos sequiosos diz o mesmo Profeta, e os rios sobre a terra seca. Espargirei o meu espirito sobre a vossa descendência e germinará en- tre as ervas como os salgueiros plantados sobre as águas correntes; até que. o Senhor pela sua miseri- córdia tenha retirado do cativeiro o povo de Israel; será como um arbusto numa terra seca; é necessário que seja orvalhado pelas águas da sua divina bonda- de para levantar-se como o Salgueiro verde. As suas raizes enterradas durante tanto tempo brotarão um dia: um dia as raizes de Jacob brotarão com vigor, Israel florirá e germinara, e elevando-se como um arbusto que reinasse na terra. o seu coração terá a alegria e os seus ossos retomarão o mesmo vigor que a erva verde. Sigamos este Profeta admirável efaçamos conhe- cer a tôda a terra o verdadeiro sentido da sua profe- cia. E' sem beleza e sem aspecto como os arbustos e as raizes que estão numa terra seca. Não tem brilho, não tem beleza, não são os que foram nem o que de- vem de ser. O povo de Israel no seu cativeiro é o simbolo dêste arbusto de que fala o Profeta. Com di- ficuldade se acredita que tenha sido elevado a este grau de grandeza tantas vezes anunciado no texto sa- grado e que deva entrar de novo ai no dia feliz da sua redenção. E' necessaria uma fé miraculosa para acreditar o passado e não duvidar do futuro: nós-o temos visto e éle não tinha nada que atraísse os nos- sos olhos quem que no-lo faça conhecer e saudar. Nada ha mais dcspresivel aos olhos de tôdas as nações do que o povo de Israel no estado presente, Não se quere reconhece-lo se não para o caicar aos pés, até ao ponto que não ousa muitas vezes confes- sar que é éese povo outrora tão querido de Deus e o único escolhido entre os outros povos da terra. As perseguições que sofreu em muitos lugares desde que o descobrem, as ignominias às quais está exposto noutros, provam esta verdade que o Profeta anuncia, E' aos israelitas que ele prediz todas as calamidades que só devem acabar com a vinda do Messias. Onde estão os efeitos deste tempo bem aventurado? Quais são os povos que viram e que vêem esta grandeza? Onde estão os Reis que guardam silêncio demite dé- les? Estão bem longe desta glória. As suas misérias são grandes. Acaso teem eles algum ponto onde pos- sam observar com tranquilidade a lei que que o Se- nhor lhes deu sobre a montanha do Sinai? Que dife- rença desse tempo para o presente! Eram sempre guiados pelos raios divinos da luz do Senhor, en- cheu-os das suas graças e das suas bençãos: a ingra- tidão déies tomou os sem brilho e sem aspecto, des- preziveis a si próprios e a tôdas as outras nações. Não teem mesmo a satisfação nem a permissão de ver mudar a sua fortuna, quando por necessidade ou por impiedade querem abandonar a sua santa religiao e abraçam uma outra, ficam na mesma desgraçada situação em que estavam: aqueles que os persuadiram a abraçar o Cristianismo ou o Maometismo abando- nam-os e não querem acreditar na sua conversão. Não ha emprego nem honraria que éles possam espe- rar; e se lhes dão uma miseravel pensão para não os desprezar por completo julga-se ter-lhes feito um fa- vor singular e acima do seu merecimento. Não é assim em qualquer outra religião. Se um católico ou um protestante mudam de religião, aspi- ram e chegam aos empregos, possuem as mesmas honrarias e teem os mesmos beneficios que aqueles que sugaram com o leito a religião dominante; que extraordinária diferença! Ela procede de duas causas evidentes, da pouca fé que teem nos prosélitos que deixam um bom partido para tornar mau, e da von- tade de Deus que permite um tal tratamento para ti- rar do pensamento do seu povo os sentimentos que o tornam sempre indigno da sua graça e afasta-los dos preceitos que lhes prescreveu na sua santa lei, e para lho fazer esperar com mais paciência e tranquilidade o tempo feliz da redenção que lhe prometeu. VERSICULO TERCEIRO Apareceu-nos um objecto de despreso, um homem de dores o acostumado a sofrê-las. Parece ocultar o seu soslo era desprezado e não fazíamos caso algum déla. O sentido destas palavras é tão claro que não há quem o não compreenda. Todas as nações confes- sam que o povo de Israel era desprezado no tempo Em que o Profeta falava e que não tem deixado de o ser até hoje. Deus lho prometeu Deuteronómio. "Vós estareís na última miséria, sereis o joguete e a ficção de todos os outros povos. Eis o que diz o Senhor, diz o nosso Profeta, o Redentor e o Salvador de Israel aquele que esteve no último desprezo e na abomina- ção das nações"; e o Profeta Bei no Salmo quadragés- simo terceiro, Versiculo décimo quinto. "Vos nos to- mastes num objecto do opróbrio para os nossos visi- nhos e um objecto de insulto e de escarneo para aque- les que estão em volta de nós: vós nos fizestes ser a
N.º 050, Tishri-Heshvan 5693 (Out-Nov 1932)
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