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Ha-Lapid הלפיד


N.º 078, Shebat-Adar 5697 (Jan-Fev 1937)







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 2                HA-LAPID
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           PARA OS PEQUENINOS

         Historietas Talmudicas

   Utilidade das coisas insignificantes

Tem sido imensamente proclamada a
utilidade das coisas insignificantes sem que,
contudo, ninguém se preocupe com elas.

Parece que custa a entrar nas cabeças a
idea de que as pequenas coisas é que são
as grandes, ou melhor, que as grandes coi-
sas são devidas às pequenas. Porém a ex-
periência e a observação há-de encarregar-se
de mostrar que assim é realmente.

Mas... o nosso intuito não é vir para
aqui barafustar; é única e simplesmente
contar uma historieta a propósito. Ouçamo-
-la, pois:

Um dia o célebre rei David, sentado num
divan, deixava-se embrenhar em profundas
meditações. Ao seu cérebro ocorriam tôda a
espécie de ideas. Quando pensava nas ma-
ravilhas do mundo viu subir pela parede
acima uma aranha.

As suas meditações tomaram um novo
rumo.

Para que existirão as aranhas? pensou.
-Parece incrível que Deus creasse estes
repugnantes animais, que, afinal, servem
apenas para sujar as paredes, enchendo-as
de teias.

Nisto vieram anunciar-lhe que um louco
estava ali e insistia em lhe falar.

-Os loucos! E' verdade!-esclamou êle
-Para que existirão os loucos? São uns
desgraçados e só servem para nos massar.
Se Deus creou todas as coisas, não podia
ter evitado mandar loucos ao mundo? Esta-
ria isso fora dos domínios do seu poder?

Buscava a explicação do caso quando
sentiu uma forte ferradela numa orelha.

-Um mosquito!-exclamou-Para que
serão bons estes malditos? Deus também
podia ter-nos livrado deles, visto que enco-
modam ao máximo sem terem utilidade
alguma.

Mais tarde, porém, veio a convencer-se
de que todos esses sêres, cuja vinda ao
mundo considerava uma desgraça, existiam
e até para seu beneficio.

Quando fugia de Saúl, foi preso pelos
Filisteus que o levaram junto do seu rei,
Gach. Mas, fingindo-se louco, conseguiu
livrar-se da morte porque não houve meio
de o rei dos Filisteus acreditar que aquêle

 

homem era o célebre rei David. A isto refe-
re-se o cap. 21, v.° 13 do livro de Samuel:
"E mudou a sua fala deante dêles e fingiu-se
louco nas suas maneiras e escrevia nas portas
deixando correr a sua saliva pela boca."

Uma outra ocasião, como David fôsse
novamente perseguido, escondeu-se numa
cova. Pouco depois de êle entrar, uma aranha
estendeu a sua teia no buraco. Chegados
os inimigos àquele lugar, um dêles propôs:
-Vejamos se acaso estará nesta cova.-E's
tolo-tornou logo outro-Ali não pode estar.
Não vez as teias de aranha que tapam o
buraco?-Tens razão-concordou o primeira
-continuemos E lá seguiram escapando
assim David à morte.

Os mosquitos também tiveram ocasião
de prestar um bom serviço quando David
entrou no campo de Saul para procurar a
espada.

Ao passar iunto de Abner que dormia
êste estendeu uma perna, tendo David a
pouca sorte de ficar debaixo dela. Ficou,
pois, numa situação embaraçosa. Se se mo-
vesse despertaria Abner e seria homem
morto. Se se deixasse estar ali até ao dia
seguinte, seria apanhado e ficaria da mesma
maneira sem a vida. Pensava na resolução
a tomar, quando um mosquito pousou na
perna de Abner. Como êste a movesse para
fazer fugir o mosquito, proporcionou a David
ocasião de se pôr a salvo.

Quando voltou ao seu palácio não pôde
deixar de esclamar:-"A obra da creação é
magnífica e nela não há nada absolutamente
inutil."

                     Norberto A. Morêno

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Abraham e os Hebreus

Sir Leonard Woolley, que dirige as
famosas escavações em Ur, na Caldeia-
(onde nasceu Abraham), apresenta em vo-
lume o primeiro estudo documentada
sôbre o patriarca de Israel. Fundador
da raça hebraica, Abraham está na origem
de três grandes religiões modernas: a
judia, a islamita e a cristã. Mas a história
desse patriarca é meio desconhecida, e o
que Genesis diz passa aos olhos de muitos
como pura lenda. Sir Woolley preocu-
pa-se com o mostrar que a narrativa da
Bíblia é substancialmente verdadeira. Ti-
tulo do volume: "Abraham-descobertas
recentes sobre a origem dos Hebreus".


 
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