N.° 50 PORTO - Tishri e Heshvan de 5693 (Outubro e Novembro 1932) ANO VII ============================================================================================================= Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos e para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | aponta-vos o ca- busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | minho. | | _____| | / / | | | | BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH (HA-LAPID) Órgão da Comunidade Israelita do Porto ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda REDACÇÃO-Rua Guerra Junqueiro, 340-Porto || Rua de S. Bento da Victoria, 10 (Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) || ---------------- P O R T O ---------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A Universalidade da Lei e o ensino gratuito "Então Deus pronunciara todas estas palavras..." (Ex. Cap. XX-I.) Repete-se amiudamente que os dou- tores do Talmud só se entregam a casuisti- cas minuciosas, a subtilezas mesquinhas e que são incapazes de Ideias largas e de es- peculações elevadas. Parece-nos, porém, que a concepção de uma Lei universal, apli- cavel a todos os povos, sem distinção de culto e de raça, não é precisamente o sinal de uma mentalidade inferior. Pois bem, os nossos sabios já tiveram esta concepção. "Porque foi que Deus não promulgou o Decalogo na Palestina no país de Israel? Para ensinar ao mundo inteiro que a Lei não é propriedade exclusiva dos filhos de Jacob, que ela pertence a todas as nações e que todos os povos lhe devem igual res- peito, igual submissão; para evitar que toda e qualquer colectividade, encontra-se ela nos extremos do mundo, tenha um pretexto para recusar a Lei, Porque, se a manifesta- ção do Sinai tivesse lugar na Terra Santa os outros povos poderiam dizer: "O Decalo- go não é para nós é destinado apenas a Israel, visto que foi proclamado no seu pais". Assim, Deus escolheu o deserto de Sinai, um logar abandonado, que pertence a cada um, pois que não pertence a nin- guem e desta maneira demonstrou que a humanidade inteira tem direitos ás verda- des eternas." O Midrasch tira ainda outra conclusão não menos judiciosa, desta preferencia dada a um logar publico, acessivel a todo o mun- do. "Da mesma forma que o goso de um logar publico e' gratuito, da mesma forma a Lei deve ser ensinada gratuitamentea todos os homens; Deus deu-a gratuitamente a Is- rael, pertence-nos pois, a nós, instruirmos os nossos semelhantes sem pedirmos em troca remuneração alguma!" Mathieu Wolff (Rabino em Sédan) o o o O "Mar Morto“ é um mar de vida Um dos grandes lagos que existem na Palestina chama-se em hebraico Yam-Ha- Melahh-mar de sal-e é conhecido nos idiomas modernos como nome de "Mar Morto". Com certeza foi assim chamado porque nas suas aguas não vivem peixes nem se criam seres viventes de qualidade alguma e porque sobre a sua superficie e sobre a dos seus contornos paira constan- temente um ambiente lobrego e desolador. Mas hoje, depois que a Companhia Judaica presidida pelo engenheiro Pinhas Rutemberg começou os seus trabalhos de exploração das fabulosas riquezas minerais, principal-
N.º 050, Tishri-Heshvan 5693 (Out-Nov 1932)
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