HA-LAPÍD 6 ================================================ icção das nações e os povos sacodem a cabeça quan- do nos veem": Deus quiz reduzir o seu povo a este deploravel estado e as nações teem cumprido a sua vontade: é o que faz dizer ao Profeta que estava des- presado dos homens, porque na sociedade civil desde que um homem caiu na desgraça todos se julgam oesonrados por estar ;na sua companhia, afastam-se dele e todo o mundo lhe foge. O povo de Israel 2 por justo título chamado o homem das dores, porque não poderão sofrer se mais crueis do que as que ele sente desde o seu cati- veiro. São tão evidentes para todos que é inutil descre- ve-las minuciosamente. E' contudo necessário provar que o texto sagrado se serve muitas vezes do termo homem falando do povo como se ve no livro dos juizes; e homem de Israel estão reunidos. Saul diz e homem de Israel foram contados. Confunde o sin- gular com o plural, como se todo o povo fosse num só homem ou um só homem compuzesse todo o povo. VERSICULO QUARTO Verdadeiramente tomou os nossos males sobre sí, carregou-sa das nos- sas dôres o consideramo-io como um leproso ferido de Deus a afligido. Todas as nações são obrigadas a confessar uma verdade de que elas não poderao discordar. Dizem que o povo de Israel sofreu estas dôres que suportou com uma paciencia admiravei todas as perseguições e todas as ignominias que se lhe tem feito experimen- tar durante o seu cativeiro que durou alguns sécu- los. E não as ha mais insurtáveis do que aquelas a que o ódio e o desprezo das nações o expuzeram, Mas pode duvidar-se que Deus não seja a primeira causa e que para o castigar de tantas vezes ter des- respeitado os seus mandamentos, e de não ter pres- tado atenção as suas ameaças reitera-las, lhe tenha feito sentir as consequencias da sua justa cólera pelo ministério de todas as nações que o teem oprimido? E' por esta razão infalível que ele deve ser conside- rado como um leproso ferido e afligido de Deus; ao passo que nada ha mais absurdo e que repugna deante do bom senso do que dizer que Deus se tenha efligido e si mesmo e se tenha coberto de lepra. O Senhor serve-se muitas vezes deste termo no texto sa- grado. "Fará cair sobre vós todas as pragas do Egipto de que tendes sido feridos por vós mesmos. Elas se nos lígarão inseparavelmente. O Senhor fara cair sô- bre vós todas as fraquezas, todas as pragas que não estão escritas neste livro até que vos reduza a nada- Deus diz as franqueza do Egipto e não as que o seu povo sofreu no Egipto, Ele não as experimen- tou no tempo do seu cativeiro, éle as chama Fran- quezas de Egipto, porque são efeitos deste cativeiro e é o que faz dizer às naçoes nossas dores, as que nós lhe fazemos sofrer como as que os Egipcios lhes cau- saram eram as dores do Egipto. E que nos ensina bem evidentemente o fim do Versiculo do Deuteronô- mio, "eu farei sobre vós todas as fraquezas, as pra- gas que nao estão escritas neste livro". Deus ameaça este povo ingrato e torbulento da sua justa cólera. Ele far-lhe á sentir novas pragas de que todas as na- ções o afligirão durante tódo o tempo do seu cati- veiro. O Profeta Rei, Esequiei e Sofonas dizem a mesma coisa, e razoes tão convincentes deveriam bastar para explicação dêsto versículo: mas dessa que os cristãos o consideram como a base fundamen- tal da vinda do Messies, é preciso tratar de des??? até á menor dificuldade, até ao menor escrupuio que possa contradizer que uma verdade tão evidente satisfazer, se é possivel, os Doutores cristãos; Eu ??? compreendo aqui Nicolau de Lira nas suas apagam??? Burgence nas suas edições, nem muitos outros auto- res que asseguram que o Messias não sofreu tantas dores para carregar-se com todos os pecados do ho- mens, mas que tendo tomado do homem a forma quiz ser exposto o tôdas as suas infermidades: quiz sofrer a fome, a réie e tantas outras doenças comuns ao género humano, ainda que somente se tivesse a êle para libertar-se delas. Não ha nem sentido nem razão nesta explicação. Não é uma consequência que uma pessoa esteja carregada das feridas e das infer- midades dos outros, porque êle as sofre iguais a gota encomoda muitas pessoas; mas uma pessoa a não alivia as outras porque dela está atormentada Outros autores explicam éste versículo por Outros ter- mos: o Messias sofreu as infermidades e as dores do povo de Israel e o povo penitente carregou-se das nossas dores e das nossas infermidades na pessoa do Messias. Esta explicação merece ser examinada, por- que o Messias devia sofrer tôdas as dôres que o povo judeu merecia pelos seus pecados e aquelas que o povo lhe fez sofrer, pois que não podia carregar dos mesmos males de que este povo estava afligido não sendo possivel que um homem esteja atormen- tado dum mal e que outro sofra a dor: é pois icon- testavel que se o Messias sofreu as dores do povo judeu, são aquelas que ele merecia pelos seus peca- dos ou aquelas de que éste povo o afligiu a ele mes- mo; e não se poderia provar que ele tenha sido car- regado das dores do povo: isto é mesmo impossivel conceber-se. Quaisquer que sejam os autores de que examinarmos e sentimento sustentam que o Profeta fala do Messias, com respeito ao povo que o ofendia e não de Israel com respeito ás nações que o afligiam e, (como eles o explicam) que ele sofreu as dores que o povo de Israel merecia. e que é por esta razão que os judeus lhes chamam suas dores, e que se servem dos mesmos termos para as explicar a seu sabor. O povo de Israel sofreu as dores que as nações mere- ciam pelos seus pecados ou aquelas que a maneira vigorosa como os teem tratado lhe causaram; elas as teem chamado nossas porque elas tem sido os auto- res delas, e o mesmo sentido e a mesma explicação; a diferença está apenas nos individuos; querem que o povo chame suas as dôres que o Messias sofreu por amor dele, e nós que as nações digam nossas dóres, por aquelas que elas causaram ao povo de israel no seu cativeiro, porque elas são a sua causa essencial e primitiva, de maneira que eles não saberão destruir a nossa explicação a não ser que eles mesmo contradi- gam a sua, e é isto que se chama em termos de es- cola argumenium ad hominem, isto é, convencer o seu adversário pelo mesmo argumento que éste apre- sentou. VERSÍCULO QUINTO Ele foi coberto de feridas pelas nossas iniquidades; êle foi despedaçado pelos nossos crimes; o castigo que devia estabelecer a nossa paz caiu sobre êle, e a sua ferida nos curou Este versículo liga-se tao fortemente ao prece-
N.º 050, Tishri-Heshvan 5693 (Out-Nov 1932)
> P06