6 HA-LAPÍD =========================================== fim? Quem presidêu à conservação dos in- dividuos e das espécies pela construção ini- mitável dos tecidos, da estrutura corpórea, dos mecanismos,-pelo dom previdente do instinto-por todas as faculdades de que são respectivamente dotados os seres vivos. cada qual segundo o papel que deve repre- sentar sobre a cena do mundo? Em uma pa- lavra se a fôrça da vida é uma fôrça da mesma natureza que as fôrças moleculares, ainda uma vez, quem é o seu autor? Será pelo facto de que este não teria fabricado tudo pelas suas próprias mãos que vós negareis a sua existénciah A própria explicação que se dê da ori- gem das espécies jamais tirará "o ceptro das mãos do Governador do Mundo", assim como a ciência da Natureza jámais poderá prejudicar a existência do Sêr Supremo. "Ora, nós preguntamos aos espiritos de boa fé: em que é que a crença na antigui- dade do homem, mesmo na sua origem se- miana, fere a crênça no Deus absoluto? Que a vida tenha aparecido sobrea Terra, que ela se tenha desenvolvido segundo as leis orgâ- nicas, e que do vegetal ao homem a creação anti-diluviana não tenha formado senão uma mesma unidade; em que é que esta hipótese destroe a acção divina? Aqui, como pre- cedentemente, não tem a matéria obedecido às suas fôrças? A vida dos sêres não é uma fôrça especial, regente dos átomos, directora dos seus movimentos? Na teoria da selecção natural particularmente, não é a fôrça vital que dirige a marcha do mundo? Nisto como em tudo não é a matéria escrava, a força soberana? Admitindo mesmo a mais larga infuência dos meios sôbre a transformação dos orgãos, esta transformação não e sempre o efeito da vida, e da vida regida pela inteligência e dotada de uma espécie de obediência activa à lei intelectual do progresso?" E. caros materialistas, vamos termina- por hoje, dando ainda a palavra ao escritor a que já nos referimos, Flammarion, visto que ele é simultaneamente eloqüente, simples e claro: "... qualquer que seja o circulo arbi- trário que imaginemos traçar em volta da acção sensível do Creador, e pelo qual pre- tendamos limitar a sua presença, por uma singular subtileza, a idea de Deus sempre dele se escapará pela tangente." E para a compreensão dos fenómenos universais, "ainda que Deus não existisse teriamos de o inventar." Dos 4 cantos da Terra Abissinia-O advogado Carlos Alberto Viterbo, membro do Conselho da Fedora- ção das Comunidades Judaicas da Italia partiu de Roma para a Abissinia. Vai tentar organisar comunidades israe- litas falachas (uma espécie de maranos abexins) em Addís-Abeba e em Diredava, importante centro comercial. Antes da sua partida foi recebido pelo ministro das Colonias, o Snr. Alexandre Zessona que lhe pediu um relatório deta- lhado sôbre os seus trabalhos a realizar na Etiópia. Espanha-As milicias de Barcelona dissolveram nesta cidade o comitê Evra para ajuda aos emigrantes e refugiados israelitas. Austria -A comunidade israelita de Viena publicou um relatorio, onde se veri- fica que, entre 1932 e 1936, gastou 3 mi- lhões de schilling para obras de benefi- cência. Portugal-O governo portugues agra- ciou com a Ordem de S. Tiago da Espada (ordem que é concedida ao mérito literá- rio, artístico e científico) o Snr. William Oualid, Professor da Faculdade de Direito de Paris, Vice-presidente da Alliance Israe- lite Universelle, membro do consistório israelita de França. No comêço da 1937 este nosso corre- ligionárío virá a Lisboa fazer duas confe- rências e receber as ínsiguias da sua condecoração. --------------------- No dia 8 de Agosto do ano corrente em Genebra (Suiça) na sala da Assem- bleia da Sociedade das Nações reúniu o Congresso Mundial Judaico, tendo tomado parte 250 delegados das organisações judai- cas dos seguintes paises: Argelia, Argentina, Austria, Belgica, Brazil, Bulgária, Canadá, Chile, Columbia, Checo-Eslovaquia, Danzig, Estónia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Inglaterra, Itália, Letonie, Lituania, Luxemburgo, Palestina. Perú, Palónia, Portugal, Romênia, Suiça
N.º 078, Shebat-Adar 5697 (Jan-Fev 1937)
> P06