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N.º 053, Shebat 5693 (Fev 1933)







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 8             HA-LAPID
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         Secção Sionista

  Cincoenta anos de Reconstrução
          (Continuação)

Em 1931 o viajante já podia atravessar
o pais comodamente, passando por magni-
ficas estradas, cruzadas por automoveis
desde o romper do dia até á noite. Ainda
hoje, porêm, o árabe permanece fiel ao seu
camelo e o mesmo aconteceu em 1894,
época em que não havia na Palestina um
número suficiente de judeus para sustentar
o caminho de ferro. Assim, a Companhia
faliu depois de algumas semanas apenas de
actividade.

Foi ainda no princípio da última década
do século passado que o extremo Norte da
Palestina se enriqueceu com a colónia Me-
tullah, á qual se juntaram. durante a grande
guerra, os grupos de Kfar Guileadi e de
Tel Hai, constituindo-se assim a guarda
das fronteiras. Em Tel Hai caiu Trumpeldor
depois de uma defesa heroica, na primavera
de 1920. E' de lá que partiu o seu último
grito de triunfo: Oh, como é bom morrer
pela Pátria!

Desde o principio que a colonisação
palestiniana encontrou um bemfeitor ge-
neroso no Barão Edmundo de Rothschild.
Tirou da miseria a Zichron Jacob; prote-
geu a Rosh Pinah, colonizou Ekron e
alargou Petah Tikvah. Adquiriu grandes
extensões de terreno no Hauran, na Trans-
jordania, e desemvolveu a produção vini-
cola construindo as célebres caves de
Richon-le Sion.

Os novos colonos, primeiro estreita-
mente dependentes do Barão, começaram
a abrir caminho para a independencia
economica. Como o vinho era então o
producto principal da agricultura pales-
tiniana creou-se uma cooperativa vinicola
assim como uma sociedade cooperativa
de venda chamada "Carmelo Oriental"
que vende actualmente trez a quatro
milhões de litros de vinho por ano.

O século aproximava-se já do seu fim
quando um novo espirito se apoderou do
movimento nacional hebreu. Em 1897 teve
logar, em Bale o primeiro Congresso Sio-
nista. Em 1899 a Palestina recebeu a visita
do Chefe, cujo nome, no futuro, andará
sempre ligado á sua obra: Teodoro Herzl



percorre o paiz, encontra-se com o Impe-
rador Guilherme II da Alemanha perto de
M kveh Israel, e, em Jerusalem, conversa
com ele sobre o destino e as esperanças
do seu povo. As colonias fizeram-lhe uma
recepção real.

Outras luzes aparecem já no horisonte
Na Russia desenha-se um novo movimento
de imigração de jovens pioneiros-opera-
rios devido ao apelo de um professor
palestiniano. A frente de uma grande
delegação, Ussischkin, o celebre chefe dos
sionistas russos, chega á Palestina e coloca,
em Petah Tikvah, a primeira pedra da
Organização dos Colonos. Ao mesmo tem-
po, e devido igualmente aos seus esforços,
os professores hebreus, pioneiros do re-
nascimento cultural, fundam a sua orga-
nização, que no futuro será poderosa, em
Zichron Jacob.

A rede das escolas alarga-se continua-
mente. A Escola Laemel, a primeira em
Jerusalem, foi transferida no proprio edi-
ficio. Jardins da Infancia são creados em
Jaffa e em Jerusalem, a fortalesa da velha
educação. A biblioteca do medico sionísta
Dr. Hassanovitz, enriquecida com a colec-
ção do Professor Schapira, constituiu o
ponto da partida da Biblioteca Nacional,
hoje a maior do Proximo Oriente. Entre-
tanto o paiz enriqueceu-se com um ele-
mento novo. Os Halutsim chegaram, os
pioneiros da Segunda Imigração. Jovens,
prontos a sofrer as peores privações, fu-
gindo da civilização e ardendo no desejo
de conquistar novas regiões para a colo-
nisação sionista. Dirigiram-se, na maior
parte para a Galileia, então um paiz peri-
goso e quasí que meio deserto. Formaram
grupos errantes e conquistaram o direito
ao trabalho nas colonias já existentes en-
quanto esperavam o seus estabelecimento
definitivo sobre o solo.

Em 1905 a crise vinícola obrigou os
cultivadores a restringir a produção do
vinho. Houve mesmo necessidade de ar-
rancar centenas de dunams de vinhas. Os
cultivadores voltaram-se então para os
laranjaes cuja produção é quasi sem rival.
Creada a cooperativa "Pardess", para a
venda das laranjas, depressa se tornou em
uma das grandes sociedades da Palestina.

                          Continua.
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    Visado pela Comissão de Censura


 
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