8 HA-LAPID ======================================== Secção Sionista Cincoenta anos de Reconstrução (Continuação) Em 1931 o viajante já podia atravessar o pais comodamente, passando por magni- ficas estradas, cruzadas por automoveis desde o romper do dia até á noite. Ainda hoje, porêm, o árabe permanece fiel ao seu camelo e o mesmo aconteceu em 1894, época em que não havia na Palestina um número suficiente de judeus para sustentar o caminho de ferro. Assim, a Companhia faliu depois de algumas semanas apenas de actividade. Foi ainda no princípio da última década do século passado que o extremo Norte da Palestina se enriqueceu com a colónia Me- tullah, á qual se juntaram. durante a grande guerra, os grupos de Kfar Guileadi e de Tel Hai, constituindo-se assim a guarda das fronteiras. Em Tel Hai caiu Trumpeldor depois de uma defesa heroica, na primavera de 1920. E' de lá que partiu o seu último grito de triunfo: Oh, como é bom morrer pela Pátria! Desde o principio que a colonisação palestiniana encontrou um bemfeitor ge- neroso no Barão Edmundo de Rothschild. Tirou da miseria a Zichron Jacob; prote- geu a Rosh Pinah, colonizou Ekron e alargou Petah Tikvah. Adquiriu grandes extensões de terreno no Hauran, na Trans- jordania, e desemvolveu a produção vini- cola construindo as célebres caves de Richon-le Sion. Os novos colonos, primeiro estreita- mente dependentes do Barão, começaram a abrir caminho para a independencia economica. Como o vinho era então o producto principal da agricultura pales- tiniana creou-se uma cooperativa vinicola assim como uma sociedade cooperativa de venda chamada "Carmelo Oriental" que vende actualmente trez a quatro milhões de litros de vinho por ano. O século aproximava-se já do seu fim quando um novo espirito se apoderou do movimento nacional hebreu. Em 1897 teve logar, em Bale o primeiro Congresso Sio- nista. Em 1899 a Palestina recebeu a visita do Chefe, cujo nome, no futuro, andará sempre ligado á sua obra: Teodoro Herzl percorre o paiz, encontra-se com o Impe- rador Guilherme II da Alemanha perto de M kveh Israel, e, em Jerusalem, conversa com ele sobre o destino e as esperanças do seu povo. As colonias fizeram-lhe uma recepção real. Outras luzes aparecem já no horisonte Na Russia desenha-se um novo movimento de imigração de jovens pioneiros-opera- rios devido ao apelo de um professor palestiniano. A frente de uma grande delegação, Ussischkin, o celebre chefe dos sionistas russos, chega á Palestina e coloca, em Petah Tikvah, a primeira pedra da Organização dos Colonos. Ao mesmo tem- po, e devido igualmente aos seus esforços, os professores hebreus, pioneiros do re- nascimento cultural, fundam a sua orga- nização, que no futuro será poderosa, em Zichron Jacob. A rede das escolas alarga-se continua- mente. A Escola Laemel, a primeira em Jerusalem, foi transferida no proprio edi- ficio. Jardins da Infancia são creados em Jaffa e em Jerusalem, a fortalesa da velha educação. A biblioteca do medico sionísta Dr. Hassanovitz, enriquecida com a colec- ção do Professor Schapira, constituiu o ponto da partida da Biblioteca Nacional, hoje a maior do Proximo Oriente. Entre- tanto o paiz enriqueceu-se com um ele- mento novo. Os Halutsim chegaram, os pioneiros da Segunda Imigração. Jovens, prontos a sofrer as peores privações, fu- gindo da civilização e ardendo no desejo de conquistar novas regiões para a colo- nisação sionista. Dirigiram-se, na maior parte para a Galileia, então um paiz peri- goso e quasí que meio deserto. Formaram grupos errantes e conquistaram o direito ao trabalho nas colonias já existentes en- quanto esperavam o seus estabelecimento definitivo sobre o solo. Em 1905 a crise vinícola obrigou os cultivadores a restringir a produção do vinho. Houve mesmo necessidade de ar- rancar centenas de dunams de vinhas. Os cultivadores voltaram-se então para os laranjaes cuja produção é quasi sem rival. Creada a cooperativa "Pardess", para a venda das laranjas, depressa se tornou em uma das grandes sociedades da Palestina. Continua. ........................................ Visado pela Comissão de Censura
N.º 053, Shebat 5693 (Fev 1933)
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