N.º 050, Tishri-Heshvan 5693 (Out-Nov 1932) > P06
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Ha-Lapid הלפיד


N.º 050, Tishri-Heshvan 5693 (Out-Nov 1932)







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                  HA-LAPÍD                    6
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icção das nações e os povos sacodem a cabeça quan-
do nos veem": Deus quiz reduzir o seu povo a este
deploravel estado e as nações teem cumprido a sua
vontade: é o que faz dizer ao Profeta que estava des-
presado dos homens, porque na sociedade civil desde
que um homem caiu na desgraça todos se julgam
oesonrados por estar ;na sua companhia, afastam-se
dele e todo o mundo lhe foge.

O povo de Israel 2 por justo título chamado o
homem das dores, porque não poderão sofrer se
mais crueis do que as que ele sente desde o seu cati-
veiro.

São tão evidentes para todos que é inutil descre-
ve-las minuciosamente. E' contudo necessário provar
que o texto sagrado se serve muitas vezes do termo
homem falando do povo como se ve no livro dos
juizes; e homem de Israel estão reunidos. Saul diz e
homem de Israel foram contados. Confunde o sin-
gular com o plural, como se todo o povo fosse num
só homem ou um só homem compuzesse todo o
povo.

                VERSICULO QUARTO

        Verdadeiramente tomou os nossos
        males sobre sí, carregou-sa das nos-
        sas dôres o consideramo-io como um
        leproso ferido de Deus a afligido.

Todas as nações são obrigadas a confessar uma
verdade de que elas não poderao discordar. Dizem
que o povo de Israel sofreu estas dôres que suportou
com uma paciencia admiravei todas as perseguições e
todas as ignominias que se lhe tem feito experimen-
tar durante o seu cativeiro que durou alguns sécu-
los. E não as ha mais insurtáveis do que aquelas a
que o ódio e o desprezo das nações o expuzeram,
Mas pode duvidar-se que Deus não seja a primeira
causa e que para o castigar de tantas vezes ter des-
respeitado os seus mandamentos, e de não ter pres-
tado atenção as suas ameaças reitera-las, lhe tenha
feito sentir as consequencias da sua justa cólera pelo
ministério de todas as nações que o teem oprimido?
E' por esta razão infalível que ele deve ser conside-
rado como um leproso ferido e afligido de Deus; ao
passo que nada ha mais absurdo e que repugna
deante do bom senso do que dizer que Deus se tenha
efligido e si mesmo e se tenha coberto de lepra. O
Senhor serve-se muitas vezes deste termo no texto sa-
grado. "Fará cair sobre vós todas as pragas do Egipto
de que tendes sido feridos por vós mesmos. Elas se
nos lígarão inseparavelmente. O Senhor fara cair sô-
bre vós todas as fraquezas, todas as pragas que não
estão escritas neste livro até que vos reduza a nada-



Deus diz as franqueza do Egipto e não as que
o seu povo sofreu no Egipto, Ele não as experimen-
tou no tempo do seu cativeiro, éle as chama Fran-
quezas de Egipto, porque são efeitos deste cativeiro e
é o que faz dizer às naçoes nossas dores, as que nós
lhe fazemos sofrer como as que os Egipcios lhes cau-
saram eram as dores do Egipto. E que nos ensina
bem evidentemente o fim do Versiculo do Deuteronô-
mio, "eu farei sobre vós todas as fraquezas, as pra-
gas que nao estão escritas neste livro". Deus ameaça
este povo ingrato e torbulento da sua justa cólera.
Ele far-lhe á sentir novas pragas de que todas as na-
ções o afligirão durante tódo o tempo do seu cati-
veiro. O Profeta Rei, Esequiei e Sofonas dizem a
mesma coisa, e razoes tão convincentes deveriam

 

bastar para explicação dêsto versículo: mas dessa
que os cristãos o consideram como a base fundamen-
tal da vinda do Messies, é preciso tratar de des???
até á menor dificuldade, até ao menor escrupuio que
possa contradizer que uma verdade tão evidente
satisfazer, se é possivel, os Doutores cristãos; Eu ???
compreendo aqui Nicolau de Lira nas suas apagam???
Burgence nas suas edições, nem muitos outros auto-
res que asseguram que o Messias não sofreu tantas
dores para carregar-se com todos os pecados do ho-
mens, mas que tendo tomado do homem a forma
quiz ser exposto o tôdas as suas infermidades: quiz
sofrer a fome, a réie e tantas outras doenças comuns
ao género humano, ainda que somente se tivesse a
êle para libertar-se delas. Não ha nem sentido nem
razão nesta explicação. Não é uma consequência que
uma pessoa esteja carregada das feridas e das infer-
midades dos outros, porque êle as sofre iguais a
gota encomoda muitas pessoas; mas uma pessoa a
não alivia as outras porque dela está atormentada
Outros autores explicam éste versículo por Outros ter-
mos: o Messias sofreu as infermidades e as dores do
povo de Israel e o povo penitente carregou-se das
nossas dores e das nossas infermidades na pessoa do
Messias. Esta explicação merece ser examinada, por-
que o Messias devia sofrer tôdas as dôres que o povo
judeu merecia pelos seus pecados e aquelas que o
povo lhe fez sofrer, pois que não podia carregar
dos mesmos males de que este povo estava afligido
não sendo possivel que um homem esteja atormen-
tado dum mal e que outro sofra a dor: é pois icon-
testavel que se o Messias sofreu as dores do povo
judeu, são aquelas que ele merecia pelos seus peca-
dos ou aquelas de que éste povo o afligiu a ele mes-
mo; e não se poderia provar que ele tenha sido car-
regado das dores do povo: isto é mesmo impossivel
conceber-se. Quaisquer que sejam os autores de que
examinarmos e sentimento sustentam que o Profeta
fala do Messias, com respeito ao povo que o ofendia
e não de Israel com respeito ás nações que o afligiam
e, (como eles o explicam) que ele sofreu as dores que
o povo de Israel merecia. e que é por esta razão que
os judeus lhes chamam suas dores, e que se servem
dos mesmos termos para as explicar a seu sabor. O
povo de Israel sofreu as dores que as nações mere-
ciam pelos seus pecados ou aquelas que a maneira
vigorosa como os teem tratado lhe causaram; elas as
teem chamado nossas porque elas tem sido os auto-
res delas, e o mesmo sentido e a mesma explicação;
a diferença está apenas nos individuos; querem que
o povo chame suas as dôres que o Messias sofreu por
amor dele, e nós que as nações digam nossas dóres,
por aquelas que elas causaram ao povo de israel no
seu cativeiro, porque elas são a sua causa essencial e
primitiva, de maneira que eles não saberão destruir a
nossa explicação a não ser que eles mesmo contradi-
gam a sua, e é isto que se chama em termos de es-
cola argumenium ad hominem, isto é, convencer o
seu adversário pelo mesmo argumento que éste apre-
sentou.

              VERSÍCULO QUINTO

    Ele foi coberto de feridas pelas nossas
    iniquidades; êle foi despedaçado pelos
    nossos crimes; o castigo que devia
    estabelecer a nossa paz caiu sobre
    êle, e a sua ferida nos curou

Este versículo liga-se tao fortemente ao prece-


 
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