N.° 53 PORTO - Shebat de 5693 (Fevereiro 1932 e. v.) ANO VII ============================================================================================================= Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos e para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | aponta-vos o ca- busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | minho. | | _____| | / / | | | | BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH (HA-LAPID) Órgão da Comunidade Israelita do Porto ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda REDACÇÃO-Rua Guerra Junqueiro, 340-Porto || Rua de S. Bento da Victoria, 10 (Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) || ---------------- P O R T O ---------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- De como o Cavaleiro d'Oliveira visitou a Sinagoga de Haia e do mais que se passou Nas Memórias das viagens, livro im- presso em Amsterdão em 1741, disse a páginas 163 que os armários onde se guardam os livros da lei tinham sido aber- tos para eu ver pelo pregador da Sina- goga de Haia, Hazan Daniel Acohen Ro- driguez, pessoa sábia e polida, o único judeu, do meu conhecimento, que falava perfeitamente o português sem nunca ter estado em Portugal. De facto assim é, acrescentando eu que o rabino condes- cendera com o meu desejo em atenção pela minha qualidada de sobra manifestada pela ordem de Cristo que me via ao peito. Um dos judeu mais importantes de Haia, ao tomar conhecimento de tal pas- sagem, queixou-se que eu tinha insultado o rabino, com ínsinuar que testemunhara respeito e veneração por Jesus-Cristo. Isaac de Souza Brito, filho de Gabriel de Souza Brito, judeu de muito mereci- mento, que deixou provas do seu grande saber em tratados de aritmética e cosmo- grafia, informou-me, sem me citar con- tudo nomes, dos reparos que provoqueí. A Brito escrevi, na altura, a carta de que se segue um excerpto e que nunca foi in- cluída nas minhas obras: "Pois que o seu amigo leu o meu tra- balho, só a ignorância posso atribuir o incriminar ele a passagem citada. Grande impudéncia é a sua em me aquilatar de impostor! Grande, o que me leva a crer que é um dêstes sujeitos que para nada prestam neste mundo, se não houvesse a considerar que a beleza universal reside na variedade mais completa e absurda de seres á superficie da terra. Nasceram uns para nos servir de auxilio, outros para nos divertir, e ainda uns certos para nos mortificar. Ponha o seu amigo no núme- ro dêstes últimos; dizer eu que o rabino me testemunhara deferéncia devido â or- dem de Cristo, além de falara verdade que outra coisa é senão tecer o seu elo- gio? Em tal limitou-se a praticar um obsé- quio, trivial em paises onde a gente é mais culta e educada que os hebreus. Por toda a parto êstes são com efeito, despreza- dos, menos por causa de religião que de seus usos e costumes. A sua grossaria e a sua ignorância são proverbiais. A prova de que a sua ignorância é tão crassa tanto nas outras nações como em Ingla- terra está em que a Recreação não conta mais que quatro subscritores judeus, o Dr. Castro Sarmento, Rebelo de Men- donça. Abraão Viana e Ratom Em face dos esforços que tenho empregado a com- bater a injusta e cruel perseguição de que
N.º 053, Shebat 5693 (Fev 1933)
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